A Liderança de Marconi Perillo IV – O desafio da definição ideológica
Nelson Soares dos Santos
As eleições terminaram, Marconi Perillo é o novo governador de Goiás. No ano passado escrevi cinco artigos dissertando sobre como se deu a construção da Liderança de Marconi em Goiás. Nestas eleições um novo quadro se apresenta ao Jovem Senador, o desafio de expandir sua liderança para além das fronteiras do Estado de Goiás e quiçá tornar-se uma das lideranças do PSDB em todo país. Muitos analistas têm escrito sobre os desafios que enfrentará a liderança de Marconi, alguns acham que Marconi terá de reinventar-se, outros, acreditam que o seu maior desafio será fazer um governo de realizações, outros ainda, mais apressados, acreditam de forma romântica que a liderança de Marconi está consolidada em Goiás e ele está pronto para dar saltos maiores. Não conjugo de nenhuma de tais interpretações. Creio que o grande desafio de Marconi será a sua definição ideológica.
Primeiro, não acredito que a liderança de Marconi é inconteste em Goiás. Sua vitória, apesar de ter sido uma demonstração de força só foi possível por que se aliou novamente ao Democratas, contou com uma união partidária invejável dentro do próprio partido e aliados fiéis e de primeira hora como o PPS – Partido Popular Socialista, PTB – Partido Trabalhista Brasileiro. Não fosse a defesa do Patrimônio Político feita de forma diuturna pelo PSDB - com destaque para o Deputado Daniel Goulart, Carlos Alberto Lereia e Jardel Sebba; no PPS – com destaque para a batalha enfrentada por Gilvane Felipe, por meio de artigos e presença na imprensa; e no PTB, pela fidelidade do Deputado Jovair Arantes, possivelmente a oposição teria logrado êxito na tarefa de desconstruir a imagem política do senador. O Democratas, divido, participou desta defesa com destaque para a atuação política do deputado Vilmar Rocha, e no PP – Partido progressista e do atual governador, contou com a atuação fiel do deputado Roberto Balestra. Marconi contou com uma estrutura conservadora para se eleger, agora, é esperar como ele lidará com as alas dissidentes, sobretudo do democratas que o apoiou no processo eleitoral.
Segundo, não concordo com um governo de realizações dará consolidação desta liderança devido a expressão que tem o nosso estado no cenário nacional. O pragmatismo realizador não projeta grandes lideranças. É preciso muito mais que isso. Outrossim, a realização de um governo de grandes realizações ainda depende da montagem do governo, o que esbarra na composição política do secretariado. Os primeiros nomes da equipe de transição indicam mais do mesmo do governo passado, sem grandes novidades, e, pior, neste governo, distante dos partidos de esquerda, o Governo Marconi terá unicamente o PPS como partido Progressista e de origem na esquerda a apoiá-lo. Portanto, uma característica do governo passado que foi o investimento em Educação, criação da UEG,e o fortalecimento da rede de proteção social, pode estar comprometida neste governo. É preciso saber para que parcela da população haverá de fato grandes realizações.
Por fim, é preciso lembrar que os dois primeiros governos Marconi governou com um pé na esquerda e outro na direita. Agora, as forças de centro-direita são dominantes no seu governo e delas vieram o reforço necessário para garantir a eleição. Sem o apoio dos conservadores do estado, detentores da estrutura financeira necessária Marconi não teria logrado êxito na luta contra todas as máquinas públicas que trabalho para Iris Rezende ( o governo federal, estadual, e as principais prefeituras). A ala extremamente conservadora do democratas e do PSDB cobrará agora sua fatura.
Todas estas questões se resume a uma outra. No cenário nacional está ganhando força um debate de valores, um debate ideológico e conceitual. Marconi terá de entrar neste debate se quiser obter espaço no cenário nacional. Aliado a isso, a evolução da sociedade brasileira aponta um aumento crescente de pessoas com capacidade análise o que tornará este debate ainda mais importante. Com isso, creio que o conceito de estado, o papel do estado, as relações institucionais que se estabelece na sociedade, a questão da família, das amplas liberdades, deverão serem lembradas até mesmo na hora de definir os investimentos do estado. Neste sentido, fica inequívoco que o grande desafio de Marconi é agora definir seu perfil ideológico. Não poderá mais ser contra o PMDB, ou a política da panelinha, terá que ter um projeto próprio, de governo, de estado e de sociedade.
Nelson Soares dos Santos
As eleições terminaram, Marconi Perillo é o novo governador de Goiás. No ano passado escrevi cinco artigos dissertando sobre como se deu a construção da Liderança de Marconi em Goiás. Nestas eleições um novo quadro se apresenta ao Jovem Senador, o desafio de expandir sua liderança para além das fronteiras do Estado de Goiás e quiçá tornar-se uma das lideranças do PSDB em todo país. Muitos analistas têm escrito sobre os desafios que enfrentará a liderança de Marconi, alguns acham que Marconi terá de reinventar-se, outros, acreditam que o seu maior desafio será fazer um governo de realizações, outros ainda, mais apressados, acreditam de forma romântica que a liderança de Marconi está consolidada em Goiás e ele está pronto para dar saltos maiores. Não conjugo de nenhuma de tais interpretações. Creio que o grande desafio de Marconi será a sua definição ideológica.
Primeiro, não acredito que a liderança de Marconi é inconteste em Goiás. Sua vitória, apesar de ter sido uma demonstração de força só foi possível por que se aliou novamente ao Democratas, contou com uma união partidária invejável dentro do próprio partido e aliados fiéis e de primeira hora como o PPS – Partido Popular Socialista, PTB – Partido Trabalhista Brasileiro. Não fosse a defesa do Patrimônio Político feita de forma diuturna pelo PSDB - com destaque para o Deputado Daniel Goulart, Carlos Alberto Lereia e Jardel Sebba; no PPS – com destaque para a batalha enfrentada por Gilvane Felipe, por meio de artigos e presença na imprensa; e no PTB, pela fidelidade do Deputado Jovair Arantes, possivelmente a oposição teria logrado êxito na tarefa de desconstruir a imagem política do senador. O Democratas, divido, participou desta defesa com destaque para a atuação política do deputado Vilmar Rocha, e no PP – Partido progressista e do atual governador, contou com a atuação fiel do deputado Roberto Balestra. Marconi contou com uma estrutura conservadora para se eleger, agora, é esperar como ele lidará com as alas dissidentes, sobretudo do democratas que o apoiou no processo eleitoral.
Segundo, não concordo com um governo de realizações dará consolidação desta liderança devido a expressão que tem o nosso estado no cenário nacional. O pragmatismo realizador não projeta grandes lideranças. É preciso muito mais que isso. Outrossim, a realização de um governo de grandes realizações ainda depende da montagem do governo, o que esbarra na composição política do secretariado. Os primeiros nomes da equipe de transição indicam mais do mesmo do governo passado, sem grandes novidades, e, pior, neste governo, distante dos partidos de esquerda, o Governo Marconi terá unicamente o PPS como partido Progressista e de origem na esquerda a apoiá-lo. Portanto, uma característica do governo passado que foi o investimento em Educação, criação da UEG,e o fortalecimento da rede de proteção social, pode estar comprometida neste governo. É preciso saber para que parcela da população haverá de fato grandes realizações.
Por fim, é preciso lembrar que os dois primeiros governos Marconi governou com um pé na esquerda e outro na direita. Agora, as forças de centro-direita são dominantes no seu governo e delas vieram o reforço necessário para garantir a eleição. Sem o apoio dos conservadores do estado, detentores da estrutura financeira necessária Marconi não teria logrado êxito na luta contra todas as máquinas públicas que trabalho para Iris Rezende ( o governo federal, estadual, e as principais prefeituras). A ala extremamente conservadora do democratas e do PSDB cobrará agora sua fatura.
Todas estas questões se resume a uma outra. No cenário nacional está ganhando força um debate de valores, um debate ideológico e conceitual. Marconi terá de entrar neste debate se quiser obter espaço no cenário nacional. Aliado a isso, a evolução da sociedade brasileira aponta um aumento crescente de pessoas com capacidade análise o que tornará este debate ainda mais importante. Com isso, creio que o conceito de estado, o papel do estado, as relações institucionais que se estabelece na sociedade, a questão da família, das amplas liberdades, deverão serem lembradas até mesmo na hora de definir os investimentos do estado. Neste sentido, fica inequívoco que o grande desafio de Marconi é agora definir seu perfil ideológico. Não poderá mais ser contra o PMDB, ou a política da panelinha, terá que ter um projeto próprio, de governo, de estado e de sociedade.
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