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Mostrando postagens de novembro, 2013

Joaquim Barbosa e o Racismo Brasileiro

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Nelson Soares dos Santos [1] Estou cada dia mais preocupado com as manifestações do Racismo no Brasil. Estes dias, li nas redes sociais a expressão “Urubu quando não caga na entrada, caga na saída”.  Pasmem meus leitores, a expressão foi utilizada se referindo a Joaquim Barbosa, o presidente da mais alta corte judiciária do país, e, se alguém pensa que foi utilizada por pessoas pouco esclarecidas, pasme mais ainda, na verdade era um debate entre advogados com carteira da Ordem dos Advogados do Brasil que debatiam sobre os erros e acertos do Ministro Joaquim Barbosa. Há quem diga e, eu concordo, que a presença de Joaquim Barbosa, um negro, na mais alta corte do país vem contribuindo para emancipar o negro brasileiro, fazer o mesmo assumir sua brasilidade e sua cor, sentindo assim que o Brasil é o seu país e de que ele, negro pode ser um cidadão. Esta é a verdade na qual eu quero acreditar. A presença, porém, deste tipo de debate nos alerta para outros problemas e para a necess

A democracia dos Cabos Eleitorais

Nelson Soares dos Santos 1 Quando se põe a pensar nos problemas da democracia brasileira diversas situações nos vêm à mente. Algumas são profundamente discutidas como o Coronelismo, o Clientelismo, a apatia do povo, a corrupção, etc. Outras, já são tidas como normais e até necessárias. Ultimamente uma delas tem chamado minha atenção: É que nas campanhas eleitorais tem ume elemento denominado “Cabo Eleitoral”. A importância do cabo eleitoral cresceu muito desde 1988, e vem crescendo dia-a-dia. Para se tiver uma ideia, uma campanha proporcional de deputado estadual ou federal de estados pequenos como Goiás e ou DF, muitos candidatos planejam gastar em média dois milhões com os chamados “cabos eleitorais”. Há poucos menos de um ano das eleições existem candidatos que já estão com mais de seis meses trabalhando com cabos eleitorais remunerados. Estes fazem o papel dos antigos militantes dos partidos, sejam nas redes sociais, ou na vida cotidiana, levando o nome do candidato e tr

Quem está interessado em Derrotar Ronaldo Caiado? - Marina Silva e a Política da Mediocridade.

Nelson Soares dos Santos 1 Vou procurar neste artigo entender um pouco do que vive Ronaldo Caiado. Este político goiano, cinco vezes deputado federal, médico respeitado, representante do ruralismo no Brasil, ex- Candidato a presidente do Brasil, um liberal e conservador assumido. Um homem de voz firme na defesa da classe que representa. Um parlamentar respeitado e que de repente parece isolado na política goiana depois de ter se afastado da base aliada de Marconi Perillo, e ter sido afastado, a pedido da Ex- Senadora Marina Silva da possibilidade de participar da construção da Terceira Via em Goiás. Alguns podem perguntar por que eu, um declarado homem de esquerda, humanista, democrata e socialista veio a interessar pela situação de um liberal conservador. A razão é simples: Existem basicamente três tipos de pessoas que fazem política no Brasil: Um, é o grupo daqueles que fazem negócio e nestes estão a grande maioria dos corruptos e larápios da coisa pública; Outro gru

Da consciência negra à consciência humana : A luta contra a servidão moderna.

Nelson Soares dos Santos [1] Toda minha vida, pesquisei, estudei e refleti sobre a situação do negro no Brasil, mas foi na graduação quando pela primeira vez, fiz um trabalho com um mínimo de cientificidade sobre o processo de abolição da escravatura no Brasil. Naquela época estava interessado em entender as diferenças de motivações que possuíam de um lado, os abolicionistas livres como Joaquim Nabuco, Castro Alves, entre outros; e de outro lado, os negros aquilombados com destaque para Zumbi dos Palmares. Eu conclui que Zumbi tinha uma motivação existencial enquanto os abolicionistas, em sua maioria, por vezes até eram libertários idealistas, mas parte de um sistema que em sua essência queria perdurar e fazer aumentar a oferta de mão-de-obra assalariada para o sistema capitalista. Eu sempre dizia que os idealistas nunca entenderam as motivações dos negros aquilombados, nunca foram capazes de sentir a dor sentida pelos escravos, e nem tão pouco compreender a crueldade que s

Quatro anos de luta por Desenvolvimento Humano e Democracia: O PPS que temos e o PPS que queremos.

Nelson Soares dos Santos 1 Quatro anos atrás assumimos como membro da direção do Partido Popular Socialista em Goiás, e a direção da Fundação Astrogildo Pereira, tornando o e dirigente responsável pela equipe de formação política ao lado do Ex – Vereador e Presidente do PPS da cidade de Anápolis. Nestes quatro anos, travamos várias lutas e a mais importante delas e colocadas como meta era transformar o PPS Goiano em um partido com identidade em defesa das amplas liberdades democráticas, do desenvolvimento humano e em defesa das minorias sociais. E se tem algo que aprendemos nestes quatro anos é que a luta em defesa das minorias é uma luta que começa dentro do próprio partido. A luta em defesa das minorias é muitas vezes, uma luta contras as minorias, pois estas às vezes, passam a servir como porta-vozes dos seus algozes. A luta pela Educação e a defesa das minorias. Tínhamos as expectativa muito grande de que o Governo Marconi fosse o melhor dos governos da vida d

Reflexões sobre o Mensalão, seus prisioneiros e Julgadores.

Nelson Soares dos Santos Eu sei que este artigo que ora escrevo vai decepcionar muita gente. Eu sempre tentei ser um livre pensador. Sempre tentei, e lutei ser dono do meu destino e capitão da minha alma, para utilizar uma expressão não criada por minha pessoa, mas muito cara. E é neste sentido que tenho dificuldade de falar sobre o mensalão do PT e todo processo que descambou na prisão. Confesso que tenho evitado falar sobre o assunto até com as minhas filhas. E por que tenho feito isso? Como não consigo avançar em meus próprios pensamentos para uma análise sobre todo o episódio vou aqui tentar dizer, pelo menos, o que tem trazido o incomodo e impedido de dizer o que penso. A Justiça. É difícil dizer que a prisão dos mensaleiros do PT é uma questão de se fazer justiça. Digo isso pelo simples fato que o conceito de justiça em sua origem deve primar pela imparcialidade. E se pode dizer que houve de tudo durante o episódio do mensalão, menos a ta

A res – pública que não temos

Nelson Soares dos Santos É possível que em algum canto do país, em alguma casa ou choupana alguém faça a pergunta: afinal, por que mesmo é feriado hoje? 15 de novembro, - a proclamação da república; - é possível que alguma outra voz responda. Para além da pergunta e da resposta, mesmo que seja feita em uma choupana ou em uma rica casa dos jardins, o que fica é que poucos sabem o que é a república, e por que somos uma república. A transformação do Brasil de um império em uma república foi uma ação praticada por poucos homens, e talvez, até hoje seja assunto de poucos cidadãos da nossa pátria. José Murilo de Carvalho, em sua obra “ Os Bestializados” ao descrever o processo de como se deu a proclamação da república me fez ler algo que nunca mais vou esquecer e que me ensinou o quanto o nosso povo está distante de vivenciar de forma consciente o espírito da nação. Ele diz em seu livro que enquanto Deodoro montado em seu pomposo cavalo e cercado de oficiais percorria as ruas do r

Novos discursos e velhas práticas x velhos discursos e novas práticas.

Nelson Soares dos Santos Lutar contra as velhas práticas políticas que dominam a sociedade e o meio político não tem sido uma coisa fácil por dois motivos: o primeiro, aquela ingenuidade egoísta daqueles que querem uma nova sociedade e uma nova política, mas vivem movidos pelo egoísmo e a vontade de sempre receber mais do que partilhar; o segundo, a astúcia dos velhos dominadores que não medem esforços para manter o poder que possuem. No meio dos dois extremos uma pequena parcela compreende a crueldade do jogo político e trabalham sob fogo cruzado tentando colocar o bem coletivo acima dos interesses individuais. Os egoístas ingênuos. Os egoístas ingênuos estão em diversos lugares, mas sobretudo, nas escolas e universidades. Em resumo, possuem potencial para serem bons políticos, mas o objetivo prioritário deles é alcançar estabilidade pessoal. Querem passar em um concurso público, ocupar espaço na sociedade, viajar, cuidar bem da família. Até então, tudo bem, o problema é q