O Dinheiro e a Participação Popular na Política
Nelson
Soares dos Santos[1]
A
reta final do processo de troca-troca partidário e novas filiações para a
disputa eleitoral desnudou fatos que faz corar até os mais terríveis demônios
nas profundezas dos infernos. Enquanto a maioria dos eleitores pensa que a
eleição começa apenas no ano que vem, os dirigentes partidários transformam o
futuro da nação em mercadoria e a democracia em um balcão de negócios. Causaria
enjoo ao mais perverso dos demônios a forma com o dinheiro é tratado com
primazia nas negociações.
Quem
não tem dinheiro, por mais que tenha apoio popular, é praticamente ignorado. Os
acordos são feitos com mentiras, traições, e as mais perversas atitudes
humanas. O sonho do povo é jogado na lata de lixo e praticamente em nenhum
momento se ouve preocupação com as causas mais prementes da sociedade. A
vaidade, a ganância e o desejo desenfreado de conquistar o poder toma conta de
todos. A criança, o trabalho escravo, a violência, nada disso é lembrado. Só
uma coisa interessa: como faremos para tomar o poder.
Nos
partidos tradicionais a questão é resolvida no compadrio. De forma que um
endinheirado oferecer as tais estruturas de campanha para assumir o controle do
partido e começa a fazer todos os tipos de acordos possíveis. São partidos que
literalmente tem donos. Neles, candidaturas populares servem apenas para
arrebanhar votos e completar o chamado consciente eleitoral. Ninguém, mas
ninguém mesmo está interessado nas luta dos povos. Chegamos a um nível de
depravação tão grande que mesmo os partidos que tradicionalmente defenderam os
direitos dos ricos mal conseguem fazer o jogo de manutenção dos seus quadros no
poder.
Os
Partidos com participação Popular.
Alguns
partidos ainda tentam manter o que se chama de democracia interna. São aqueles
oriundos da luta contra a ditadura e que geralmente possuem em seus quadros
intelectuais e trabalhadores. O PT, era um destes partidos por excelência que
se perder ao chegar ao poder. O Partido do qual faço parte desenvolve um
esforço para neste jogo cruel manter a participação popular, ouvir as vozes das
ruas, e servir de ponte na luta dos trabalhadores por condições melhores de
vida. Acreditamos na ideia do fortalecimento do poder local, da construção de
redes para o fortalecimento da cidadania e da democracia, e lutamos por uma
sociedade mais igualitária e mais humana.
Por
estas razões, o partido tem sido vitima de aventureiros e aproveitadores. Em
Goiás, por diversas eleições quando se aproxima o pleito, lobos vestidos de
cordeiros tentam entrar no partido, por que sabem ser mais fácil se eleger, e
logo quando eleitos, saem, deixando as bandeiras que o partido defende sem voz
no parlamento. Nesta eleição, enquanto todos os
lideres partidários tem corrido para filiar o maior número possível,
temos nos preocupado em barrar aqueles que querem apenas se aproveitar do
partido. Não acreditamos em conversão de última hora depois de termos passado
04 anos em um esforço desumano para dialogar com a sociedade.
Os
aventureiros que agora querem o controle e o comando do partido quer apenas o
direito de negociar, em palavras simples, vender o partido e tudo que
construímos, e que acreditamos poder fazer um deputado federal e um estadual
que vão carregar nossas bandeiras, defender a valorização do professor, um
diálogo profícuo com os servidores públicos, a erradicação do trabalho escravo
no estado, o combate a violência, e o exercício da tolerância na sociedade. São
estas as razões pelas quais não queremos aventureiros por mais cordeiros que
pareçam. O PPS tem um projeto, e o povo nos dará uma vitória histórica em
Goiás.
[1]
Nelson Soares dos Santos é Pedagogo, Mestre em Educação, Secretário Geral do
PPS de Goiânia e membro da Executiva Estadual de Goiás.
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