Os Institutos Federais de Educação (IFs), A Educação de qualidade e os cortes do Governo Dilma


Nelson Soares dos Santos[1]

No sábado (22/08) participei de uma reunião pedagógica no Instituto Federal de Educação de Goiás ( Campus Goiânia Oeste). Estava lá como pai e não como educador. Uma filha de 14 anos, sem minha total aprovação decidiu fazer o Ensino Médio no IF. Escolheu o curso de Nutrição e dietética em um campus em estado de implantação e funcionando em uma sede provisória. Embora diversos colegas, que já são funcionários do Sistema IF, tivessem me dito que o sistema provia seus estudantes de um ensino/formação de qualidade, e, um dos colegas de Doutorado[2] ter escrito uma tese sobre a qualidade do ensino oferecida no Campus de Ceres, não sentia muita firmeza nas possibilidades oferecidas.
Pensava  ser os IFs, uma versão piorada da lei 5692/71. Um processo de profissionalização que deixaria a desejar a formação humana dos jovens e adolescentes, e que no final não propiciaria  formação profissional nem preparação para entrada nas melhores Universidades do país. Entretanto diversas variáveis mostram que o sistema atual difere profundamente do sistema anterior. No sistema atual, os IFs foram equiparados às Universidades nos quesitos como autonomia, investimento em pesquisa, plano de carreira dos professores, dentre outros.
No quesito Autonomia, funcionam como sistemas Multicampis, pluricampis e com possibilidades de criar ou fechar cursos de acordo com as demandas regionais e emitir os diplomas. Na questão da pesquisa os professores altamente qualificados com nível de Mestrado ou Doutorado são incentivados a desenvolver projetos de pesquisas para introduzir os estudantes na área  por meio do PIBIC/EM ( Programa Brasileiro de Iniciação Científica no Ensino Médio. Todas estas vantagens colocaram os IFs entre os melhores do ENEM ( Exame Nacional do Ensino Médio); e, pelas observações pessoais que tenho feito ao longo destes seis meses, no processo de aprendizagem da minha filha, posso afirmar, sem medo de errar, que no caso goiano, os IFs, se analisados a formação em sua integralidade não deixam a desejar a educação/formação oferecida por colégios como WR ou Colégio Olimpus, considerados os melhores de Goiás. É uma pena que a Educação/Formação oferecida pelos IFs que podem a vir tornar os seus estudantes cidadãos do mundo como bem definiu o colega Marcos Antônio Carvalho em sua tese de doutoramento, é ainda restrito e seletivo, e, para tristeza maior é vitima de cortes em seus orçamentos devido as restrições orçamentárias impostas pela crise que o país enfrenta, fruto de um governo sem planejamento e  sem compromisso com o futuro do país.
Todos aqueles que hoje lutam por uma educação de qualidade devem voltar os olhos para o Sistema IFs. Pode ser uma saída para a construção de uma sistema público de ensino com qualidade, que de um lado forma cidadãos, profissionaliza, e permite àqueles que escolherem prosseguir os estudos no nível seguinte ( Nível superior),  e de outro provê o país de mão-de-obra qualificada e pesquisadores de ponta garantindo o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. A expansão responsável e planejada do sistema pode resolver de forma definitiva os problemas da Educação Brasileira.
  

                                   




[1] Nelson Soares dos Santos é Licenciado em Pedagogia, Mestre em Educação Brasileira (UFG), Professor de Filosofia na Faculdade Delta, membro do Diretório Nacional do PPS – Partido Popular Socialista.
[2] Carvalho, Marco Antônio de. Técnico Agrícola – Peão Melhorado?  Tese de Doutorado, PUC – Goiás.

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