Quatro anos de luta por Desenvolvimento Humano e Democracia: O PPS que temos e o PPS que queremos.
Nelson Soares dos
Santos1
Quatro anos atrás
assumimos como membro da direção do Partido Popular Socialista em
Goiás, e a direção da Fundação Astrogildo Pereira, tornando o e
dirigente responsável pela equipe de formação política ao lado do
Ex – Vereador e Presidente do PPS da cidade de Anápolis. Nestes
quatro anos, travamos várias lutas e a mais importante delas e
colocadas como meta era transformar o PPS Goiano em um partido com
identidade em defesa das amplas liberdades democráticas, do
desenvolvimento humano e em defesa das minorias sociais. E se tem
algo que aprendemos nestes quatro anos é que a luta em defesa das
minorias é uma luta que começa dentro do próprio partido. A luta
em defesa das minorias é muitas vezes, uma luta contras as minorias,
pois estas às vezes, passam a servir como porta-vozes dos seus
algozes.
A luta pela Educação
e a defesa das minorias.
Tínhamos as expectativa
muito grande de que o Governo Marconi fosse o melhor dos governos da
vida dos goianos, e estivemos juntos quando o PPS aprovou o apoio ao
retorno do mesmo, sendo o primeiro partido a fazê-lo. Mesmo antes do
governo se iniciar as forças conservadoras se apresentaram e
infelizmente o governo quase que sucumbiu. Pagamos o preço de termos
ficado totalmente a margem do Governo e das benesses do Governo mas
erguemos nossa voz em defesa das minorias de dos trabalhadores.
Na questão da Educação
participamos ativamente do debate em torno do Pacto pela Educação,
que continuamos achando que foi um equívoco e não produziu os
resultados necessários ao avanço da Educação Pública estadual.
O Pacto foi uma proposta pequena, que tolheu a liberdade e a
criatividade dos professores, uma cópia mal feita das propostas
neoliberais aplicadas como receita mundo a fora. Passamos a utilizar
nosso blog pessoal no endereço www.amigosdosabor.blogspot.com
como instrumento de defesa de nossas posições, e através dele,
fizemos chegar nossa voz nos jornais em defesa das nossas posições
na luta por uma educação de qualidade. Muita gente confundiu nossas
posições, mas elas não entenderam que eram tão somente a
coerência de quem defendeu no Congresso Nacional do Partido que
fosse colocado o tema da Educação como uma das lutas prioritárias
do partido por parte de todos os dirigentes e militantes.2
A questão do pacto pela
educação está em sua essência. O próprio conceito de escola
pública está vilipendiado. Enquanto acreditarmos que podemos ter
uma escola pobre para os pobres não estaremos cumprindo o dever de
dar aos nossos jovens esperança de um futuro decente. Não pode
haver nenhuma reforma educacional que dê certo sem investimento
forte na qualificação e valorização do Educador. Os países que
seguiram o caminho da qualificação e valorização do Educador
fizeram uma revolução em seus sistemas em menos de 30 anos, e pode
ser citado o caso da Coreia do Sul e Cabo Verde.
A participação no
Governo Marconi
Vencidos na batalha, em
nenhum momento baixamos nossa cabeça. Continuamos o diálogo com
professores, lideranças sindicais, e tantos outros, em busca de
divulgar uma concepção humanista de Educação, uma concepção
humanista e libertária de sociedade onde o desenvolvimento humano
fosse o centro, e não apenas o desenvolvimento econômico. Logo em
seguida, após a greve dos educadores veio a chamada “Operação
Monte Carlo”; considerada por muitos o maior caso de corrupção do
Estado. Tal caso fragilizou ainda mais o Governo, colocou a equipe do
governo da defensiva e foi cassado o Senador Demóstenes Torres,
grande aliado do Governo. Na época, devido ao fato de a Direção
Nacional do Partido ter rompido com o Governador do Distrito Federal,
o Petista Agnelo Queiroz, defendi que o partido também deveria
romper com o Governador Marconi Perillo, uma vez que ambos foram
citados e chegaram a depor na CPI que apurou a questão. O partido
naquele momento, se apequenou, de um lado não se posicionou na luta
contra a corrupção, de outro, se acreditava na inocência do
Governador, os principais líderes, ou a própria executiva não teve
a coragem de sair em defesa do mesmo. O silêncio obsequioso foi
prejudicial a construção de nossa identidade.
A nossa luta continuou
tentando apresentar uma via diferente na política de goiana. E a
tentativa era fazer uma experiência na disputa da prefeitura de
Goiânia. Aliados ao PMN, que apresentou o Deputado Elias Jr, como
cabeça de chapar lançamos uma alternativa ao povo de Goiânia:
Elias Jr, e Darlan Braz. O alcance de 10% dos votos obtidos nas urnas
mostrou-nos que estávamos certos e que existe uma grande parcela da
sociedade que quer mudança e sair da polarização PSDB/PT-PMDB. Os
dois mais votados gastaram mais de dez milhões na campanha para
prefeito, mostrando um lado perverso das relações público/privadas
que permeiam as campanhas em nosso país.
Travamos um debate duro
sobre o papel do partido no Governo Marconi, por que acreditamos que
aqueles que representam o PPS deve estar em defesas da luta por
desenvolvimento humano, amplas liberdades democráticas e apoio as
lutas das minorias marginalizadas. Como resultado da luta, diversos
quadros deixaram o partido e permitiu que assumíssemos um discurso
mais consistente em defesa de uma sociedade democrática e dos
trabalhadores. Nesta quadra, o governo também começou uma lenta
recuperação, com construção de estradas, obras, investimento no
social por meio da bolsa futuro, aumento das bolsas universitárias e
outros investimentos. Entretanto, aquela parte que nos é mais cara ,
- a educação – foi mantido o pacto do início do governo e nada
ainda foi feito para recuperar os direitos perdidos pelos
professores. Manifestamos nosso apoio a todas as lutas dos
trabalhadores indiferente qual fosse o Governante. No caso da cidade
de Goiânia, acompanhamos de perto a ocupação da Câmara Municipal
e a luta dos professores contra o governo do PT, que também , e de
sua forma, considerou a possibilidade de retirar direitos já
adquiridos pelos professores.
A Luta contra a
intolerância e o preconceito.
Lutamos ainda em outras
frentes, seja na luta contra o racismo, contra a intolerância
religiosa, a homofobia, e todas as formas de preconceitos. Pugnamos
sempre por uma sociedade democrática por que acreditamos que a
nossa sociedade deve ser tratada não como segregacionista, e sim
como uma grande arca de noé, onde a educação, a ciência e a
tecnologia sejam colocadas a serviço do desenvolvimento físico,
mental e espiritual do homem. Daí por que nos é cara a luta pela
educação. Acreditamos que só uma educação da mais alta qualidade
pode nos colocar em condição de transformar o que acreditamos em
realidade.
Internamente no partido,
realizamos diversos encontros regionais com o objetivo de
conscientizar os dirigentes municipais, filiados ativos e
simpatizantes da importância do exercício da cidadania nos locais
onde vivem. Nossa luta foi para desenvolver a ideia da cidadania no
poder local e portanto, uma concepção de política totalmente
diferente do municipalismo, por que fundada em uma democracia, onde
os conselhos participativos e toda a sociedade tem voz e condições
de interferira nas decisões sobre o futuro da cidade, e não, como
até agora tem sido, quando os prefeitos se comportam como
verdadeiros coronéis locais e os cidadãos cabe obedecer de forma
servil e sofrida. No momento atual estamos na tutoria de um curso EAD
– Educação a Distância com 75 alunos matriculados. Este curso
proporcionado pela Fundação Astrogildo Pereira, é um desafio de
estabelecer um debate profícuo sobre qual partido queremos, e
sobretudo qual partido a sociedade precisa para encontra os novos
caminhos que procura.
A luta que continua.
Com as condições que
tínhamos tudo que estava ao nosso alcance foi feito. Os dirigentes
que hoje, continuam no partido se entregaram e deram o melhor de si
na construção de um partido democrático que chegasse a este
congresso forte e com expectativas de seguir adiante construindo a
esperança. Hoje, o partido está organizado em mais de 150
municípios, possui mais de 60 vereadores, e mais de 50 diretórios
municipais. A relação da direção estadual com as direções
municipais sempre foi de respeito as bases, de diálogo que busca o
consenso de ideias respeitando as opiniões divergentes. Nunca
abrimos mão de nossos fundamentos – o desenvolvimento humano, o
desenvolvimento da consciência politica para fortalecer a cidadania
loca em harmonia com o processo de globalização, no qual o cidadão
seja o sujeito de sua própria história.
Ao fim, deste mandato,
temos a agradecer a toda a sociedade que nos permitiu discutir
democracia, discutir liberdade, lutar contra o preconceito, a
intolerância em todas as suas formas, a corrupção e tantos outros
males e lutas dos quais participamos e que nos tornou mais fortes e
mais dispostos a construir uma alternativa onde o desenvolvimento
humano e a democracia, a sustentabilidade e a justiça social sejam
os reais fundamentos de um governo. É este o caminho no qual
pretendemos continuar, pois é através dele que contribuiremos para
diminuir a violência e tantos outros males que assolam a sociedade.
Viva o PPS, viva o humanismo, viva a democracia.
1Nelson
Soares dos Santos é membro da Executiva Estadual do PPS, Diretor da
Fundação Astrogildo Pereira, e Professor Universitário
2Segue
anexo o vídeo onde defendemos no Congresso Nacional do Partido
nossa posição na luta pela educação.
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