O PMDB, Palocci, e a urgência de uma educação política contra a compra de votos


A ladainha que se assiste no congresso nacional tem como pano de fundo um velho vício da política brasileira:a compra de votos seja por dinheiro, objetos ou favores. O que explica a relação do PMDB no governo Dilma é apenas isso, até, por que, caso a compra de votos deixe de existir e o cidadão mude a lógica de escolhas de candidatos na época eleitoral o PMDB é um partido que pode desaparecer se não fizer uma revolução no seu modo de existir.
O PMDB é o partido que melhor se adaptou aos vícios regionais de se fazer política. Alguns chamam isso de fazer a pequena política, a política do “toma lá, dá cá”. A lógica vai da base ao topo, e esta lógica que o PMDB tenta impor ao governo Dilma. Engraçado que é velha, foi a mesma lógica que explica a aprovação da emenda constitucional que aprovou a reeleição de Fernando Henrique Cardoso, e, a mesmíssima lógica que fez existir o chamado Mensalão na era Lula/Dirceu.
Na verdade, o que fica é que o PMDB é o único partido que realmente teve poder desde a democratização. PSDB, PT, e DEM, são na verdade figurantes de luxo, ou serviçais dos caciques do PMDB. Outrora, o político brasileiro que mais vociferou contra tal sanha do PMDB por cargos foi Ciro Gomes. Silenciado, Ciro se recolheu ao recanto de sua terra no Ceará, e deixou de participar dos debates nacionais. Lição que fica, nem Ciro conseguiu mexer com o PMDB e sair impune.
No momento, a questão se dá em torno de Palocci. Alguns analistas, e parece ter sentido, dizem que  ninguém  no PMDB, está realmente preocupado se o Ministro foi corrupto ou não, eles, apenas querem utilizar o momento de fraqueza para conseguir o que até agora não tinha sido possível: ocupar todos os espaços possíveis no Governo Dilma para continuar fazendo a política que sempre fizeram.
O problema é que a compra de votos, ou a chamada troca de favores é uma questão crônica  no Brasil de hoje. Acontece na eleição de vereadores, prefeitos, deputados estaduais, federais, e, de forma invertida nas eleições majoritárias de governador e presidentes. Nestas, além de ter de comprar votos para se elegerem os candidatos ainda tem de lidar com os atravessadores que tornam o produto ainda mais caro. E quem são os atravessadores? Vereadores, deputados, e prefeitos.
É preciso fazer a leitura correta. Na verdade o que acontece agora é que os atravessadores que garantiram a eleição de Dilma vêm aproveitar o momento para cobrar a fatura. É triste, mas é o que podemos assistir quando se transforma o processo eleitoral em um jogo de negócios, ou quase um leilão e praça pública. Ou fazemos uma educação política para acabar com a compra/venda de votos, ou a compra/venda de votos vai destruir o presente e   o futuro do Brasil.

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