Democracia e Justiça social
O destino do Brasil é a radicalidade democrática. Sim, este é o nosso destino, radicalizar a democracia e encontrar um equilíbrio entre a liberdade para todos em sua forma mais radical e o bem estar coletivo, mostrando ao mundo o caminho da justiça social. E podemos dizer isso por que apenas o brasileiro - O homem cordial – pode ser capaz de viver a tolerância em sua forma mais radical e permanecer em sua essência cordial sem pender para o extremismo de direita ou de esquerda.
1. O argumento histórico.
Nenhum revolta nativista teve um apoio massivo do povo brasileiro. Nenhum guerra de independência contra a ordem estabelecida teve sucesso. Foi assim com as revoltas nativistas, foi assim com a inconfidência mineira, Guararapes, cabanagem, confederação do equador dentre outras. Foi assim também com as guerras separatistas; os farrapos no Rio Grande do Sul, e nos anos trinta a Revolução constitucionalista dos paulistas.
No Brasil, o povo brasileiro prefere a ordem, parecendo que o slogam Ordem e Progresso na Bandeira Nacional não foi retirada da filosofia de Comte, e sim do coração do povo brasileiro. O povo brasileiro é um povo pacífico e prefere resolver os problemas nacionais de forma pacífica e sem derramar sangue. Aqui, os extremismos sejam de direita ou de esquerda não encontra guarida a não ser no coração de uma minoria barulhenta e inconformada com a própria vida.
A ordem, o amor a pátria, a segurança da nação e dos entes queridos supera qualquer tipo de ganância e desrespeito ao ser humano e a vida. E quando se chega o limite o povo brasileiro sabe dizer não. Foi assim para se colocar fim ao estado novo de Getúlio, e foi assim no momento de por fim a ditadura militar imposta em 1964.
2. O argumento sociológico.
Já se disse que o homem brasileiro é o homem cordial, e também o mesmo Sérgio Buarque de Holanda, escreveu que a democracia no Brasil sempre foi um mal entendido. Uma e outra coisa ainda tem sentido nos dias atuais, no entanto, a primeira ainda é mais forte que a segunda. O que fortalece a idéia de liberdade no coração do brasileiro é sua cordialidade. Por isso mesmo idéias como a do deputado Jair Bolsonaro dificilmente passará de ser uma voz de uma pequena minoria para representar uma ameaça a democracia.
De outro lado, não há espaço para a extrema esquerda. Partidos que se radicalizam em defesa de direitos de grupos que ainda são minoria na sociedade não terá espaço para chegar ao poder, ou mesmo de partidos que defendem idéias que não são compreendidas pelo homem comum do povo.
A força da cordialidade do homem brasileiro é que nos levará a radicalidade democrática. Apenas uma democracia radical será capaz de construir instrumentos representativos de diferenças tão dispares como a defesa das cotas para negros, respeito à homoafetividade e de outro lado a possibilidade da escolha de uma vida conservadora de defesa de modelos de instituições representativas do século passado.
3. A radicalidade democrática possível.
O aprofundamento da democracia – nosso destino inevitável – só será possível após profunda reforma política que garanta a representação de todas as minorias, forte educação política e investimento na justiça social.
A reforma política deve obedecer as possibilidades da representatividade das minorias. Negros, homossexuais, mulheres, índios devem estar melhor representado em todos os espaços do estado seja na esfera municipal, estadual ou da União. Isso só será possível como uma reforma no funcionamento interno dos partidos políticos, financiamento público das campanhas eleitorais forte combate a corrupção.
Está ligada a isso a necessidade de um forte investimento em educação, mas sobretudo em educação política. Partidos políticos, instituições como família e a igreja precisará investir em esclarecer a população da necessidade da compreensão do sistema político e de como ele influencia diretamente em nossas vidas. Pesquisa realizada pelo Partido Trabalhista Brasileiro e publicado no Blog do Jeferson mostra que a maioria dos brasileiros não compreende o que é a reforma política atual, ou seja, não sabe como funciona a estrutura de poder que dirige suas vidas.
Por último, o caminho para a radicalidade democrática e a justiça social passa pela valorização dos nossos verdadeiros líderes que contribuíram para fortalecer a idéia de nação brasileira de forma pacífica e dentro dos idéias de cordialidade do homem brasileiro, como José de Alencar, Rui Barbosa, Getúlio Vargas, Tancredo Neves, Lula da Silva, Itamar Franco dentre outros que de forma calma e tranqüila ajudaram o país a encontrar seu caminho.
Comentários
Postar um comentário