Diário de um Perplexo: Goiânia merece mais.


Nelson Soares dos Santos[1]

Os Educadores da cidade de Goiânia estão em greve, noticiam os jornais do Estado. Reivindicam mais uma vez melhorias nas condições de trabalho, melhores salários, mais respeito, etc. Estão certos os educadores. Greve é um direito constitucional e deve ser usado sempre quando o poder público ou os patrões se recusam a ouvir as necessidades dos trabalhadores. Entretanto, a questão na cidade de Goiânia é extremamente mais grave. O problema dos educadores da cidade de Goiânia pelo que se lê nos jornais, e se vê em todos os cantos da cidade é um dos menos graves. Goiânia está mergulhada em uma crise que nunca vi nos últimos vinte anos da história da cidade. É de longe, a pior gestão dos últimos 30 anos de história.
Recentemente o lixo esteve espalhado por toda a cidade. Era lixo que não acabava mais. No setor Sudoeste,  era possível ver urubus voando sobre os lixões espalhados pelas ruas, e até, mesmo os setores mais nobres, as ruas principais, e os parques, todos tiveram sua cota de lixo apodrecendo. A razão – fruto de uma péssima gestão da Comurg  ( Companhia Municipal de Limpeza da Cidade) que acumula diversos escândalos de Corrupção. Agora veja, como falar de Cidade Sustentável um gestor que deixou a cidade cheia de lixo por mais de vinte dias?
A Guarda Municipal está em greve. Segundo se sabe, o plano de cargos e salários da Categoria teve adiado a implantação por seis meses devido a crise financeira da prefeitura. E pior, diversos serviços estão parados por falta de pagamento incluindo o aluguel da frota de veículos utilizados pela Guarda Municipal. Agora veja, como falar de cidade sustentável em uma gestão que não consegue manter a Guarda Municipal nas ruas?
Os servidores públicos da Prefeitura estão assustados. Trabalham o mês todo sentindo medo de que no final do mês  podem não ter o dinheiro do seu salário disponível para sustentar suas famílias. Recentemente, o secretário de finanças avisou que a prefeitura não vai pagar a data-base dos servidores, alegando que não se tem condições financeiras para arcar com os custos. Como falar de cidade sustentável quando se espalha o medo nas mentes, nos corações e nas almas daqueles que  servem diuturnamente aos cidadãos?
Poderia aqui se falar de muitas outras coisas como serviço de tapa-buracos, a questão da saúde precária, os parques, etc. Mas a realidade é tão cruel que dá medo falar e sentir-se contribuindo com o aumento do medo, da insegurança e do terror na cidade. E de se pensar que este Governo que aí está se elegeu com o mote da “Sustentabilidade”. Cidade Sustentável – diziam eles. O que se vê é uma situação insustentável.  Justificativa suficiente para justificar a greve dos professores por que só um povo com uma educação de péssima qualidade pode eleger um governante capaz de tamanho descalabro. No Ano da Eleição escrevi um artigo dizendo que se eleito Paulo Garcia seria um descalabro, e que Goiânia merecia muito mais. Alguém tem dúvida agora que Goiânia Merece mais?



[1] Nelson Soares dos Santos é Professor Universitário, Membro do Diretório Regional do PPS – Goiás, e membro do Diretório Nacional do PPS.

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