Liberdade, Liberdade, abre as asas sobre nós ( Sobre a Marcha da Liberdade e em defesa da liberação da Maconha)



O que é que eu vou fazer com essa tal liberdade
Se estou na solidão pensando em você
Só para Contrariar.
Tenho pensado insistentemente nos últimos dias, em alguns temas, e este artigo é apenas o primeiro de muitos que pretendo escrever em defesa do futuro da juventude. Vejo uma irresponsabilidade tremenda na postura de alguns intelectuais, pela forma como estão saindo em defesa de alguns temas que afetam diretamente a vida das pessoas, e, estão fazendo isso em nome da liberdade. Não há muito tempo escrevi um texto que o grande problema de nossa época é a dificuldade que temos dificuldade de lidar com o excesso de liberdade, e que pior, em nome da liberdade retiramos dos outros o direito de não fazer algumas coisas na vida.
A citação que abre este texto da Música do Grupo “Só Para Contrariar”, representa descobertas que muitos jovens de hoje fará um dia, caso muitas providências não sejam tomadas agora. Afinal, o que fazer com a liberdade quando perdemos a nosso melhor tesouro que é a nossa capacidade de decidir? Paulo Coelho, ex-usuário de drogas, e hoje, um grande escritor conhecido mundialmente disse:  “O grande problema da droga é que ela mata a coisa mais importante que você tem – o seu poder de tomar decisão”. Apenas por este depoimento seria suficiente para que eu tomasse a minha decisão de ser contra a liberação de qualquer droga.
Sou parte de um grupo de brasileiros que não possui nenhum tipo de dependência química. E não sou religioso, nem tão pouco um moralista abstrata. Sou assim por que aprendi desde cedo a valorizar o meu corpo, minha saúde, pois era a única propriedade que me pertencia e a única coisa com a qual vim ao mundo. Há dez anos atrás, as drogas contra as quais lutávamos eram o fumo ( quantas vezes ministrei cursos de como deixar de fumar), e, o álcool. Hoje, ao lado destas drogas convivemos com maconha, cocaína, crack, e tantas outras. O número de dependentes cresce assustadoramente, e, sempre mais no meio da população menos favorecida. No Brasil, no ano de 2008, havia, segundo a ONU, já mais de 800 mil usuários de cocaína; no ano de 2010, 5% dos traficantes presos na Holanda saíram do Brasil, e, assustadoramente no ano de 2010, 49% dos jovens universitários no Brasil já haviam utilizado algum tipo de drogas ilícitas.
Maconha como as demais drogas,  tabaco, álcool, cocaína, crack, causam dependência por intoxicação do organismo e provoca diversos problemas de saúde. Segundo estudos[1] da Unifesp, a uso da maconha afeta a atenção, concentração, a memória e aprendizagem. Mesmo que fossem apenas estes males, imagine o estrago que pode fazer ao país na formação da juventude? Imagine ministrar uma aula de filosofia a uma turma de 40 alunos onde metade deles tivessem feito uso da maconha? Sim, por que uma vez liberada como será o controle, uma vez que seus efeitos duram no corpo do individuo afetando seus reflexos? Outro dado dos estudos da Unifesp é que usuários propensos a ter problemas psíquicos podem ter no uso da maconha o “stopim” para o surgimento e agravamento do problema.
Mais do que isso, a forma como o problema está sendo tratado aparece para os mais jovens como se a liberação da maconha e seu uso fosse uma conquista boa para auto-afirmação da cidadania. Não é. Ninguém precisa da liberação da maconha para ser bom cidadão. Liberdade também significa o direito de não usar. No momento em que tais marchas impõe a todos  o direito de usar como imperativo supremo da vida, alguma coisa está errada.
O que mais tenho medo é que seguindo à marcha da maconha, logo venha a marcha dos assassinos, a marcha dos ladrões, afinal, o estado precisa garantir a todos o direito de defesa. Acredito no princípio da mais ampla liberdade na mais irrestrita independência, porém, quando tais liberdades retira o direito da liberdade negativa, ou seja, da liberdade de não fazer, alguma coisa é preciso ser repensada.
O que mais tenho medo é de que uma geração inteira que venha a embarcar nesta liberdade termine suas vidas cantando. “E agora o que eu faço com tanta liberdade, se estou aqui sozinho pensando em você (....) Eu andei errado, eu pisei na bola, troquei quem mais amava por uma paixão, mas a gente aprende, a vida é uma escola ...” Sim, por que as drogas, desde as lícitas às ilícitas tem sido motivos de destruição de muitos relacionamentos, muitas carreiras profissionais promissoras, pois como disse Paulo Coelho, as drogas nos tiram a coisa mais preciosa que temos: o poder para tomar nossas próprias decisões.
Não vou a nenhuma marcha pela liberação da maconha. Aliás, caso tenha o plesbicito trabalharei esclarecendo aos jovens do mal que faz ao futuro o uso de drogas, lícitas ou não. Também não vou a tal marcha da liberdade. A forma como se tem visto a liberdade não diz do que sei que é liberdade. Liberdade que destrói vidas não é liberdade. Liberdade que leva pessoas a se tornarem doentes, solitárias, sozinhas, abandonadas, não é liberdade. E mesmo que seja, para que serve tal liberdade?


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