Dia do trabalhador: Comemorar conquistas e lutar pelo desenvolvimento humano


Neste primeiro de maio não podemos negar que as condições de vida dos trabalhadores brasileiros têm melhorado sensivelmente. Entretanto, embora seja necessária a comemoração ainda há muito que conquistar, e, o desenvolvimento humano deve ser colocado na ordem do dia. Nunca a letra da música “ a gente não quer só comida, a gente quer bebida diversão e arte”, tornou-se tão verdadeira, tão necessária de ser cantada e vivida. A luta pelo desenvolvimento humano é a luta por educação, saúde, segurança e qualidade de vida, e, também uma política nacional de acesso aos diversos tipos de manifestação cultural nacional e internacional..

A luta pela educação.


A luta pela educação é a luta mais premente e dever ser de todos. Enquanto não tivermos uma educação de qualidade com acesso garantido a todos os brasileiros, e com uma política voltada ao desenvolvimento humano e construção da cidadania não teremos a qualidade de vida que sonhamos para o nosso povo, nem tão pouco reais motivos para comemorar. Um país cuja economia já é a sexta maior do mundo deve começar a pensar ter suas bibliotecas abertas nos fins de semana, e durante a semana 24 horas por dia. Tal país não pode e não tem como justificar o salário miserável que é pago aos seus educadores. Não é possível entender que um tal pais pague um salário a um professor que não dá pra ele cuidar da família e investir na construção de sua própria biblioteca.
Ainda assim, este país passa pelo dia dos trabalhadores com apenas nove estados pagando o piso dos professores, e em alguns deles, com desrespeito ao plano de carreira. Para piorar a situação, são muitas as escolas públicas sucateadas, sem livros, sem bibliotecas e  laboratórios de informática. É necessário um reforço na política de acesso aos livros, a internet, e a todo tipo de informação de qualidade para todos.
Uma questão premente é mudar o conceito que se tem de educação no Brasil. Educação aqui tem sido entendida como negócio, e pior, como negócio onde o mercado pode tudo. Nenhum país do mundo mudou a realidade educacional com este pensamento. A educação pública é vista como educação para os pobres, e portanto, não há necessidade de qualidade, e a educação privada é vista como preparação para o mercado de trabalho. Desta forma, um e outro, pobres e ricos deixam de ter o aspecto mais importante que a educação pode oferecer – o auxílio no desenvolvimento humano.


Uma política nacional de acesso a cultura.


Um país que já se tornou a sexta maior economia do mundo merece uma política nacional de cultura mais arrojada. Nossos jovens precisam ter garantido os direitos de acesso aos bens culturais da humanidade. Galerias de arte, Museus, Bibliotecas, devem ter uma nova forma de funcionamento. No caso das bibliotecas deve se tornar mais populares, e funcionar 24 horas por dia e nos feriados. Concursos de poesias, literatura, e oficinas de arte já deveria ter se espalhado por todo o país, para que seja possível descobrir novos talentos e identificar as lideranças do futuro.
Arte como música e dança deve ter incentivos para que a população tem acesso, sobretudo, a música clássica, erudita, MPB. Não podemos admitir que grande parte de nossa juventude chegue aos vinte, trinta anos sem ter ouvido o melhor que a humanidade já produziu na  música, na dança e na literatura. Nas universidades, mudar as cultura do manual e incentivar os jovens a beber nas melhores fontes, nos originais, mesmo que para isso tenham que ler em outro idioma.


Outras questões.


Cremos que um grande investimento em educação e cultura mudará a médio e longo prazo a realidade de muitos de nossos jovens e nossas cidades. A segurança, a preservação do meio ambiente, a qualidade de vida sofrerá mudanças forçadas pelas escolhas feitas pela população, que mais conscientes do  papel a assumir na sociedade farão melhores escolhes, e mais conscientes dos seus direitos saberá cobrar o cumprimento dos mesmos por aqueles de cuja responsabilidade deverá ser cobrada. Haverá mudanças na política, e com certeza, um aprofundamento e amadurecimento de nossa democracia. A cidadania será valorizada, o ser humano será tido e visto em novo patamar, construindo assim, uma sociedade mais justa, solidária e fraterna.

Comentários

  1. Sinto falta dos seus ensinamentos na sala, este sim é um educador, sem bajulações mas a correta e merecido reconhecimento pelo educador que o sr. é. parabéns pelo seu dia de luta continua pela educação.
    E....

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