A frágil Unidade da Base Aliada.
Nelson
Soares dos Santos[1]
A
expectativa de poder une. O poder corrompe. A proximidade da derrocada
dispersa. As últimas declarações de diversas lideranças da base aliada do
Governador deveriam levar muitos a reflexão. Primeiro foi a debandada do
“Democratas”, que por mais que alguns procurem diminuir a importância do mesmo,
todos sabem que Ronaldo Caiado foi um líder importante na vitória de Marconi em
Todas as eleições; depois, outros pequenos partidos vem deixando o barco da
base aliada, o mais recente o PSDC ( Partido da Social democracia Cristã).
O
que despertou ainda mais minha atenção foi as últimas declarações dos líderes
do PTB. Mais de um deles afirmaram que se Marconi não for o candidato não tem
por que continuar na base aliada, e para estes, o caminho mais natural seria o
apoio ao PT de Antônio Gomide. No PPS, o líder recém chegado ao partido e
bastante ligado ao governo, também mantém o discurso de que se Marconi não for
candidato a discussão está zerada. Antes do mesmo chegar, diversas vozes no
partido já defendiam o apoio a Vanderlam Cardoso do PSB, e certamente, voltarão
a defender, caso o acordo feito na cúpula não siga adiante com a possível não
candidatura de Marconi Perillo.
Consta
que o PHS, tem sido extremamente assediado e especulações de jornais dão conta
de que o líder Eduardo Machado mantém a porta aberta ao diálogo com outras
forças, também, considerando na hipótese de Marconi não ser candidato. O PDT,
que já apoiou Marconi na era Isaura Lemos, agora diz que vai apoiar Vanderlan,
mas flerta com Antônio Gomide. O PR, que já foi controlado por Sandro Mabel, e
hoje, controlado por Magda Mofato de Caldas Novas, diz estar com Marconi, mas
em político, quando se mistura empresários com política tudo pode acontecer por
que o pragmatismo chega às estratosferas.
Parece
que resta marchando realmente como base o PP, controlado pelo vice-governador
José Elíton, o PSD, dirigido por Vilmar Rocha e o PSDB, partido do Governador.
No caso de não candidatura do Governador apenas os mesmos não se pronunciaram,
ou, lendo nas entrelinhas, apenas estes ainda não consideraram publicamente a
possibilidade do Governador não ser candidato. O que fica parecendo é que na
verdade, em todos os partidos da base existem pessoas insatisfeitas e ansiosas
por escolher um novo caminho ou um novo líder. O interessante é que nos
partidos da base ninguém, até agora, se arriscou a se colocar como alternativa
a possível não candidatura de Marconi.
De
qualquer forma, uma base aliada que não sabe se seu principal e único líder
continuará na liderança, que não tem nenhuma expectativa de substituto ou
sucessor, e que dois ou três já demonstram ansiedade ante a resistência do
único líder dizer se vai ou não continuar no comando, é uma base frágil e de
unidade duvidosa. Parece mais uma união
de inimigos dominados por uma força maior que uma base aliada, e na iminência de se espatifar em uma guerra sem
fim, caso Marconi não seja candidato. A pergunta que fica é: Por que apenas
Marconi é capaz de unir estes partidos? Que nó existe neste chamado “Tempo
Novo” que só o Governador é capaz de desatar?
Todo
poder é perigoso quando assentado em uma só pessoa e descolado de um projeto.
Quando pessoas se unem ligados por questões personalistas é a democracia que
está sendo colocada em risco. Se não se fala de projeto político, de ideias que
podem resolver em um futuro governo o problema da Educação, da Segurança, da
Saúde, continuar votando e implorando para o Governador ser candidato a
reeleição é a solução para os problemas do Estado e do Povo? A verdade é que as
bases dos partidos não estão sendo ouvidas;
o povo não está sendo ouvido. Isso faz lembra 1998.
[1]
Nelson Soares dos Santos é Professor Universitário e membro da Direção do PPS –
Goiás, e Do Diretório Nacional.
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