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Mostrando postagens de 2016

O voto solitário de Rubens Otoni e a resistência progressista em Goiás.

Nelson Soares dos Santos [1] No dia da votação do impedimento da presidente na câmara houve quem tivesse a esperança de que dois ou três deputados goianos votassem contra. São deputados que durante o processo eleitoral se colocam como progressistas e democratas perante os eleitores criando uma imagem de compromisso com o bem comum. Flávia Morais foi o caso mais emblemático. Filiada ao PDT, muitos dos seus eleitores esperavam que ela votasse contra o processo do impedimento. De outro lado, outra parte dos seus eleitores que identificam como sendo da base do Governador Marconi pressionavam para que votasse a favor do impedimento. Mantendo o mistério até   a última hora, a deputada votou pela aceitabilidade da denúncia deixando assim o deputado Rubens Otoni como único voto contra na bancada goiana. Quem conhece o modelo de operação política do Governador Marconi sabe que é possível que  ele tenha tentado influenciar mesmo o voto do deputado Rubens Otoni. Até mesmo aqueles que lu

EDUARDO CUNHA E A CULTURA DA CORRUPÇÃO NO BRASIL

Nelson Soares dos Santos [1] Quando saiu o resultado da votação do Conselho de Ética pela cassação de Eduardo Cunha, muitas pessoas comemoraram nas redes sociais. De fato, é um alívio. Foram seis meses convivendo com cinismo em rede nacional, ao vivo, em cores, gravado e documentado. Parece que é óbvio comemorar, entretanto, o fato de Eduardo Cunha ser cassado agora pode estar revelando algo ainda mais preocupando sobre a sociedade brasileira. Se for feito  pergunta: Por que Cunha durou tanto tempo? Por que afinal, quando toda a opinião pública sabia da falta de decoro e corrupção ele ainda encontrou forças para aprovar e presidir o impedimento de um presidente da república? E por que tantos intelectuais justificavam que não era hora de cassar Cunha pois era preciso servir dele para derrubar um presidente? Esta última pergunta é a mais preocupante. Quando a opinião pública manipulada, ou aqueles que formam a opinião pública fazem o périplo que fizeram para justificar a presen

A intervenção no PDT e o sonho de uma esquerda democrática em Goiás.

Nelson Soares dos Santos [1] No ano de 2001, então dirigente do PC do B no Estado defendi efusivamente o lançamento da candidatura de Aldo Arantes para Governador do Estado, e fortalecia o sonho de ter nosso estado governado por uma esquerda democrática. Goiás nunca teve um governo voltado para o humanismo e a democracia. O Governador que mais poderia aproximar deste título teria sido Mauro Borges, e, mais recentemente Henrique Santillo. Entretanto ambos estiveram presos nas estruturas do coronelismo fundado nos meios de produção da Agricultura e da pecuária e, em uma cultura de submissão por parte da sociedade civil a um modelo de vida ultrapassado de cidadania pobre e periférica. Na verdade é difícil dizer que existe em Goiás cidadania política. Os últimos dois Governadores ( Iris Rezende e Marconi Perillo) tornaram-se verdadeiros coronéis e não contribuíram para fazer avançar um modelo de sociedade democrática em Goiás. Recentemente li nos jornais que o Presidente Nacional

Em defesa de Lula e do PT: Ou de como a sociedade não retrocederá

. [1] Nelson Soares dos Santos No primeiro momento a impressão que se dá é que a situação do PT é indefensável. Eu nunca fui um petista roxo. Minha primeira candidatura a um cargo público foi a vereador da cidade de Divinópolis de Goiás pelo Partido Progressista. Recém saído do internato já guardava em meu ser as idéias humanistas que hoje defendo, entretanto, achava o partido dos trabalhadores radical demais e não concebia como ainda não concebo as mudanças na sociedade por meio da revolução e sim por meio da evolução. Não acreditava no Socialismo/Comunismo como visão de mundo e modo de vida, nem tão pouco como forma de governo de Estado. Embora mergulhasse nos estudos das obras marxistas nos anos 90, acompanhado a queda do muro de Berlim, o fim da União Soviética e a ascensão da Social Democracia nunca me conteve a idéia de que o fim de um mundo Socialista/Comunista representasse o fim das lutas por um mundo com menos desigualdade social. De outro lado também não me enver

Não consigo admirar o Sérgio Moro

Nelson Soares dos Santos Não sei por que razão não consigo admirar o Juiz Sérgio Moro. Hoje vejo que a Revista Fortune o colocou como o 14º líder mais importante do mundo. Sempre considerei as avaliações da revista como sendo próximas da realidade, mas, mesmo assim não consigo admirar Sérgio Moro. Já avaliei o Cúrrículo Lattes dele inúmeras vezes, li os artigos científicos que ele escreveu e publicou, a dissertação, a tese de doutoramento e, nada. Minha mente rumina, falta sinceridade de propósito, falta consistência. 1.            Sérgio Moro sabia que as relações promíscuas entre empreiteiras e políticos começou no ano de 1971, portanto, ainda no Governo dos militares. Por que começou a investigar apenas o Governo do PT? 2.            Sérgio Moro sabe que o processo de financiamento de campanha é um verdadeiro negócio onde está implícito o superfaturamento das obras públicas e que todos os empresários que contribuem para campanhas eleitorais o fazem pensando em levar vantag

Não existe doação legal para campanhas eleitorais no Brasil

. Nelson Soares dos Santos A palavra doação é um substantivo feminino e significa ato, processo ou efeito de doar alguma coisa. Então para ser doação a pessoa que pratica o ato de doar não pode e não deve esperar nada em troca, ou do contrário deixa de ser doação e passa ser um negócio que gera algum tipo de expectativa de submissão.  Por esta razão eu não acredito em doação legal para campanhas eleitorais por que o que chamam de doação nada mais é que a criação de uma expectativa de ganhos e lucros por meio de participação no trabalho de obras do Estado ou de prestação de serviços nos governos eleitos.  Funciona mais ou menos assim: 1.            Durante as campanhas eleitorais os candidatos vão ate os empresários “pedir” doação. Depois de vários encontros e várias reuniões o empresário ao compreender que aquele candidato vai lhe “ajudar” a ganhar licitações, facilitar trâmites no interior da burocracia do Estado então ele entra na lista de recebedores de “doação” da empresa. 

O que a Lista dos corruptos da Odebrecht pode nos ensinar

Nelson Soares dos Santos Tornou-se público, hoje, uma lista com mais de 200 políticos de mais de 18 partidos diferentes. Não me assustou. Ao contrário do que pensam os leigos em política que estão liderando as ruas contra Dilma toda pessoa que já foi dirigente partidário ou candidato a cargo político no Brasil de tem um mínimo de inteligência e sagacidade sabe exatamente como funciona o processo de financiamento político-partidário no Brasil. 1.            Todos os partidos funcionam de forma mais ou menos centralizada. Isso significa que os dirigentes nacionais sabem ( pelo menos informalmente) o que acontece nos estados e nos maiores municípios. O processo de controle é feito mediante a eleição dos dirigentes estaduais e municipais, isso nos partidos que tem um mínimo de democracia ( PMDB, PT, PSB, PC do B, PPS etc), entretanto, mesmos nestes partidos, em alguns estados  a política é personalizada em um político que manda e desmanda e só consegue ser alguma coisa no partido

A Delicada Situação.

Nelson Soares dos Santos Talvez estes seja um dos últimos artigos que eu escreva antes de calar-me perante a situação delicada que o Brasil vive, não por medo, mas por que há momentos que falar não contribui para a construção da paz. “Há tempo de falar e  há tempo de calar”, disse Salomão há mais de dois mil anos atrás. Caso eu opte pelo silêncio neste artigo vou expor algumas idéias que possam justificar minha atitude. 1.      O Brasil vive hoje uma situação profundamente delicada. Parece um momento de travessia, um daqueles momentos históricos onde muitos atores se tornam importantes no processo e, portanto podendo ser responsabilizados pelo desenrolar da trama. 2.      Dos 39 partidos políticos existentes, quase uma dezena estão envolvidos profundamente em corrupção e acusação de desvios de recursos públicos. O PMDB por meio dos seus principais líderes, Presidente do Senado e da Câmara; O PSDB, com citações diretas dos seus principais líderes em escândalos com destaque p

Proposta do PPS sobre Educação em Debate

TEXTO EDUCAÇÃO Prólogo Este documento pretende servir de base para a discussão nacional e a construção coletiva pelo Partido Popular Socialista (PPS) de uma proposta de diretrizes para a educação pública, compreendida como fundamento do princípio da dignidade humana, e tem como objetivo trazer subsídios à gestão municipal em todo o país. Sem a pretensão de se apresentar como um texto pronto e acabado, o objetivo é fomentar o debate, estimular a crítica para a construção dos consensos que irão aprimorar a proposta e consolidar a sua versão final. Redigido em linguagem que se pretende acessível, ele tem a intenção de servir de ponto de partida para a análise participativa e de ser aprimorado, ou mesmo substituído, pelas valiosas contribuições dos membros do partido que, em sua imensa maioria, têm enorme apreço pelas causas do magistério e da escola pública brasileira. O PPS se sente no dever de apresentar sua contribuição ao debate nacional e oferecer à reflexOo dos gestores pú