A agenda da semana: Os bombeiros, Palocci, e as ideologias.



O protesto dos bombeiros no Rio de Janeiro, a fritura de Palocci, a violência no campo sobretudo, na região norte do Brasil, e, a bactéria que insiste em continuar matando mundo afora  devem ser os principais assuntos desta semana. Afinal, o que isso pode ter a ver com a vida de um cidadão simples que o leve a devanear sobre tais questões? Creio que na verdade, outros milhares de assuntos que certamente não estarão na mídia, poderiam ter com a mesma justiça a atenção nossa. Em comum, todos eles nos mostram que como seres humanos, estamos todos, interligados.
O protesto dos bombeiros no Rio de Janeiro parece em um primeiro olhar apenas uma forma de desobediência, quebra de regras. Olhemos melhor: os homens que fazem nossa segurança e arriscam suas vidas para estarem ali disponíveis para salvar a nossa ganham 950 reais por mês. Dizem que padece do mesmo mal os policiais militares, exército, aeronáutica e marinha. Alguma coisa está errada neste país. Professores também estão ganhando 950 reais por mês, médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, e tantos outros  profissionais extremamente mal remunerados.
Olhando bem, é difícil entender que um país que cresce como esta crescendo o  Brasil não consegue remunerar melhor seus servidores, aqueles que são o fundamento da existência da nação. Em contrapartida, coloquemos frente a frente como um espelho o enriquecimento dos políticos. A bola da vez agora é o Palocci, mas jogue a primeira pedra o político que não sofre do mal palocciano. Como explicar que uns ganhem tanto, e outros não ganhem o suficiente para ter uma vida digna junto com seus familiares?
É este país que os políticos tentam nos convencer de que não existe mais ideologias. Pergunto: como não existem ideologias se uns ganham tão pouco e outros ganham tanto? Como não existe ideologia se existe tanta desigualdade?  Talvez sejam estas perguntas que precisam ser feitas para explicar por que as coisas estão chegando neste nível. A violência, no campo, nos quartéis, nas ruas. O povo que está no andar debaixo não tem mais quem os representa. Quando uma parcela da sociedade deixa de ser representada em um sistema, a democracia está em perigo, por que a ordem não pode ser mantida.
Olhando bem, conviveremos durante a semana que se inicia com diversas outras questões: a despedida de Ronaldo, a vitória do PSD em Portugal, a Esquerda no Peru, e, nos bastidores; uma luta terrível, cega, surda e muda entre os homens que dedicam suas vidas a conquista do poder. Ela acontecerá em todos os lugares, nas empresas, entre os países, nos estados, nas famílias, nas instituições. Olhando bem, todas estas lutas serão lutas ideológicas. Em todas elas, existe um grupo querendo impor sobre os demais sua visão de mundo, suas verdades, e pior, reivindicando para si o direito de escolher para todos o caminho a serguido.
Olhando bem, nunca vivemos um tempo tão ideológico. Nunca vivemos um tempo de extremos tão perigosos. Parece que estamos vivendo algo parecido como o pré-segunda guerra, o pré-inquisição, a queda de Roma, e tantas outras quedas de tantos outros impérios quando parecia que uma escuridão dominaria o mundo, os valores desapareciam e a história da humanidade chegaria ao seu fim. Olhando bem, a agenda da semana será mais um tempo de luta e poderá ser por nossas escolhas, um tempo de vitória para todos nós.


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