Silas Malafaia, Deus e Religião.
Mais
de uma dezena de ex-alunos tem me perguntado o que eu achei da entrevista do
Silas Malafaia no Programa “De Frente com Gabi”. À maioria, respondi com a
sinceridade de sempre: Não assisti. Simples, eu não assisti ao programa, mas de
tanto ver a repercussão, de tanto ler sobre, deixo aqui algumas considerações:
1.
Quem já teve de assistir minhas aulas, quando
toquei no assunto, sabe que não aprovo nenhum tipo de fundamentalismo, nem
cristão, tão pouco anticristão. Sempre utilizo o exemplo do Nazismo e do Fascismo
para mostrar que formas fundamentalistas de olhar a vida e a existência humana
quase sempre leva a guerras de extermínio. O comunismo, o Islamismo e o
cristianismo em suas formas inquisitoriais são exemplos de ideias fundamentalistas
que levam ao extermínio. As ideias de Silas Malafaia são extremistas e
fundamentalistas em sua essência e por isso já são merecedoras de reprovação.
2.
Aqueles que me perguntam se esta ou aquela
religião é ruim, o que digo é que esta resposta deve ser buscada por cada um.
Toda religião acaba ensinando algo que pode ser útil a alguém; pode não ser
para mim, e sei que não é, mas pode ser que para alguém os ensinamentos do
Silas podem ter serventia. Neste caso, sigo Voltaire – Discordo frontalmente de
praticamente tudo que ele ensina, mas defendo a liberdade dele o fazer. E assim
como ele deve ter o direito de seguir com a religião dele, aqueles que são as
suas vítimas preferidas tem o mesmo direito. Se alguém acha que é feliz sendo
homossexual, que seja. Tal questão, assim como a escolha de uma religião deve
ser de foro íntimo de cada pessoa.
3.
Quando um aluno me pergunta se depois de
tudo que já estudei, consigo acreditar na existência de um Deus com as
características do Deus de Silas Malafaia, a minha resposta é a mesma dada pela
apresentadora: Não. O Deus de Silas Malafaia não existe para mim. O Deus que
vejo existir é cheio de tolerância e amor para com todos, e não se permite
perder um homem sequer. Tal Deus, vê na reintegração de um homem a reintegração
de todos os homens, e na perdição de um homem a perdição de todos os demais. Parece
uma leitura bem à Espinosa de Deus, e talvez seja. É que não consigo ver um só
ser humano, por mais vil que seja, que não tenha em si uma centelha divina.
4.
A um aluno que pergunta o que acho dos novos
missionários milionários, a resposta é que talvez fosse o caso do Estado
utilizar com mais força a sua condição de laico, taxando, por exemplo, tais
fortunas, procurando separar o joio do Trigo, por que para longes das chamadas
Igrejas Neopentecostais ( Edir Macedo – IURD; Valdemiro Santiago, Silas
Malafaia, etc), existem religiões com seriedade bem mais elevada e que realizam
grande trabalho social, como é o caso da Igreja Adventista, Igreja Batista
Tradicional, entre outras. O que não deveria ser permitido é que se acumule
fortunas em nome e com o auxílio de
subvenção de impostos.
5.
Por fim, e para concluir, é preciso discutir
se tais igrejas representam o que é ser uma religião no seu verdadeiro conceito
de religião. Neste caso, cada pessoa deve buscar expandir sua própria
consciência no sentido de não aceitar como verdade nada que não seja claro. E
basta que se aplique tal máxima cartesiana e certamente uma grande parte de
fiéis descobriria que a verdade pode ser muito mais do que se anda pregando
pelas esquinas deste país.
Bom texto!!!!
ResponderExcluirBom texto!
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