Dúvida ideológica



Nelson Soares dos Santos

No compasso da preguiça, talvez de direita.
Buscando a lei do menor esforço.
A miséria em todas as formas a espreita.
Vivendo na revolta, tendo a corda no pescoço.

No compasso da hipocrisia, de esquerda, talvez...
A luta se transforma em um mero bordão.
Homens desequilibrados, sem nenhuma altivez.
Atolados, no lamaçal da corrupção.

Nem direita, nem esquerda... talvez o centro.
Agarrados e misturados ao poder como a cinza e o seu vulcão;
Não diferenciados, aloprados, mesmo se pedra ou areia ao vento.
No fim, todos atolados. Mestres da corrupção.

Salpicados, extremistas, meio que sem identidade.
São nanicos, cheios de uma bravura indômita.
Fazem barulho, poluem, e pouco faz pela cidade;
Por vezes, e no entanto, deixa a sociedade atônita.

E ainda há, uma multidão que vive orgulhosa.
A razão, dizem: não faço política, não tenho ideologia.
É a camada mais densa e que vive em polvorosa,
Mergulhados na ignorância  ao nascer de cada dia.

E eu, aqui estou nesta dúvida ideológica.
Sentado, quase aflito, ouvindo outros lamentos
Seguindo, bem devagar, tentando entender a lógica
Daqueles que conseguem fazer da vida um breve entretenimento.






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