Quem na vida se apaixona, Não se esquece de um amor; Quem a vida não se doma; Só, resvala pela dor. Quando o rio seca o seu leito, Já no campo o fogo ardeu, E sentiu queimar no peito... O amor que se perdeu. Foi assim que a contra-gosto Da tua vida, eu sai, Nasceste no mês de agosto; E no mês de agosto eu morri. Oh! Mês de Agosto, quase desumano. És seco como nenhum outro E parece secar os corações humanos. Mas resta um grande Ipê. Que resiste a sequidão; E produz flores, que se vê.. De longe, na imensidão. Nas paragens da poeira Que se atraca em rosto e mãos. Ainda existe uma ribanceira Que sacia a sede do coração. Eu sou o ipê solitário na multidão. Velho, resistente, carcamano. Produzindo flores para alegrar seu coração; Recusando-se a deixar de ser HUMANO.