E agora? Quem irá nos defender? – O Dilema dos trabalhadores Goianos.
Nelson Soares dos Santos[1]
Até
o dia 07 de abril estará definido quem poderá ou não ser candidato nas eleições
deste ano. Funciona mais ou menos assim: Quem quiser ser candidato deve estar
em dia com a justiça eleitoral e filiado a algum partido político. Isto
significa que a partir de 07 de abril já podemos imaginar que pessoas poderão
ou estarão dispostas a governar o estado, ser deputado estadual, federal ou
Senador.
Esta
semana tem sido de muitas movimentações. Muitos parlamentares mudaram de
partido. A mudança de partido tem basicamente dois significados: a primeira é
que a pessoa ou parlamentar eleito descobriu que as ideias que defende não
estão em harmonia com o partido no qual ele está defende. Isso acontece mais do
que sei imagina; a segunda questão está ligada a interesses pessoais e melhores
condições de campanha mesmo. A maioria dos que mudam de partido é pela segunda
questão.
Em
Goiás, muita coisa já está definida. O PSB, - Partido Socialista Brasileiro,
controlado por Lúcia Vânia, é um dos cavalos de Tróia para o povo nesta
eleição. Tido como partido de esquerda, que defende os direitos dos trabalhadores,
no caso goiano não é esta a verdade. Na verdade O PSB em Goiás não terá
diferença nenhuma do PSDB, - Partido da Social Democracia do Brasil. Aliás,
pode até se apresentar como um partido ainda mais “contra” os trabalhadores do
que o PSDB ou PMDB. O mesmo ocorre com o
PPS – Partido Popular Socialista, controlado por Marcos Abrão (sobrinho de
Lúcia Vânia), nacionalmente é um partido de centro e democrata. Em Goiás, não
creio que tenha qualquer destas características.
O
MDB –Movimento Democrático Brasileiro ( antigo PMDB), e que já tem candidato a
Governador ( Daniel Vilela, filho de Maguito Vilela) deve manter por aqui suas características
nacionais. É o partido do Temer, aquele partido que comandou a reforma
Trabalhista. Quem é trabalhador ainda deve se lembrar. Na essência, MDB e PSDB
são aliados, ou seja, eles não têm discordância entre eles quanto a forma de
lidar com os trabalhadores, professores, policiais e servidores públicos em
geral. A disputa entre eles é apenas e somente sobre quem vai deter o poder do
Estado.
O
PSDB – Partido da Social democracia do Brasil, em Goiás, controlado por Marconi
Perillo e que tem José Eliton como Candidato a Governador, deve manter o ritmo,
se conseguir, implantado por Marconi. Ou seja, os professores continuaram sem
plano de carreira com titularidade, servidores públicos na mesma toada, e o
modelo de fazer política pouco deve mudar. Se eleito Governador, o Zé pode vir
a ser mais conservador que o Marconi, afinal, ele originalmente era quadro do
antigo PFL, atual DEM – Democratas. Foi indicado para vice de Marconi por
Caiado. Traiu seus padrinhos e começou a própria carreira.
O
DEM – Democratas, que tem como candidato Ronaldo Caiado, e um partido que se
assume em seus documentos como sendo liberal na economia e conservador nos
aspectos morais. É o mais antigo partido liberal brasileiro. Foram contra a
abolição da escravatura, estiveram aliados ao Regime Militar em 1964; foram
contra a CLT – Consolidação das Leis do Trabalho e etc. É o partido dos grandes
latifundiários, plantadores de Soja, Café e da agropecuária em Geral. Portanto,
os trabalhadores que votarem no DEM, não reclamem depois.
PT
até agora não se fala em lançar candidato a Governador. Sofrendo com o problema
do LULA, o partido não consegue dialogar com a Sociedade Goiana. O único
deputado do PT em Goiás, foi o único deputado de Goiás que defendeu os
trabalhadores na Reforma Trabalhista. Apesar disso, e com bons quadros, não
consegue se apresentar como alternativa. O PC do B, Partido Comunista do
Brasil, que tem nacionalmente a pré-candidata a presidente Manuela, não tem a
expressão que merece ter no Estado. Controlado por Isaura Lemos, o Partido
pouco tem conseguido fazer para denunciar as injustiças existentes no Estado.
Outros
partidos de Esquerda como Rede e PSOL, pouco tem conseguindo realizar um
trabalho efetivo de diálogo com a sociedade. E, por esta razão, a população
goiana, sobretudo os trabalhadores corre o risco de iniciar a campanha
eleitoral sem ter em quem votar. Qualquer candidato no qual votar poderá estar
votando contra si mesmo, ou na destruição do futuro das novas gerações de trabalhadores
e trabalhadoras de Goiás. É triste constatar isso. Como em uma democracia o
cidadão não tem oportunidade ou possibilidade de escolher um candidato que
possa minimamente defender os seus direitos? Na verdade, a conclusão é que
ainda não temos democracia em Goiás. Somos ainda governados por pequenos grupos
familiares e contendores contumazes, cujo único objetivo é uma briga fratricida
pelo poder.
[1]
Nelson Soares dos Santos, Licenciado em Pedagogia pela UFT ( Universidade Federal do Tocantins) Mestre em Educação Brasileira ( UFG), ex-Dirigente Estadual do PC do B Goiás, ex- Dirigente
Estadual e Nacional do PPS. Foi candidato a Vereador no ano de 1994, em
Divinópolis de Goiás, e a Deputado Estadual no ano de 2014.
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