Pode ser Melzinho na Chupeta: Só precisamos acreditar.



Nelson Soares dos Santos

Hoje recebi a  seguinte crítica na rede social: Aviso para aqueles aventureiros que pensa que o negócio é melzinho na chupeta: o custo estimado de campanha a governador ao Estado de Goiás em 2014, vai ficar entre 25 a 70 milhões de reais. Existem pré-candidatos que nem carro velho pra andar tem e já estão em plena campanha. Uma piada!!!” É verdade, eu não tenho dinheiro, na verdade no momento não tenho nem carro mesmo, e quero ser Governador de Goiás.
Tenho recebido críticas por que me coloquei a disposição do meu partido para ser candidato a Governador. A Crítica consistente trata do fato de eu não ter dinheiro pra gastar na campanha e que além de não ganhar para governador por não ter dinheiro, atrapalharia os candidatos do partido ou aos prováveis partidos que viessem se aliar ao projeto de serem eleitos também. A consistência da crítica parte de uma premissa: para ser candidato a Governador é preciso ter muito dinheiro ou capacidade de conseguir doação milionária de campanha dos empresários.

A Matemática da Crítica.

A Matemática da crítica se baseia no seguinte aspecto: Dizem que a campanha mais barata para deputado estadual com possibilidades de ser eleito deve custar de dois a cinco milhões de reais; a campanha de um Federal deve custar em média de 3 a 10 milhões de reais; a campanha do senador eleito deve custar de 10 a 30 milhões de reais. E a campanha de Governador deve custar de 25 a 70 milhões de reais.
Considerando que temos hoje cinco pré-candidatos a Governadores tidos como competitivos neste quesito, se levar em conta o teto máximo, apenas para governador seria gasto no processo eleitor 400 milhões de reais; Soma-se mais 04 candidatos a senadores competitivos e teríamos um aumento de mais 100 milhões aproximadamente; vamos considerar que os principais candidatos competitivos a deputado federal sejam em número de 30, e colocando uma média de sete milhões para cada um, teríamos um acréscimo de mais 200 milhões. Temos na Assembleia Legislativa 41 vagas, se considerado que os competitivos para ocupa-las pode chegar ao dobro do número de vagas, teríamos então 82 candidatos competitivos, com um valor aproximado de cinco milhões, dando um total de mais de 400 milhões. Somam-se todos estes valores e pode-se perceber que terá sido gasto no final mais de um bilhão de reais com o processo.
E quem paga a conta?
O interessante nesta história e no referido argumento é que quem o utiliza não se pergunta quem paga esta conta no final. Qualquer pessoa sabe que quando um empresário financia uma campanha politica, ele o faz por que está interessado nas licitações do Estado, ou seja, na cabeça do empresário o dinheiro que ele doa para campanha não é gasto, é investimento que pode ser triplicado. Com este raciocínio do empresário, o um bilhão gasto pode se transformar em três bilhões quando o dinheiro sair dos cofres do Estado.
E, com tantos escândalos, Astrográfica, Celg, Cachoeira dourada, Tarja Preta, Monte Carlo, etc, não é difícil de entender as razões que motivam a existências de tais acontecimentos. Retirar o dinheiro dos cofres do Estado requer engenhosidade, engenhosidade esta que a polícia trabalha diuturnamente para evitar. Então se somarmos o dinheiro que o próprio Estado gasta tentando evitar o desvio de dinheiro para compensar os investidores nas campanhas eleitorais este valor pode passar de cinco bilhões de reais. Considerando que esta é a média por estado, e multiplicado por 26 estados mais o distrito Federal, chegaríamos a um valor de mais de 100 bilhões de reais.
No nível nacional, os escândalos se multiplicam de Estado para Estado, e, todos conhecem o Mensalão Petista, o Tremsalão Tucano e tantos outros, como dinheiro na cueca, etc, cujo objetivo não é outro senão irrigar os processos de corrupção que se espraiam por todos os lados. No final, não é o empresário candidato rico que paga a campanha, não é os empresários financiadores que pagam as campanhas, são os trabalhadores, os consumidores, os contribuintes.
Por isso, quero ser o Governador.

Quem acompanhou o texto deve estar pensando: Se este rapaz tem consciência de todos estes dados por que ainda pensa que pode ser político e candidato logo a governador? Ora, a reposta é bem simples. Quem me conhece sabe que se eu quisesse ter me dedicado a buscar uma carreira onde ganhasse dinheiro eu poderia ter dinheiro hoje. Eu nunca quis, por que sempre acreditei que o que existe de mais valoroso é o ser humano. Então quero ser candidato pela matemática inversa.
Estes bilhões que saem dos cofres do Estado e remuneram as campanhas eleitorais dos ditos candidatos ricos, mas que não gastam nenhum centavo do próprio bolso ( ou alguém acredita que se gastassem do próprio bolso ficariam mais ricos a cada eleição?), se não forem gastos poderão serem transformados em bolsas de estudos, hospitais, valorização do professor, construção de escolas, etc. E, que seja, eu não só não tenho dinheiro, como não pretendo arrecadar milhões para a campanha, por que se acredito no ser humano, é pela igualdade que luto, pelo equilíbrio da sociedade e portanto, não fico procurando formas de enriquecer mais ainda que há é milionário.
Mas como podemos fazer uma campanha para governador sem gastar dinheiro? Oras, assim como estes críticos já sabem do meu desejo, hoje o Estado inteiro sabe. A internet e os jornais são acessados em todos os municípios do Estado; o que nos leva a concluir que o excesso de viagens de políticos de cidade em cidade só serve mesmo para irrigar as veias da corrupção e não para fazer contato real com o povo. O que precisamos é de governantes que tenham inteligência, prudência, sabedoria e espírito de Justiça. E para fazer chegar nossa mensagem não precisamos nos transformar em caxeiro-viajante um ano antes das eleições. Alguns candidatos já estão gastando fortunas em negociatas, fortunas estas que depois serão retiradas do bolso do contribuinte.

Então, aqueles que querem fazer um estado diferente, vamos usar os recursos que temos, discutir um projeto coletivo de governo, um projeto que torne a sociedade menos desigual, os serviços do estado com mais qualidade e vida de todos muito mais feliz. E isso pode ser feito. O que precisamos é acreditar. Acreditar que podemos ser donos do nosso destino e capitães de nossas almas.

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