Ei!!!!!!!

Ei! Olhe para minha panela!
Ela não tem feijão.
Olhe para minha cama!
Ela não tem colchão.
Mas, Obrigado Senhor,
Por que não durmo no chão.

Ei!! Olhe para minha casa!
Ela não é rebocada.
Olha para minha lavoura.
Ela é feita de enxada.
Minha casa não tem banheiros;
E suas portas estão quebradas.

Olha onde estão as minhas roupas!!
Dobradas em um mísero malote.
Meu sapato está rasgado;
Mas até que sou um menino de sorte.
Não preciso comer ratos para me livrar da morte.

Ontem fazia frio,
Que triste recordação,
Meu cobertor era fino.
Não dava acomodação.
Fiquei triste, perdi o sono.
Então, lembrei-me do que fizestes;
Quando fostes pregado na cruz
Nem mesmo roupa tu tivestes.

Ah! Obrigado senhor.
Por ensinar-me esta lição.
Ensina-me a amar-te.
E a sofrer com resignação.

(Poesia escrita quando tinha 11 anos de idade. Visto pela professora foi motivo de eu ter me tornado Carteiro Aprendiz, meu primeiro emprego, no ano de 1985. Assim pude vender menos doces na rua, engraxar menos sapato, trabalhar menos com meu pai na lavoura e estudar mais).

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