Sobre responsabilidade e felicidade



Outro dia conversei de forma rápida com um ex-aluno no MSN. Ao final da conversa ele disse: Professor, parabéns pelo seu blog, é um dos lugares onde leio as coisas e sinto que são verdadeiras, são críticas sinceras que tem como objetivo ajudar o mundo a ser melhor. Depois de alguns dias pensando, posso dizer ao aluno T ( vou chamá-lo assim) que não tenho a ilusão de que todas as pessoas tenham a mesma idéia do meu blog, mas que estou feliz de se constituir em um espaço onde lendo alguém possa encontrar forças para viver e seguir adiante.
É esta a principal razão que hoje resolvi falar sobre responsabilidade. Durante vinte anos no Brasil, tempos da ditadura falou-se muito na importância da liberdade em todas as suas formas, creio que chegou a hora de falarmos de responsabilidade. Liberdade, consciência e responsabilidade são três características importantes que nos leva a compreender o que é um sujeito moral, ou que nos leva a viver de forma equilibrada junto a sociedade, pois ajuda-nos a entender o que queremos, o que podemos e o que devemos fazer.
Nos dias atuais os meios de comunicação, a liberdade e o fácil acesso a educação permite que se adquira, mesmo que de forma breve na vida, os lampejos de consciência necessários para se escolher entre os caminhos a seguir. No entanto, pouco se fala da importância da responsabilidade. O motivo talvez seja o aprofundamento do egoísmo individualista onde cada um preocupa-se demais com o próprio sucesso nublando assim os olhos e não permitindo que se veja como estamos interligados a todos os seres do Universo.
Por mais que o senso comum nos alerte com frases de efeito como: “a vida é um bumerang, tudo que você lança volta para você”, “Tudo que se planta colhe”, “quem semeia ventos, colhe tempestades” “ O plantio é escolha, o colher é inevitável”; ainda assim não conseguimos perceber o alcance das responsabilidades de nossas escolhas, nossas palavras e nossos atos. Não conseguimos perceber por que não somos capazes de conceber que somos todos seres interligados, e estamos todos ligados a grande mente cósmica e universal. Os aspectos conflituosos do mundo, o tempo de transformação que vivemos não nos permite ver que nossos atos, palavras e atitudes vão muito além do nosso circulo próximo e que nossas responsabilidades são muito maiores do que pensamos.
Vamos a um exemplo corriqueiro. Um jovem para acalentar seu ego se propõe a conquistar uma jovem com o objetivo de demonstrar sua virilidade. Uma vez realizada a conquista este a despreza. A moça em desespero entra em profunda depressão e tal acontecimento causa um enorme transtorno a família. O pai da moça transtorna comete diversos erros em seu trabalho colocando em risco a vida de muitas pessoas por não conseguir lidar com a dor da filha. Em sua ignorância o jovem conquistador não percebe de que ele é um dos responsáveis por todas as tragédias devido o curso que o desequilíbrio da mocinha tomou.
Não conseguimos perceber nossas responsabilidades por que não somos capazes de re-conhecer nossa missão divina nesta terra. Entretanto o fato de não percebermos não significa que não tenhamos que responder pelos nossos atos. É preciso aprender, aos poucos, que tudo se trata de leis que devem ser obedecidas, causa e efeito, níveis de vibrações. Isso significa que não conseguiremos fugir da justiça e da verdade. Em algum momento de nossa existência a nossa essência terá de lidar com as conseqüências de nossos atos e responder por cada um deles.

Precisamos lutar para compreender o significado da palavra responsabilidade para os nossos dias. Devemos empreender uma luta para que possamos ter uma maior percepção de nosso eu, do alcance de nossa existência a partir dos nossos pensamentos, palavras e ações e assim entendermos os limites de nossa felicidade.

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