Feliz 2014!!! Que o novo ano seja cheio da verdadeira prosperidade.
Nelson Soares
dos Santos[1]
Há
um senso comum de que pobreza é a falta de bens materiais e isso é verdade. Sem
que se tenham as necessidades materiais básicas supridas nenhum ser humano consegue,
facilmente, desenvolver a criatividade, o humanismo e ou mesmo a
espiritualidade. Talvez por isso, a luta
contra a fome se tornou tão forte nestas terras tupiniquins. Entretanto, apenas
saciar a fome de comida pode não ser a condição suficiente para se vencer a
pobreza e daí por que as políticas sociais do Governo Lula/Dilma tem sido
insuficiente como recurso para propiciar um desenvolvimento humano em bases
seguras. Nos últimos anos quanto mais se tira gente da pobreza material no
Brasil, mais aumenta a violência no trânsito, a criminalidade e tantas outras
formas de doenças da sociedade. E mais ainda, está aumentando vertiginosamente
outras formas de pobreza contras às quais é imperiosa uma luta constante se
quisermos de fato construir uma sociedade com justiça social.
A Pobreza Política
Nos
últimos anos tem ganhado corpo uma campanha pelo voto nulo baseado na ideia de
que a forma para se mudar a política é votar nulo ou não ir votar. É a
tentativa de resolver uma forma de pobreza política já denunciada pelo
Professor da Universidade de Brasília, Pedro Demo, por outra forma ainda pior.
Até então a pobreza política no Brasil se revela pela venda escancarada do
voto, que, aliás, ainda persiste e explica as somas estratosféricas de dinheiro
gasto em campanhas eleitorais, que por sua vez, explica a corrupção, as
licitações viciadas, os escândalos e tantos outros males. Outra forma de
pobreza já denunciada é a incapacidade do eleitor de conhecer as propostas
políticas, saber diferenciá-las para então, poder escolher, de forma consciente
aquela que acreditar ser a melhor.
A
pobreza política da campanha do voto nulo e ou do não votar é tão ou mais cruel
que as demais citadas por que feita por pessoas com algum nível de condições
materiais e intelectuais. Trata-se de uma forma equivocada de travar uma luta
que, de fato, só tem sentido pelo exercício da verdadeira cidadania e da
supremacia da sociedade civil sobre o Estado, o que não é possível acontecer quando aqueles que
podem influir nos resultados simplesmente se recusam a participar do processo.
Morbidamente, os representantes desta nova forma de pobreza tem grande
porcentagem dos seus entre aqueles que tiveram acesso a educação e aos bens materiais de que desfrutam
por meio das políticas sociais implementadas nos últimos anos.
Pobreza Intelectual
Antigamente
a pobreza intelectual do povo de nosso país era facilmente explicada pelo
grande número de analfabetos. Agora, a questão se tornou mais complexa de se
olhar. Os dados recentes revelam que grande parte da pobreza intelectual não se
explica mais pelo grande número de analfabetos e sim de uma nova categoria de
analfabetos: aqueles que estiveram na escola, uma grande parte dos que
estiveram mesmo nas universidades e até nas boas Universidades, mas não são
capazes de ler, interpretar ou escrever um bom texto. São os chamados
analfabetos funcionais.
As
mídias sociais estão cheias deles, e por que não aprenderam a pensar acreditam
de forma dogmática que possuem a verdade
e saem por ai propagando as tais verdades nas quais acreditam; e se alguém ousa
deles discordar são facilmente agredidos das formas mais vis e antidemocráticas
que se pode esperar. Tenho medo da pobreza intelectual. É ela que é a semente
do fanatismo, do dogmatismo e de todas as formas de ismos que tem levado a
humanidade a guerras tão cruéis como aquelas que se matam em nome de Deus.
A
pobreza intelectual já não está mais restrita as mídias sociais, estão nos
jornais ( talvez este artigo sé esteja sendo publicado se beneficiando da
existência dela), nas universidades, e nestas de forma perversa representada
por um grande número de alunos que mesmo tendo sua formação financiada pelo
dinheiro público estão terminando o curso superior sem saber ler, interpretar
ou escrever. E se gabam, do que, não faço a mínima ideia por que nunca entendi
para que Server um curso superior no qual o individuo não conseguir aprender as
regras básicas do pensar.
A pobreza dos relacionamentos.
Há
uma profunda pobreza dos relacionamentos em nossa sociedade. Os recursos
tecnológicos que deveriam aproximar as pessoas têm o efeito contrário. É
natural ver casais de namorados jantando juntos, em restaurante com uma dose
extra de romantismo e cada um com os olhos fixos no celular navegando na
internet. Já quase não existe tempo para o outro, aquele que está bem ali
diante de nós. Pais e filhos cada vez mais distantes, esposos e esposas e neste
diapasão a sociedade vai se adoecendo, aumentando a violência, a criminalidade
e tantos outros males.
A
pobreza dos relacionamentos é uma pobreza do amor e de amar. Nunca na história
da humanidade o amor foi tão pobre e de tão pobre já não se ama mais sem fazer
contas, afinal, o consumo e o desejo desenfreado de consumir tomou conta do
conceito de ser feliz e de felicidade. A eterna busca do ser humano pelo ser
vai se transformando em sua prima pobre – a busca pelo ter. E tão pobre a
situação que mulheres não querem mais serem companheiras ou esposas, querem ter
namorados ou maridos; e os homens de forma recíproca, com a diferença de que
animados por uma cultura machistas ainda acreditam que tendo dinheiro e poder
para consumir podem ter a mulher que sonham.
Nesta
arena de gladiadores homens e mulheres se tornam solitários, amargos e
infelizes. E quando buscam conforto na religião encontram aos milhares, não os
pastores que podem os ensinar o caminho de volta ao ser humano, ao lado divino
do ser humano, mas uma seara de falsos profetas cada um com uma verdade, e no
final, em todas as verdades falsas lá está o ter sobrepondo sobre o ser, o
consumir sobrepondo ao existir. Não é fácil reencontrar o caminho, que, aliás,
se encontra no interior de cada ser humano, no lado mais divino e único de cada
homem e cada mulher.
Feliz
2014.
2014
será um ano muito melhor se tivermos coragem de enfrentar todas as formas de
pobreza que certamente não se restringe às citadas neste artigo. Há inúmeras
outras, com inúmeras gradações. A coragem para superar todas as formas de
pobreza é o caminho do humanismo, o caminho que coloca o homem, o ser humano como centro de nossas reflexões. Neste
caminho não se pode deixar de valorizar a educação, o professor, os pais, a
família. Será no encontro com o outro que venceremos o maior desafio do ano que
vindouro – o desafio de nos tornar melhores como seres humanos.
E
este desafio será vencido quando formos capazes de transformar em pauta
doméstica um debate que envolva a coragem de propor e enfrentar um saneamento
moral. Falar de virtudes humanas e viver as virtudes humanas que só é possível
quando o outro deixa de ser coisa para ser semelhante. Reconhecer a alteridade,
ver no outro um espelho, nas lutas as oportunidades de sermos melhores – Eis as
lutas para o ano que se inicia. Feliz 2014. E que todos tenhamos uma no qual
lutamos e vencemos diversas formas de pobreza nos tornamos mais humano, e mais
divino.
[1]
Nelson Soares dos Santos é Professor Universitário, Licenciado em Pedagogia,
Mestre em Educação Brasileira, 1º Secretário Geral do PPS goianiense, membro
Executiva do PPS-Goiás, e membro da Direção Nacional do PPS
Parabéns Professor Nelson Soares, tenha um ano novo cheio de realizações e muito sucesso que Deus te cubra e que você receba o melhor desta terra.. Grande abraço
ResponderExcluirCompanheiro Marlos Marques
Pres.do Diretório Municipal do PPS de Rio Verde