Carta aos meus irmãos sobre nosso mestre e pai.


Amor, sucesso e felicidade nos nossos dias
Alguns dias atrás  tive longa conversa com um grande e velho mestre. Ele questionou-me o que faltou a ele ensinar para os seus filhos e discípulos para que todos nós pudéssemos ter mais sucesso na vida, no amor, no casamento. Foi uma boa pergunta, uma boa reflexão e por isso resolvi escrever este texto para compartilhar com os meus irmãos sobre as questões que temos vivido. Eu explico melhor. Faço parte de um grupo de jovens adventistas que tem em um grande Pastor da Igreja Adventista um segundo pai e dele aprendemos os princípios cristãos que regem as nossas vidas. Entretanto, cada filho seguiu seu próprio caminho ( inclusive os biológicos), e nenhum de nós conseguiu estabelecer até o momento família sólida.
Primeiro quero falar sobre o que ele nos ensinou. Tenho aqui comigo que o que aprendemos foram os princípios do cristianismo ortodoxo, ou o adventismo ortodoxo recheado do verdadeiro amor. Aprendemos que todas as pessoas são filhos de Deus, e que  ninguém, ninguém mesmo está perdido para Deus. Aprendemos que cada pessoa,  enquanto está nesta terá, tem a chance de mudar de vida, aceitar os princípios divinos e tornar-se assim um filho pródigo de volta ao lar.  Este ensinamento fez-nos tolerantes, mas ao mesmo tempo, frágeis diante do mal. Acreditar que toda pessoa pode tornar-se boa pode ser perigoso nos dias atuais, principalmente quando nos colocamos na condição de julgar que tal ou tal pessoa quer se tornar melhor. No meu caso, este foi o meu maio calcanhar de Aquiles. Foi difícil aprender que muitas pessoas são capazes de planejar e fazer o mal intencionalmente, usar outras pessoas como meio para alcançar um fim, e, desta forma, fui vitima de prejuízos financeiros e no momento vivo situação delicada no último relacionamento.
O segundo grande ensinamento foi sobre o amor. Ele  nos ensinou a amar a todas as pessoas com um amor divino. Seus sermões mais queridos eram os que falavam sobre o amor de Deus por nós, e sobre como devemos amar a toda a humanidade. Viver com amor nos nossos dias também é muito perigoso. Vivemos em um tempo em que a palavra amor não tem mais o mesmo significado. Eu me lembro de como ele distinguia entre o amor de Deus ( ágape), o amor de irmãos ( fileo), e o amor  de amantes (Eros), para nos lembrar que devemos amar de forma diferente nossos pais, nossos irmãos, e nossos parceiros ou companheiros que viéssemos a escolher para seguir conosco a estrada da vida, cujo principal objetivo era viver o amor divino na terra e onde a família era o espaço privilegiado de viver este amor. Qual de nós não se lembrará de sua voz lendo I Coríntios 13 – a mais bela ode ao amor já escrita?
O terceiro grande ensinamento. Ele nos ensinou a confiar em Deus. Ele fez-nos acreditar que Deus nunca abandona seus filhos, não importa o quanto pecador este filho se torna. Ensinou tal verdade com tanta fé, a todos que encontrou em seu caminho, arriscou por tal fé, e aceitou, muitas vezes ser diminuído em nome desta fé, por que acreditava que nada acontece sem que Deus permita. Eu me lembro, quando fiquei maravilhado diante de tanta fé, o Pastor tinha exatamente a idade que tenho hoje, 37 anos. Eu o perguntei por que ele não era valorizado na igreja, por que não ocupava um espaço onde com tal sabedoria poderia ajudar mais pessoas.  Ele ficou em silêncio, para em seguida dizer que apenas deus sabe os verdadeiros propósitos de nossas vidas. Só hoje, compreendo esta verdade.
O quarto grande ensinamento. Devemos aprender as grandes virtudes, sobretudo buscar a sabedoria. Assim, todos nós fomos instados a estudar, e a estudar muito. Não o estudo para ter uma profissão, mas o estudo onde o conhecimento fosse o caminho para a sabedoria. No mundo onde todos estudam para aprender as leis do mercado, nós estudamos para ter virtudes, sabedoria, aprender a viver no amor, servir, ser feliz. Quem de nós não leu algum livro sobre virtudes, heroísmo? Que de nós não ouviu dos lábios dele a história de Jonas, de Daniel, de Davi, e de tantos outros homens de Deus? Quem de nós não sorveu diversos livros de Elen G White  e tantos outros para aprender sobre a vida daqueles que escolhem servir a Deus.
Eu creio que estes foram os grandes ensinamentos que o Pastor nos legou, sobre os quais juramos no nosso batismo. A pergunta que fica é por que a maioria de nós não conseguiu estabelecer lares felizes, ter sucesso na vida profissional, tornar-nos referência em virtudes? Eu não creio que não tenhamos tentado como não creio que fracassamos ainda.  Na vida dos nossos dias a verdade quase não aparece. Parece que trevas têm recaído sobre nós. No entanto, não creio que tudo está perdido. Admito que às vezes as tristezas pareçam tomar conta como se não houvesse mais esperança. E é neste momento que os ensinamentos voltam com toda a força, na certeza de que tenho vido na fé, na esperança e na caridade e que a minha vitória haverá de aparecer.
 Não sei, em detalhes, como está cada um de meus irmãos, mas sei que não devemos acreditar que fracassamos. Aprendemos a viver no amor, e não devemos deixar de viver assim. Devemos continuar tentando viver, adaptar ao nosso tempo este jeito de viver no amor em um mundo tão turbulento, injusto, e cruel. Sei e creio que seremos recompensados. Afinal, aprendemos que "Fui moço e já agora sou velho e nunca vi um justo desamparado ou sua descendência a mendigar o pão".

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