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Mostrando postagens de junho, 2016

O voto solitário de Rubens Otoni e a resistência progressista em Goiás.

Nelson Soares dos Santos [1] No dia da votação do impedimento da presidente na câmara houve quem tivesse a esperança de que dois ou três deputados goianos votassem contra. São deputados que durante o processo eleitoral se colocam como progressistas e democratas perante os eleitores criando uma imagem de compromisso com o bem comum. Flávia Morais foi o caso mais emblemático. Filiada ao PDT, muitos dos seus eleitores esperavam que ela votasse contra o processo do impedimento. De outro lado, outra parte dos seus eleitores que identificam como sendo da base do Governador Marconi pressionavam para que votasse a favor do impedimento. Mantendo o mistério até   a última hora, a deputada votou pela aceitabilidade da denúncia deixando assim o deputado Rubens Otoni como único voto contra na bancada goiana. Quem conhece o modelo de operação política do Governador Marconi sabe que é possível que  ele tenha tentado influenciar mesmo o voto do deputado Rubens Otoni. Até mesmo aqueles que lu

EDUARDO CUNHA E A CULTURA DA CORRUPÇÃO NO BRASIL

Nelson Soares dos Santos [1] Quando saiu o resultado da votação do Conselho de Ética pela cassação de Eduardo Cunha, muitas pessoas comemoraram nas redes sociais. De fato, é um alívio. Foram seis meses convivendo com cinismo em rede nacional, ao vivo, em cores, gravado e documentado. Parece que é óbvio comemorar, entretanto, o fato de Eduardo Cunha ser cassado agora pode estar revelando algo ainda mais preocupando sobre a sociedade brasileira. Se for feito  pergunta: Por que Cunha durou tanto tempo? Por que afinal, quando toda a opinião pública sabia da falta de decoro e corrupção ele ainda encontrou forças para aprovar e presidir o impedimento de um presidente da república? E por que tantos intelectuais justificavam que não era hora de cassar Cunha pois era preciso servir dele para derrubar um presidente? Esta última pergunta é a mais preocupante. Quando a opinião pública manipulada, ou aqueles que formam a opinião pública fazem o périplo que fizeram para justificar a presen

A intervenção no PDT e o sonho de uma esquerda democrática em Goiás.

Nelson Soares dos Santos [1] No ano de 2001, então dirigente do PC do B no Estado defendi efusivamente o lançamento da candidatura de Aldo Arantes para Governador do Estado, e fortalecia o sonho de ter nosso estado governado por uma esquerda democrática. Goiás nunca teve um governo voltado para o humanismo e a democracia. O Governador que mais poderia aproximar deste título teria sido Mauro Borges, e, mais recentemente Henrique Santillo. Entretanto ambos estiveram presos nas estruturas do coronelismo fundado nos meios de produção da Agricultura e da pecuária e, em uma cultura de submissão por parte da sociedade civil a um modelo de vida ultrapassado de cidadania pobre e periférica. Na verdade é difícil dizer que existe em Goiás cidadania política. Os últimos dois Governadores ( Iris Rezende e Marconi Perillo) tornaram-se verdadeiros coronéis e não contribuíram para fazer avançar um modelo de sociedade democrática em Goiás. Recentemente li nos jornais que o Presidente Nacional

Em defesa de Lula e do PT: Ou de como a sociedade não retrocederá

. [1] Nelson Soares dos Santos No primeiro momento a impressão que se dá é que a situação do PT é indefensável. Eu nunca fui um petista roxo. Minha primeira candidatura a um cargo público foi a vereador da cidade de Divinópolis de Goiás pelo Partido Progressista. Recém saído do internato já guardava em meu ser as idéias humanistas que hoje defendo, entretanto, achava o partido dos trabalhadores radical demais e não concebia como ainda não concebo as mudanças na sociedade por meio da revolução e sim por meio da evolução. Não acreditava no Socialismo/Comunismo como visão de mundo e modo de vida, nem tão pouco como forma de governo de Estado. Embora mergulhasse nos estudos das obras marxistas nos anos 90, acompanhado a queda do muro de Berlim, o fim da União Soviética e a ascensão da Social Democracia nunca me conteve a idéia de que o fim de um mundo Socialista/Comunista representasse o fim das lutas por um mundo com menos desigualdade social. De outro lado também não me enver