Lições de Sun Tzu e a batalha de 2010 – Parte I
Conheci o pensamento de Sun Tzu quando tinha 14 anos de idade. Desde então este pensador marcou minha vida. É para mim, um dos maiores estrategistas que a civilização humana já conheceu. Na época cheguei a obra de Sun Tzu por meio de estudos sobre o templo de Salomão. Eu era, e ainda sou, um admirador de Salomão para mim um dos homens com maior sabedoria da história humana. Um dia, conversava com um pastor sobre a história de Salomão quando este me disse que Salomão tinha viajado pela china, Egito, e muitos outros países do Oriente antes de se tornar o sucessor do rei Davi. E na procura de livros sobre o oriente que por ventura tivesse alguma relação com Salomão acabei tendo nas minhas mãos a obra de Sun Tzu.
Uma coisa que fica claro ao estudar o pensamento de Salomão e de Sun Tzu, é o conhecimento verdadeiro quando puro parece ter a mesma raiz. A sabedoria é única. E quando alcançada nos leva a perfeição. Existem muitos outros grandes estrategistas por mim já lidos e estudados, e que também ocupam minha mente: Aníbal, de Cartago; os reis de Roma; os Gregos; Os persas; Babilônios; e, já mais próximo de nós, temos alguns Nicolaus da Rússia que foram grandes estrategistas, e, europeus, como o Rei Ricardo, o Misterioso Artur, e, por que não Napoleão. No entanto, nos últimos dias tem sido Sun Tzu que muito tem me ajudado a pensar a Política goiana perceber os erros e acertos dos nossos líderes.
A primeira lição de Sun Tzu. O Que é o Poder e o Estado.
“A guerra é a empresa essencial do Estado, a base da vida e da morte, o tão para a sobrevivência e a extinção, deve ser profundamente ponderada e analisada”.
Os leitores apressados logo pensam que a idéia é de que quem vive no e sob o estado vive constantemente em guerra. Não é isso. Lendo com atenção se vê que ao contrário, ele está alertando que antes de entrar em uma guerra deve ponderar muito, e para isso, ele mostra o caminho, o que chama de cinco fatores: o tão, a terra, o céu, os generais, as leis, e, fica claro, se um general não conhece estes fatores melhor não ser general. A questão mais séria vem nas perguntas seguintes: afinal, quem tem o Tao, e que é o Tao?
Até aqui nesta primeira lição, alguns políticos goianos, pelos seus discursos parecem não entender que o poder gera disputas. E que ter o Tao é a única forma de lidar com as disputas quando elas aparecem. Ter o tão, significa saber a origem absoluta das coisas. Explicando: Em Goiás, quem tem o Tao do Poder? Quem realmente tem o poder? E quem sabe o caminho que pode levar alguém ao poder? Nos últimos dias vi alguns políticos se movimentarem, e pelo visto, não sabem quem tem o Tao. Os deputados do PMDB, ao se movimentarem na tentativa de oxigenar o PMDB, demonstram entender que pressionando Iris Rezende encontraram o caminho. Do outro lado, o Deputado Joaquim de Castro parece julgar que pressionando a Direção Nacional do PPS, assume o controle do Partido. Ambos erraram, por que não sabem que tem o TAO em Goiás. E mesmo que venham conseguir o controle dos respectivos partidos, terão o futuro de longo prazo totalmente comprometido. E é simples, por que se não se sabe quem tem o Tao, todo o restante fica comprometido, não adianta ter o céu, a terra, as leis e nem mesmos os mais sábios generais. Só se pode iniciar uma guerra, tento o tão da guerra, ou tendo o consentimento de quem tem o tão da guerra.
Segunda lição: A guerra é o tão do ardil.
“A guerra é o tal do ardil. Assim, ainda que sejas capaz, exibe incapacidade. Quando decidido a empregar tuas forças, finge inatividade. Quando teu objetivo estiver próximo, faz com que pareça distante; quando distante, finge a ilusão de que está próximo”
Talvez este seja o maior dos ensinamentos do mestre. O Ardil é a essência da guerra. Isto me lembra um dos ensinamentos de Confúcio, quando ele diz a seus discípulos que se em um estado você não conseguir saber quem realmente detém o poder, e as pessoas que o habitam são extremamente ardilosas o melhor é você não viver ali, por que certamente o destino é a ruína e a destruição. A questão é que sendo a guerra algo natural na luta pelo poder, o ardil é também natural, mas quando há uma confusão de quem de fato exerce o poder o excesso de ardil pode levar a destruição. Nos dias de hoje, esta confusão torna-se ainda maior. A imprensa, as redes sociais e outros mecanismos cria nas pessoas uma ilusão de que elas podem influenciar os rumos das coisas, quando na verdade as limitações são bem maiores do que parecem.
É verdade que as mídias podem sim influenciar. Afinal, podem facilmente destruir reputação. No entanto, o verdadeiro poder não está na mídia e não é alcançado por ela. O verdadeiro poder continua tão secreto como sempre foi. E continua existindo uma distância enorme entre aqueles que possuem o caminho do poder e aqueles que vivem de ilusão. Um exemplo recente na política goiana, é o deputado Thiago Peixoto. Não compreendeu o ardil da guerra, e sobretudo, não soube separar ilusão de realidade. Demonstrou não conhecer o céu, a terra, as leis, os generais, e, pior, demonstrou não conhecer a si mesmo. O Deputado Thiago Peixoto não fará uma revolução na educação, não por ele, mas por que não possui nem um dos cincos fatores ao seu favor. O céu, a terra, as leis, os generais, até mesmo o povo, agirá contra a possibilidade de uma revolução no campo da educação.
A terceira grande lição : A manipulação do inimigo.
“Exibe proveitos para atraí-los. Cria desordem em seus exércitos e toma-os.
“se forem sólidos, prepara-te para eles; se forem fortes, evita-os.
“Se forem coléricos, irrita-os; Sê o oposto para provocar sua arrogância”
“ Se estiverem descansados, força-os a se exaurirem”
“Se forem unidos, faz com que se separem”
“Ataca onde eles não estão preparados”
“Avançam onde eles não esperam”
Quarta grande lição. Quando concluir que está pronto para a batalha.
“Na antiguidade, aqueles que exceliam na guerra primeiro tornavam a si mesmo inconquistáveis, para aguardar o momento em que o inimigo pudesse ser conquistado”
Esta é uma lição de ouro do mestre. Para se tornar inconquistável o individuo precisa conhecer a si mesmo, e conhecer o inimigo, e, aprender que ser inconquistável reside nele mesmo. Interessante, é que aqui voltamos ao mesmo ensinamento grego de Sócrates do Conhece te a ti mesmo. A capacidade de se conhecer só se torna possível quando desenvolvemos aquilo que os gregos chamaram de virtudes morais, espirituais e intelectuais, ou seja, a excelência da sabedoria. Engraçado que no processo de conhecimento de nós mesmos é que descobrimos quem e onde estão nossos inimigos. Um exemplo engraçado é o Filme “O poderoso Chefão”, e ali se vê que saber quem de fato é o inimigo e o que realmente somos e significamos é extremamente importante para saber o momento certo de ir a uma batalha. Em Goiás, o fato é que poucos políticos são capazes de fazer este tipo de reflexão. Poucos conhecem a si mesmos, poucos conhecem seus partidos e aliados, e poucos conhecem bem o estado. A ignorância gera ilusão e confusão. Aqui, um louvor a direita em Goiás. Ronaldo Caiado parece ser o político mais consciente do seu lugar e seu papel, e, por isso, já está perdendo as contas de quantos mandatos tem de deputado federal, e, pior, a direita avança cada vez mais em Goiás forjando líderes como José Eliton, João Campos, Demostenes Torres, Heuler Cruvinel, dentre outros.
Quinta lição. A manipulação do Espírito.
“Em ordem espera o desordenado; em tranqüilidade, espera o clamoroso. Este é o caminho para controlar a mente.” --- “Com os próximos esperas os distantes; com os descansados espera os fatigados; com os saciados espera os famintos. Esse é o caminho para controlar a força” --- “Não interceptes bandeiras bem ordenadas, não ataque formações bem reguladas. Esse é o caminho para controlar as mudanças”.
A manipulação do espírito é algo que se faz o tempo todo e só consegue fazer aquele que tem o tao. É preciso antes de tudo ser inconquistável. O preparo do espírito é algo que se leva tempo para construir. Manejar o próprio humor, a própria raiva, a ordem interior não é algo que se possa ser feito por iniciantes. Exige disciplina mental, virtudes espirituais, e, sobretudo saúde física, mental, e espiritual. O certo é que em alguns momentos a única forma de não ter nosso espírito manipulado é o recolhimento inteiror. De outro lado, é preciso cuidado ao manipular o espírito alheio. Levar alguém que está exausto ao limite, por exemplo, é um perigo terrível, e, por isso cumpre sempre conhecer com quem se está lidando. Homens que não tem nada a perder são homens tremendamente perigosos. Homens vigorosos e revoltados é outra fonte de perigo constante. Nesta questão, no entanto, o perigo maior é quando esta manipulação atinge o espírito das massas, e na política, o marketing tem se tornado uma arma perigosa, pois o espírito das massas negativado dificilmente é reconquistado. As massas por não ter conhecimento real das coisas vivem necessariamente das ilusões e esperanças, e, a imagem torna-se uma moeda valiosa.
A presença do general em todos os casos é essencial, por isso, afirma Sun Tzu,: “ O general é o pilar de sustentação do estado”. No caso da manipulação do espírito este comentário se reveste de grande importância, pois, muitas vezes a manipulação do general pode significar a destruição do exército inteiro. O exemplo do Thiago Peixoto cai aqui também como uma luva. Ao cooptar Thiago Peixoto, Marconi não apenas manipulou as forças do inimigo mas também o seu espírito. Flávio Peixoto foi durante quase toda a vida um grande amigo e aliado de Iris, e certamente que tiveram o espírito abalado pela decisão de Thiago. O abalo que sofreram foi um lucro bem maior para o Governador do que qualquer trabalho que Thiago venha a fazer. A reação do PMDB veio no mesmo caminho. O fortalecimento de Daniel Vilela, filho da segunda maior liderança do PMDB, e a posição de Iris Araújo contribuíram para diminuir o efeito Thiago, por que ambos representam a força do espírito do grupo de sustentação na vida privada. De qualquer forma, não resta dúvida que o maior prejuízo foi o abalo do espírito do velho general.
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