Cem dias: Uma estratégia que não mais tem serventia.



Passou-se os primeiros cem dias de todos os governos estaduais e do Governo Dilma, enquanto governo central. A pergunta que todos especialistas estão fazendo é qual é a marca que fica para os governantes que tomaram posse em Janeiro. A pergunta que todas as análises  levam-me a fazer é se ainda tem sentido analisar cem dias de governo nos tempos atuais.
A idéia estratégica dos cem dias nasceu nos Estados Unidos da América, pós crise de 1929, com o desejo do então presidente Americano Rosevelt de resolver em tempo recorde e com medidas amargas a crise americana. Deu certo para 32º segundo presidente Americano, que curiosamente governou os Estados Unidos da América de 1932 a 1945, o mesmo tempo de Getúlio no Brasil, só que ele sendo um democrata e com eleições.
A estratégia dos 100 dias perdurou desde então. Todo novo governo todos ficam esperando quais ações serão tomadas nos primeiros 100 dias. No governo Marconi não era preciso ser nenhum especialista em política para saber que as medidas seriam amargas, o que surpreendeu a muitos foi a promessa de agilidade que não veio. Creio que o caso goiano se explica por uma crítica exagerada a leniência do Governo Alcides e a criação de uma expectativa muita alta por parte dos aliados de que seria uma gestão extremamente moderna, ágil e com resultados milagrosos. Com as principais empresas do estado à quase pedido de falência, Marconi pouco pode fazer. E a alta expectativa transforma para muitos em frustração.
Hoje a situação do estado não é nada agradável para quem quer que fosse que estivesse no Palácio das Esmeraldas. As principais empresas, Celg, Saneado, Ipasgo, Iquego, Metrobus, estão sem caixa para investimento, muitas, em situação ainda pior do que não ter como fazer investimento. As estradas, pedindo reformas. As áreas de segurança, saúde, Educação e cultura pedindo altos investimentos.
Em 100 dias de governo já podemos aceitar como realidade uma coisa. Marconi é jovem, ágil e maduro; mas não sabe fazer chover dinheiro do céu, ou seja, é só um homem com muita vontade de governar, e que tenta governar bem. Governar, no entanto, não depende apenas do governante, e um governante sozinho não constrói uma nação. Marconi não terá sucesso se os aliados não se perguntarem o que podem fazer por nosso estado, em vez de buscarem o que o estado pode fazer por cada um de nós. A retomada do desenvolvimento do Estado de Goiás vai exigir sacrifício de todos os goianos.
É também ilusão os aliados do Governador querer acusar uma oposição que não existe. Sim, não tem como existir oposição em Goiás uma vez que a base dilmista padece dos mesmos males a nível federal. Para evitar o linchamento é só usar as palavras de Jesus, “quem não tem pecado que jogue a primeira pedra”; ou seja, só resta todos voltarem para casa e seguir cada um suas vidas; a Base dillmista defender o espólio de Lula e tentar seguir em frente em defesa da continuidade do crescimento do país, a base de Marconi administrar o que tem e como pode.
Concluo assim, percebendo que 100 dias como estratégia não tem mais valor. 100 dias não são mais suficientes para refazer caminhos, construir novas pontes. Não será com terapias de choque que se poderá resolver alguma coisa mas colocando sob um novo patamar a discussão política e o conceito de gestão da coisa pública. E isso é conceito não se coloca em 100 dias.
Marconi por exemplo colocou uma nova forma de fazer gestão pública com otimismo e tentando olhar para frente ( embora alguns aliados insista em ficar olhando para trás), tentou sair da letargia, ( embora tenha ficado preso a compromissos financeiros do passado), tentou envolver a sociedade civil na busca de soluções. Tudo isso é extremamente vantajoso. No entanto, só demonstra que não dá para avaliar os resultados em 100 dias.

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