Memorial

Lições de Sun Tzu e a batalha de 2012 – Parte I
Conheci o pensamento de Sun Tzu quando tinha 14 anos de idade. Desde então este pensador marcou minha vida. É para mim, um dos maiores estrategistas que a civilização humana já conheceu. Na época cheguei a obra de Sun Tzu por meio de estudos sobre o templo de Salomão. Eu era, e ainda sou, um admirador de Salomão para mim um dos homens com maior sabedoria da história humana. Um dia, conversava com um pastor sobre a história de Salomão quando este me disse que Salomão tinha viajado pela china, Egito, e muitos outros países do Oriente antes de se tornar o sucessor do rei Davi. E na procura de livros sobre o oriente que por ventura tivesse alguma relação com Salomão acabei tendo nas minhas mãos a obra de Sun Tzu.
Uma coisa que fica claro ao estudar o pensamento de Salomão e de Sun Tzu, é o conhecimento verdadeiro quando puro parece ter a mesma raiz. A sabedoria é única. E quando alcançada nos leva a perfeição. Existem muitos outros grandes estrategistas por mim já lidos e estudados, e que também ocupam minha mente: Aníbal, de Cartago; os reis de Roma; os Gregos; Os persas; Babilônios; e, já mais próximo de nós, temos alguns Nicolaus da Rússia que foram grandes estrategistas, e, europeus, como o Rei Ricardo, o Misterioso Artur, e, por que não Napoleão. No entanto, nos últimos dias tem sido Sun Tzu que muito tem me ajudado a pensar a Política goiana perceber os erros e acertos dos nossos líderes.
A primeira lição de Sun Tzu. O Que é o Poder e o Estado.
“A guerra é a empresa essencial do Estado, a base da vida e da morte, o tão para a sobrevivência e a extinção, deve ser profundamente ponderada e analisada”.
Os leitores apressados logo pensam que a idéia é de que quem vive no e sob o estado vive constantemente em guerra. Não é isso. Lendo com atenção se vê que ao contrário, ele está alertando que antes de entrar em uma guerra deve ponderar muito, e para isso, ele mostra o caminho, o que chama de cinco fatores: o tão, a terra, o céu, os generais, as leis, e, fica claro, se um general não conhece estes fatores melhor não ser general. A questão mais séria vem nas perguntas seguintes: afinal, quem tem o Tao, e que é o Tao?
Até aqui nesta primeira lição, alguns políticos goianos, pelos seus discursos parecem não entender que o poder gera disputas. E que ter o Tao é a única forma de lidar com as disputas quando elas aparecem. Ter o tão, significa saber a origem absoluta das coisas. Explicando: Em Goiás, quem tem o Tao do Poder? Quem realmente tem o poder? E quem sabe o caminho que pode levar alguém ao poder? Nos últimos dias vi alguns políticos se movimentarem, e pelo visto, não sabem quem tem o Tao. Os deputados do PMDB, ao se movimentarem na tentativa de oxigenar o PMDB, demonstram entender que pressionando Iris Rezende encontraram o caminho. Do outro lado, o Deputado Joaquim de Castro parece julgar que pressionando a Direção Nacional do PPS, assume o controle do Partido. Ambos erraram, por que não sabem que tem o TAO em Goiás. E mesmo que venham conseguir o controle dos respectivos partidos, terão o futuro de longo prazo totalmente comprometido. E é simples, por que se não se sabe quem tem o Tao, todo o restante fica comprometido, não adianta ter o céu, a terra, as leis e nem mesmos os mais sábios generais. Só se pode iniciar uma guerra, tento o tão da guerra, ou tendo o consentimento de quem tem o tão da guerra.
Segunda lição: A guerra é o tão do ardil.
“A guerra é o tal do ardil. Assim, ainda que sejas capaz, exibe incapacidade. Quando decidido a empregar tuas forças, finge inatividade. Quando teu objetivo estiver próximo, faz com que pareça distante; quando distante, finge a ilusão de que está próximo”
Talvez este seja o maior dos ensinamentos do mestre. O Ardil é a essência da guerra. Isto me lembra um dos ensinamentos de Confúcio, quando ele diz a seus discípulos que se em um estado você não conseguir saber quem realmente detém o poder, e as pessoas que o habitam são extremamente ardilosas o melhor é você não viver ali, por que certamente o destino é a ruína e a destruição. A questão é que sendo a guerra algo natural na luta pelo poder, o ardil é também natural, mas quando há uma confusão de quem de fato exerce o poder o excesso de ardil pode levar a destruição. Nos dias de hoje, esta confusão torna-se ainda maior. A imprensa, as redes sociais e outros mecanismos cria nas pessoas uma ilusão de que elas podem influenciar os rumos das coisas, quando na verdade as limitações são bem maiores do que parecem.
É verdade que as mídias podem sim influenciar. Afinal, podem facilmente destruir reputação. No entanto, o verdadeiro poder não está na mídia e não é alcançado por ela. O verdadeiro poder continua tão secreto como sempre foi. E continua existindo uma distância enorme entre aqueles que possuem o caminho do poder e aqueles que vivem de ilusão. Um exemplo recente na política goiana, é o deputado Thiago Peixoto. Não compreendeu o ardil da guerra, e sobretudo, não soube separar ilusão de realidade. Demonstrou não conhecer o céu, a terra, as leis, os generais, e, pior, demonstrou não conhecer a si mesmo. O Deputado Thiago Peixoto não fará uma revolução na educação, não por ele, mas por que não possui nem um dos cincos fatores ao seu favor. O céu, a terra, as leis, os generais, até mesmo o povo, agirá contra a possibilidade de uma revolução no campo da educação.
A terceira grande lição : A manipulação do inimigo.
“Exibe proveitos para atraí-los. Cria desordem em seus exércitos e toma-os.
“se forem sólidos, prepara-te para eles; se forem fortes, evita-os.
“Se forem coléricos, irrita-os; Sê o oposto para provocar sua arrogância”
“ Se estiverem descansados, força-os a se exaurirem”
“Se forem unidos, faz com que se separem”
“Ataca onde eles não estão preparados”
“Avançam onde eles não esperam”
No campo da manipulação do inimigo não existe melhor estrategista em Goiás que Marconi Perillo. O exemplo de como venceu o PMDB e seus aliados, em todas as eleições é digna de nota. No primeiro mandato conseguiu atrair para si praticamente todo pensamento progressistas em Goiás, e assim, fragilizou até o Partido dos Trabalhadores. Na eleição recente, deu um golpe de mestre no PMDB ao conseguir cooptar o deputado Thiago Peixoto para suas bases. Fazendo isso, eliminou o principal rival em um futuro próximo, e, desorganizou e, deixaram perplexa todas as fileiras do PMDB. A razão pela qual Marconi consegue manipular tão fácil as lideranças é a base moral da sociedade goiana. Os interesses dos líderes goianos são quase sempre forjados a partir de vaidades e interesses pessoais, o que leva a ilusão e a embriaguez. O individuo na ilusão acaba por desconhecer seu próprio valor, aliado isso a vaidade, faz acreditar poder realizar coisas quase impossíveis. Valores como lealdade, fidelidade e gratidão estão cada vez mais em baixa. Tristemente, perde o país com o erro de tais líderes. Um exemplo interessante foi Meirelles, tivesse ele ficado no PSDB, teria se tornado uma liderança ímpar na oposição. No governo Lula, Meirelles ficou oito anos no Banco Central, e, agora, ninguém mais ouve falar. No processo de manipulação o maior perigo é não ter o controle das leis, ou seja, não ter a garantia de que sua vontade como líder será cumprida, pois o processo de cooptação gera ciúmes, divergências, e disputas na própria base.

Quarta grande lição. Quando concluir que está pronto para a batalha.
“Na antiguidade, aqueles que exceliam na guerra primeiro tornavam a si mesmo inconquistáveis, para aguardar o momento em que o inimigo pudesse ser conquistado”
Esta é uma lição de ouro do mestre. Para se tornar inconquistável o individuo precisa conhecer a si mesmo, e conhecer o inimigo, e, aprender que ser inconquistável reside nele mesmo. Interessante, é que aqui voltamos ao mesmo ensinamento grego de Sócrates do Conhece te a ti mesmo. A capacidade de se conhecer só se torna possível quando desenvolvemos aquilo que os gregos chamaram de virtudes morais, espirituais e intelectuais, ou seja, a excelência da sabedoria. Engraçado que no processo de conhecimento de nós mesmos é que descobrimos quem e onde estão nossos inimigos. Um exemplo engraçado é o Filme “O poderoso Chefão”, e ali se vê que saber quem de fato é o inimigo e o que realmente somos e significamos é extremamente importante para saber o momento certo de ir a uma batalha. Em Goiás, o fato é que poucos políticos são capazes de fazer este tipo de reflexão. Poucos conhecem a si mesmos, poucos conhecem seus partidos e aliados, e poucos conhecem bem o estado. A ignorância gera ilusão e confusão. Aqui, um louvor a direita em Goiás. Ronaldo Caiado parece ser o político mais consciente do seu lugar e seu papel, e, por isso, já está perdendo as contas de quantos mandatos tem de deputado federal, e, pior, a direita avança cada vez mais em Goiás forjando líderes como José Eliton, João Campos, Demostenes Torres, Heuler Cruvinel, dentre outros.
Quinta lição. A manipulação do Espírito.
“Em ordem espera o desordenado; em tranqüilidade, espera o clamoroso. Este é o caminho para controlar a mente.” --- “Com os próximos esperas os distantes; com os descansados espera os fatigados; com os saciados espera os famintos. Esse é o caminho para controlar a força” --- “Não interceptes bandeiras bem ordenadas, não ataque formações bem reguladas. Esse é o caminho para controlar as mudanças”.
A manipulação do espírito é algo que se faz o tempo todo e só consegue fazer aquele que tem o tao. É preciso antes de tudo ser inconquistável. O preparo do espírito é algo que se leva tempo para construir. Manejar o próprio humor, a própria raiva, a ordem interior não é algo que se possa ser feito por iniciantes. Exige disciplina mental, virtudes espirituais, e, sobretudo saúde física, mental, e espiritual. O certo é que em alguns momentos a única forma de não ter nosso espírito manipulado é o recolhimento inteiror. De outro lado, é preciso cuidado ao manipular o espírito alheio. Levar alguém que está exausto ao limite, por exemplo, é um perigo terrível, e, por isso cumpre sempre conhecer com quem se está lidando. Homens que não tem nada a perder são homens tremendamente perigosos. Homens vigorosos e revoltados é outra fonte de perigo constante. Nesta questão, no entanto, o perigo maior é quando esta manipulação atinge o espírito das massas, e na política, o marketing tem se tornado uma arma perigosa, pois o espírito das massas negativado dificilmente é reconquistado. As massas por não ter conhecimento real das coisas vivem necessariamente das ilusões e esperanças, e, a imagem torna-se uma moeda valiosa.
A presença do general em todos os casos é essencial, por isso, afirma Sun Tzu,: “ O general é o pilar de sustentação do estado”. No caso da manipulação do espírito este comentário se reveste de grande importância, pois, muitas vezes a manipulação do general pode significar a destruição do exército inteiro. O exemplo do Thiago Peixoto cai aqui também como uma luva. Ao cooptar Thiago Peixoto, Marconi não apenas manipulou as forças do inimigo mas também o seu espírito. Flávio Peixoto foi durante quase toda a vida um grande amigo e aliado de Iris, e certamente que tiveram o espírito abalado pela decisão de Thiago. O abalo que sofreram foi um lucro bem maior para o Governador do que qualquer trabalho que Thiago venha a fazer. A reação do PMDB veio no mesmo caminho. O fortalecimento de Daniel Vilela, filho da segunda maior liderança do PMDB, e a posição de Iris Araújo contribuíram para diminuir o efeito Thiago, por que ambos representam a força do espírito do grupo de sustentação na vida privada. De qualquer forma, não resta dúvida que o maior prejuízo foi o abalo do espírito do velho general.





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