Por que fazer Política.
Nelson Soares dos Santos[1]
Recebi hoje uma convocatória para uma reunião da executiva do diretório
municipal do PPS Goianiense. Como resposta pedi o meu afastamento em uma carta.
A questão que me move é “Por que fazer Política”? A convocatória da reunião vem
com uma pauta: eleições 2016. A questão é que mal terminamos a eleição de 2014,
não fizemos nenhuma avaliação da participação do partido no processo eleitoral,
e não sabemos qual será o real papel político do partido no ano de 2015.
É claro, dirão muitos, que estou sendo inocente. Dirão que quem manda no
PPS Goiano é o Marconi e que o partido
fará tudo que o Marconi quiser ou mandar. Neste caso e se este for o caso meu
afastamento é acertado. Não concordo com a política educacional, e tão pouco
com diversas outras políticas do Governador. O pior é que se esta for mesmo à
questão o açodamento em lançar candidato à prefeitura de Goiânia só está
relacionado com a disputa de cargos na base do governador. A disputa de cargos em um governo que está inchado,
endividado e sem saber qual caminho tomar, não parece ser o que chamo de boa
política.
Creio que de fato é hora de nos debruçarmos sobre a realidade dos municípios
goianos e buscar propostas políticas para resolver os problemas das
municipalidades, mas tudo começa com uma boa avaliação da executiva estadual do
partido sobre qual o real papel o PPS pode exercer doravante no cenário goiano,
dado que possui um deputado federal. Afinal, iremos defender as bandeiras da educação,
da igualdade racial, da justiça social, da segurança pública, do fortalecimento
do poder local, ou iremos apenas fazer o que o Marconi mandar?
A discussão política precisa preceder a discussão de pessoas e processos.
Se não formos capazes de compreender o papel dos partidos políticos, e do
próprio papel que o estado deve ter doravante, não seremos capazes de dar
respostas efetivas as demandas da sociedade. Não. Não posso seguir o caminho de
dizer sempre sim, de forma cega, surda e muda.
Goiânia,
10 de novembro de 2014
D.D Deputado
Federal Marcos Abrão
Presidente do
Diretório Estadual PPS – Goiás.
Senhor Darlan
Braz de Oliveira
D.D, Presidente
do Diretório Municipal PPS – Goiânia
Por meio desta dirijo-me respeitosamente a vós com dois objetivos: O
primeiro é colocar a disposição meu cargo de Primeiro Secretário da Executiva
Municipal do PPS Da cidade de Goiânia; o segundo, explicar o motivo de minha
ação.
Coloco meu cargo a disposição por entender que o lançamento da
candidatura a prefeito de Goiânia coloca o PPS metropolitano em novo patamar, e
como é o atual presidente estadual o nome mais cotado para a disputa, entendo
que o mesmo deve se sentir a vontade para reconstruir o partido, inseri-lo de
forma mais orgânica na sociedade e construir novas pontes. Sendo assim, é
interessante que tenha a liberdade de construir novas pontes, novos nomes que
representem o pensamento atual do partido para Goiânia.
Não me sinto a vontade para esta construção nos moldes nos quais se deram
as relações durante o processo eleitoral de 2014. Creio que é necessária uma
nova recomposição. Como candidato, senti-me abandonado pelo partido,
compromissos não foram cumpridos e planos e projetos foram abandonados.
Acredito na política como instrumento de servir a sociedade, e que em seus
aspectos internos e externos as atividades partidárias devem primar pela ética,
pelo respeito e pela coerência. Por outro lado , todos tem conhecimento da
minha discordância do apoio acrítico dado pelo partido ao Governo Marconi, enquanto
este apoio perdurar, eu serei uma voz do
dissenso, uma vez que acredito que Goiás precisa de políticas progressistas em
várias áreas, sobretudo em Educação, Segurança pública e promoção da igualdade,
e não acredito que Marconi Perillo represente esta possibilidade.
Desta forma, deixo livre a direção estadual em Goiás para substituir-me
na direção municipal do partido em Goiânia, licenciando-me de todas as
atividades de direção no munícipio e permanecendo como filiado ativo do
partido. O ponto de aglutinação é sempre a busca inteligente de quem faz
política com P maiúsculo, desta forma estarei sempre aberto ao dialogo político
programático. O PPS pode apresentar a sociedade um plano e um projeto para
Goiânia e para Goiás, entretanto os sinais atuais, sobretudo de aparelhamento
absoluto do partido pelo Governo do Estado não é uma questão programática.
Acredito ainda, que toda a direção municipal deveria colocar os cargos a
disposição em uma demonstração de desprendimento para deixar livre a direção
Estadual para uma recomposição programática da direção municipal.
Atenciosamente
Nelson Soares dos Santos.
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