Um passeio pelo mundo no meio da madrugada

Faltam dez minutos para quatro horas da madrugada. Na maior parte do país as pessoas ainda dormem. Os jornais já estão todos na internet. Começo meu passeio pelo mundo. Geralmente minha primeira parada é o diário da manhã. Ali, gosto de olhar as principais notícias. Gosto de amanhecer já sabendo daquilo que outros ainda não sabem. Na capa, a novela do Jogador Ronaldinho Gaucho. Prefiro não opinar, não sou analista de futebol, apenas um homem querendo compartilhar como os outros vivem. Em seguida, chama a atenção a reportagem sobre o risco das dietas; uma boa reportagem, em alguns pontos carecendo de conteúdos mais consistente. Mais adiante, tudo sobre uma quadrilha de anabolizantes; depois, orientações sobre como manter a vida financeira nos eixos e muitos, muitos artigos de opinião.

Três reportagens chamam a atenção sobre o "O melhor governo da vida dos goianos", a construção da ponte que caiu, a educação, e, a cultura com Gilvane Felipe. Leio tudo preguiçosamente, tudo rapidamente. Penso pouco sobre o que leio, apenas procuro digerir o porque e como os jornalistas selecionam suas notícias para nós nos alimentarmos no dia seguinte. Recosto-me no sofá e enquanto contemplo a foto da mulher amada do feacebook deixo meus pensamentos viajar sobre a condição humana.

Abro a página de "O popular", e olha que interessante. Uma reportagem revela que a democracia tem mais desaparecidos do que a ditadura. Ponho-me a pensar se tal reportagem não pode constituir uma apologia a ditadura. Tenho medo daqueles que subestimam o bem estar de uma democracia. O que falta para que o mundo entenda que a democracia é o melhor dos regimes? O que falta para que se entenda que não se pode mais pensar em suprimir a liberdade humana?

Sigo em frente a minha viagem. Aos meus ouvidos alterno uma trilha sonora com Tribo de Jah, Trio Parada Dura, Jimm Cliff, sonatas, e tantas outras músicas das mais variadas. Pestanejo e dou mais uma olhada rápida  na foto da mulher amada. Afinal, parece que apenas o amor pode nos dar força para viver em um mundo tão turbulento e em transformação. Nos portais da internet, as notícias vão se repetindo. Destaque para a tragédia no Orizona - Rapaz atira em deputada, que é descrita como apaixonada e tenaz - ; aqui meus olhos param. É como algo me fizesse parar e tentar entender a tal condição humana. Enquanto isso algo escapole aos meus olhos, veja - Estados Unidos impõe sanção a Costa do Marfim - penso: Meu Deus, pobre povo do Costa do Marfim, tão pobre o país e ainda sofre sanção.

Sinto-me impotente. Nos meus ouvidos agora tocam a música "Couro de Boi". Não sei o que tem muito uma coisa com  a outra. É talvez os tipos de tragédia humana? Onde fica o humanismo, a razão, nossa capacidade de amar? Assustado volto os olhos ao perfil da mulher amada. Olho as fotos das minhas filhas. Sinto amor no meu peito. Um amor que a cada dia sinto sendo expandido para todos que já conheci nesta vida. São quatro horas e trinta minutos. Aos meus ouvidos Renato Teixeira. - Amanheceu peguei minha viola, botei na sacola e fui viajar... - .

E como a música que ouço posso concluir meus devaneios. Está amanhecendo vou voltar para realidade que o tempo foi e preciso descansar.

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