A questão do Poder - Por que retorno a participação ativa na política partidária.



Nelson Soares dos Santos

Decidi voltar a mergulhar na vida e na prática política do nosso país, e nesta condição participo  hoje a partir das 14 horas, na sede da CDL – Clube dos dirigentes Lojistas do Estado de Goiás, do Congresso Estadual do Partido Popular Socialista. Que os leitores deste blog que já se deram ao trabalho de ler o memorial publicado, sabem que minha vida foi marcada pela participação política, mesmo que não reconhecida  e de forma periférica, para facilitar no entanto, vou deixar aqui um breve resumo.
Minha vida política começou quando tinha doze anos. Tudo se deu quando o CPG ( Centro dos professores de Goiás, que mais tarde se transformaria em Sintego – Sindicato dos Trabalhadores de Educação do Estado de Goiás), resolveu retirar delegados estudantes para participar de uma grande plenária em Goiânia, cuja pauta estava a discussão da  Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional. Foi a primeira vez que andei em um ônibus interestadual e também, a primeira vez que chegava a Capital do Estado. Tudo era tão novo, tudo parecia tão grande nas dependências do Colégio Estadual Hugo de Carvalho Ramos que, confesso, passei mal de tão assustado que fiquei.
Durante o encontro, depois de três dias de discussão, foi preciso escolher um dos estudantes para fazer uso da palavra. O meu mentor, mestre e amigo Joel Pinto de Barros, orientou-me para que antes de apresentar o resumo escolhesse algumas palavras nas quais eu acreditava e fizesse uso para chamar a atenção da platéia, uma vez que já estávamos todos muito cansados. Eu escolhi um trecho do discurso de Martim Luther King que carregava comigo, cujo título é bastante conhecido: Eu tenho um sonho.
Voltando para minha cidade, no mês seguinte aconteceria as eleições para o grêmio cívico, e o repentino sucesso na participação entre os professores tornou-me o candidato forte. Venci as eleições, e dentre as realizações construímos um biblioteca, cujo conjunto de obras mais valiosas era um coleção de “ Os pensadores”, e outra, “História Universal” de H. G. Wells.
No ano seguinte, deixei minha pequena cidade e fui para Formosa, onde estudei no Colégio de Frei, e em seguida, ganhei uma bolsa para estudar no Colégio Opção, que depois se tornou Objetivo. No ano de 1988, desloquei-me mais uma vez para a cidade de Planalmira, para estudar no Colégio Adventista do Sétimo dia, uma vez que havia me tornado um protestante, e anui na pretensão de estudar teologia. Ali, também tornei membro do Grêmio Cívico Masculino, Líder Jovem na Igreja e onde recebi grande parte da cultura erudita, filosófica e literária nas  noites solitárias do dormitório masculino.
No ano de 1992, por diversas razões, desisti da idéia de tornar-me um pastor e retornei a cidade de Divinópolis. Lá chegando, encontrei os professores e líderes por quem eu tinha o maior respeito sendo perseguidos politicamente pelo ex-prefeito Filoneto José dos Santos, e não medi esforços para valorizar todos aqueles, que entendia eu, havia contribuído para a grandeza de nossa pequena cidade. Um dos eventos que certamente não foi esquecido, foi o titulo de Honra ao Mérito que forçamos a Câmara Municipal aprovar e entregar em uma festa de formatura ( os alunos daquela turma não devem ter esquecido), a todos os professores considerados importantes na história da Educação da cidade.
No ano de 1994, foi a vez de eu mesmo sofrer perseguição. Ajudado por amigos, transferi-me para a cidade de Campos belos, onde aprovado no vestibular, fui cursar na cidade de Arraias o curso de Pedagogia. Não demorou para que estivesse novamente envolvido nas lutas políticas pela melhoria do ensino na Universidade. Juntos com outros líderes estudantis organizamos o Movimento SOS Unitins, que contribui sobremaneira para que se conseguisse a aprovação da Federalização da Universidade, hoje Universidade Federal do Tocantins.
No ano de 1999, ao concluir os estudos superiores fui aprovado para o curso de Mestrado em Educação na UFG ( Universidade Federal de Goiás), e, juntamente com as circunstâncias e as lutas políticas tornei-me membro da direção estadual do PC do B, já no ano de 1998. Em 2000, fui promovido para a Direção Executiva do PC do B de Goiás, onde assumi a Secretaria de Comunicação.
Com o processo de intervenção política no ano de 2003, pensei, no PC do B, conseqüência das fortes disputas internas e a saída do então secretário de Estado, Gilvane Felipe do Partido, parecia que o meu tempo de fazer política havia terminado. Fiz concurso para professor na cidade de Goiatuba, e tentei seguir minha vida de professor Universitário. No entanto, o destino envolveu-me novamente me novas lutas, fazendo com que no ano de 2006, eu retornasse minha filiação partidária, desta vez, já no PPS, onde no congresso de 2010, fui incluído na direção estadual como suplente.
Hoje, na condição de eleitor e delegado pela cidade de Goiânia participo do XVII congresso do Partido Popular Socialista. Muito da embriaguez e dos sonhos idealistas já se acalmaram em meu coração, mas muitas lutas fazem-me uma vez mais levantar-me para uma participação política direta. A miséria moral, cultural, educacional de nosso povo é algumas delas. Participo novamente de um congresso partidário por que quero ajudar meu estado e meu país a construir um  processo de desenvolvimento humano, com justiça social e um pouco, talvez pelo menos com um pouco menos de desigualdade. E nesta empreitada rogo o apoio e torcida de todos aqueles que acompanham nossa trajetória. Viva o nosso país sem miséria e com Educação de qualidade.

Comentários

  1. Boa noite.
    Fico muito feliz por existir pessoas como o sr. mestre e defensor da educação e da boa moral de uma sociedade alienada por dogmas e paradigmas,onde os tem com verdadeiro, alegando obter a liberdade, porém estão presas em suas crenças que o impedem de conhecer a verdadeira sabedoria, que tal traria a conhecer a verdadeira liberdade.

    ótimo trajeto,e que seus projetos que creio de melhorias para nossa sociedade seja implantados o mais breve possível.....

    Eliane

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