O que e o amor? O que é amar

Um dia alguem me perguntou se eu já havia amado alguem nesta vida. Naquele momento fiquei atordoado e me pus a pensar. Foram semanas refletindo sobre o amor, a vida, o sentido da vida e do amor.
Sei que no sistema capitalista o amor tomou uma forma nova, diferente de um passado recente. Sei que hoje, amar, signfica tantas coisas, e ao mesmo tempo significa quase nada. Vivemos em tempos de amores líquidos, sentimentos liquidos, vidas passageiras, "tudo que é sólido se desmancha no ar.
A construção da chamada "vida em sociedade" tirou dos homens e mulheres o senso de sinceridade, de franqueza, de ser verdadeiro consigo e com os outros. Alguns, são tão falso consigo mesmos, que nem mesmo sabem mais nada sobre eles mesmos, então, vivem perdidos, perdidos dentro deles mesmos, em um labirinto sem fim.
Outro dia vi uma cena em uma novela que me fez pensar sobre o significado do amor, e o que pode ser o amor. Trata-se da novel global " A favorita", e, sobre o quarteto amoroso, ou duplo triangulo amoroso envolvendo os personagens Copola ( Tarciso Meira), e sua esposa, Gonçalo e Irene. No passado, Copolla amou Irene e foi correspondido, no entanto, as tragédias da vida os separaram e logo depois Irene casa-se com Gonçalo e Copola com Yolanda. No entanto, Copolla guarda o amor que sente por Irene e nunca diz a Yolanda que a ama, esta, se reserva e resigna-se a viver com os restos, constrói uma familia, mas nunca se sente amada. Do outro lado, Irene dedica-se de corpo e alma ao seu novo companheiro, que como Yolanda ama Copola, ela é amada por Gonçalo.
Ao fim, temos um Copólla que se separa de Yolanda por acreditar que tudo que viveu com ela foi apenas uma amizade; e, de outro lado, uma Irene que afirma a Gonçalo que amor, amor mesmo é toda história que eles viveram juntos, incluindo erros e acertos.
Talvez, esta seja mesmo dois polos diferentes do que hoje pode ser dito ser o sentido do amar e do amor. Em tempos de amores liquidos e repentinos, talvez seja o momento de se pensar que amor mesmo só se constrói na experiência vivida. Talvez, a vida do século XXI nos ensine que a rapidez da tecnologia não pode e não vai substituir o tempo dos corações.
Importante é ainda que analisemos aqui as falas que determinam a reconciliação de Irene e Gonçalo, e que define a separação entre Yolanda e Copolla para o desespero de Yolanda.
Irene vai até o escritório de Gonçalo, este senta-se, pronto pra ouvir que ela não o ama, nunca o amou, que o verdadeiro amor dela foi o copola e que ela agora estava pronta pra viver o amor dela, justificando pela traição dele que ela cometeu um erro no passado. Após dizer tudo isso, e dizer que seria compreensivo com a decisão dela, ele é supreendido por um pedido de perdão, de uma Irene decidida a continuar a história que eles construiram juntos, e, definitivamente deixar para trás o "verdadeiro amor".
De outro lado, Copola retorna para casa e encontra-se com uma Yolanda em prantos, familia reunida, e é recebido com a seguinte frase: - Você não ia passar a semana toda com sua amante?
Ao que responde Copolla: - Meninas, dirigindo-se as filhas , dê nos licença pois precisamos conversar.
Na conversa que se desenrola, ele comunica a ela o desejo de querer a felicidade dela, afirma que nunca a enganou, e que quer se separar para ser fiel e sincero com os sentimentos dele. Ela, chora, em prantos, lágrimas. Ele, Feliz, como se agora fosse digno dele mesmo, como se tudo que viveu não valeu a pena. Para ele, a razão de viver com Yolanda tinha chegado ao fim, pois ele ali estava apenas esperando pelo "amor verdadeiro" de Irene que um dia ele acreditaria chegar.
Gonçalo, por ter oportunidade, entrou na vida de Irene, e juntos construiram uma história. Copolla passou a vida dando o mínimo pra Yolanda, e sonhando com um amor que não se realizou, sonhando que um dia, sempre um dia, teria muito a viver no futuro o tal grande amor.
Yolanda, passou a vida se contentando com a "metade" de Copola que lhe sobrava, e assim, viu sua vida esvair, e, não fosse as filhas teria ficado apenas a frustração de nunca ter ouvido um "eu te amo verdadeiro.
Eis os amores do nosso século.

Comentários

  1. Comentário recebido por e-mail. Mantenho como anônimo.
    Oi, gostei da crônica que vc escreveu, embora vc demonstre estar desacreditado do amor.
    Não sei se vc lembra, mas eu sempre e disse que não ficava com ninguém enquanto estava te amando, não por fidelidade a vc mais por fidelidade aos meus sentimentos, por respeito ao que eu sentia, assim como Copola na sua citação "Na conversa que se desenrola, ele comunica a ela o desejo de querer a felicidade dela, afirma que nunca a enganou, e que quer se separar para ser fiel e sincero com os sentimentos" , analisando a situação acho que se ele tivesse sido honesto com ele mesmo desde o inicio não teria feito ninguém sofrer, e com o tempo acabaria amando outra pessoa, pq amor não correspondido acaba com a dura realidade da ausência da pessoa amada, ao contrário disso ele não foi honesto com ele e nem com a Yolanda e ficou idealizando um sentimento, um amor, uma ilusão e como vc disse na..
    sua frase no orkut, o caminho da ilusão é o pior caminho, é o caminho da dor, esse foi o caminho escolhido por Yolanda, o caminho da ilusão, ela se iludiu que um dia o Copola iria ama-la.
    Não condeno a Irene pela escolha dela, pois ela conseguiu dar continuidade a sua vida, fez uma escolha, assumiu os riscos, se entregou, se dedicou e posso dizer que ela aprendeu a amar o Gonçalo, tanto que teve uma cena em que ela queria resgatar o passando, momentos românticos, vividos com o Gonçalo em uma viagem a Paris, fora outras demonstrações, ou seja, ela não viveu na ilusão, e nem fico
    idealizando um amor perfeito, apenas se entregou, se dedicou, viveu um amor, construiu uma história, uma vida, uma família e acredito sim, que ela foi feliz com a sua escolha.
    Acredito que quando vc faz a escolha de viver com alguém, contruir uma família, e decide ser feliz, pode dar muito certo, desde que vc se entregue, esqueça os erros do passado, e siga em frente com o proposito de ser feliz e nada mais.

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