Diário de um Perplexo: O PPS e a Luta contra a Cidadania Mitigada.
Nelson
Soares dos Santos[1]
O
PPS tem um histórico de lutas em defesa de uma Goiânia Melhor. No Governo de
Pedro Wilsom teve a vice-prefeitura na tentativa de oferecer a cidade dias
melhores. Conhecendo os rumos que o PT dava a forma de administrar, rompeu com
o PT e nas eleições seguintes apoiou o candidato do PP. Em 2006, lançou
candidato próprio na disputa pela prefeitura, aliado ao Partido Verde, quando o
partido já apresentava sua vocação em defesa da sustentabilidade. Em 2010,
lançou chapa aliado ao PMN ( Partido da Mobilização Nacional), desta vez na
luta para evitar o descalabro que hoje reina por todos os lados.
Em
todas as situações o PPS defendeu uma Goiânia Criativa, humanista, democrática,
sustentável, com valorização da Educação e dos educadores. O PPS defendeu uma
gestão focada no poder local, na valorização da cidadania, na participação
popular, no respeito as leis e no que tem de mais nobre no ser humano. O PPS
sempre lutou para que Goiânia crescesse de forma moderna, criativa, e se
tornasse uma cidade digna do seu passado, orgulhosa do seu presente e confiante
no seu futuro. Entretanto, não é esta a Goiânia na qual estamos vivendo.
A
situação de Goiânia está caótica. Isso é notícia em todos os jornais, inclusive
em outros estados da Federação, Goiânia já virou manchete daquilo que o PT
consegue produzir de pior no país. O que acontece em Goiânia é fruto de uma
cidadania mitigada. Pior que transformar diversas cidades em caos o que de pior
o PT está produzindo é um tipo de cidadania pobre. Na tentativa de se manter no
poder, o partido utiliza mecanismos dos mais diversos e nem sempre
republicanos. Em Goiânia, cortou a insalubridade de servidores da saúde, ao
invés de cortar nos cargos comissionados. Há notícia de servidores em cargos
administrativos ganhando menos de um salário mínimo, caso de telefonistas e
auxiliares administrativos que sem os complementos e benefícios tiveram salário
líquido de 400 reais.
O
Partido dos Trabalhadores não dá a mínima para professores e outros servidores
em greve. Já não se preocupa se milhares de famílias vão enfrentar dificuldades
financeiras pelas perdas dos benefícios oriundos de uma gestão incompetente. O
Partido dos trabalhadores é um partido que já não se importar se há ou não
trabalhadores em situação de miséria. Pior, as ações e atitudes dos seus
gestores pode levar diversos servidores, trabalhadores ao aumento do endividamento
familiar. O partido dos trabalhadores já não mais se importa com a defesa do
bem estar dos trabalhadores.
Mas
por que se vota tão mal? Por que se escolhem gestores e políticos tão ruins? A resposta
está no tipo de cidadania que tem se construído no Brasil. Vivemos em uma época
de cidadania pobre, de não participação política, de dependência quase total da
sociedade em relação ao estado. Os jornais não são capazes de fazer uma análise
profunda da situação vivida, do nível de corrupção que vive as instituições
políticas por que sobrevivem basicamente da mídia do Estado. Diversas empresas
só sobrevivem graças aos mecanismos de licitação do Estado. E, para além,
disso, criou-se uma classe média que vive da assistência social do Estado.
A
cidadania pobre leva o cidadão a não participar dos sindicatos, e estes, a
estarem totalmente dependentes dos gestores políticos. Na verdade os sindicatos
se transformaram em braços das máquinas
de fazer política e lutar pelo poder de alguns partidos políticos. Os
sindicatos já não defendem mais seus afiliados, mas apenas os interesses de
grupos na busca pelo poder do estado. E tudo se transforma em um ciclo vicioso,
onde o egoísmo e o interesse próprio é quase que a única coisa que reina e faz mover todos os entes da engrenagem. O PT de Goiânia, é hoje o
exemplo mais claro desta cidadania pobre, mitigada. Um exemplo de pobreza
política que está colocando em risco o futuro de uma geração. E para não esquecer, parece que tudo pode
piorar pois já há reportagens especulando que o lixo pode voltar as ruas.
Quando o PT administra o que está ruim sempre pode ficar pior.
[1]
Nelson Soares dos Santos é Professor
Universitário, membro do Diretório Regional do PPS – Goiás e membro suplente do
Diretório Nacional do PPS.
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