Só a não-violência pode vencer o bolsonarismo
É um fato. Bolsonaro e seus seguidores, denominados bolsonaristas,
lavajatistas e aliados, praticam a violência verbal como forma de estabelecer e
manter a dominação. É quase impossível dialogar com um bolsonarista. O
incidente da Jornalista que provocou a reação de uma grande quantidade de
pessoas e Instituições é apenas um dos inúmeros que ocorrem todos os dias, seja
por Bolsonaro ou por algum seguidor em algum canto do país. A violência pode se
expressar de várias formas, e até mesmo pelo silêncio verbal é possível
expressar violência.
Muito já se disse no último ano, desde que Bolsonaro tomou posse sobre o
bolsonarismo. Psicológos, cientistas políticos, sociólogos tem tentado
compreender que fenômeno é este que parece representar um modo de vida, um
jeito, uma filosofia de vida para tantas pessoas. Outro dia, em uma conversa
rápida com uma mulher, na faixa dos seus trinta anos, ouvi ela repetir inúmeras
vezes que casaria com o Bolsonaro e com o Moro. O engraçado é que segundo os
próprios relatos dela, estava deixando o
namorado, a quem havia denunciado a polícia, exatamente por se comportar
com ela com violência verbal. Isso
mostra o quanto bolsonaristas vivem em contradição.
Um elemento que tenho observado é a existência de uma parcela enorme de
Bolsonaristas com curso superior, e alta inteligência e a forma como estes
buscam justificar a partir de argumentos racionais os comportamentos do
Presidente, e, para isso, usam e abusam de uma linguagem rebuscada, tosca,
cheia de metáforas , metonímias e analogias. Esta estratégia de justificação,
ganha espaço, muitas vezes, seja por falta de preparo do interlocutor, ou mesmo
por pura falta de interesse de se travar um debate contra o óbvio. Operar a língua de forma planejada e com
rebuscamento exagerado, é também uma forma de violência com o interlocutor.
E, para além das contradições e das violências sutis a pior forma de
violência verbal tem vindo a tona nos últimos dias. Expressões como “Estou
cagando e andando para vocês”, “quero
mais é que vocês se ferrem”, e tantas outras de extremo baixo calão tem sido
comum nas conversas entre o presidente e
os Jornalistas. Mas afinal, o que a população pode fazer para deter tal
escalada de violência? A população pode recusar a violência. Somente recusando
a violência pode se vencer. Todos aqueles que ousam responder no mesmo timbre,
são acometidos do mesmo mal.
Somos chamados a exercer a não-violência, e esta pode ser a forma mais
eficaz de se lidar com o Bolsonarismo. A não violência não representa uma
inação, e sim, uma ação positiva fundada na convicção do caminho a ser seguido.
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