Sobre Liberdade, Democracia e Ignorância
Esta semana, dentre os assuntos mais comentados foram, sem dúvida, a
possível epidemia do coronavírus, e o vídeo veiculado por Bolsonaro convocando
a população para se manifestar em defesa do fechamento do Congresso e do STF. O
vídeo provocou uma série de manifestações que reuniu pessoas da extrema
esquerda até liberais de direita e conservadores. Uma das personalidades que se
manifestou, Ciro Gomes prevê em seu vídeo que o Bolsonaro recuaria e atribuiria
a um mal entendido a divulgação do vídeo. E realmente isto está se dando. Mas
afinal, o que podemos aprender com tal situação?
A primeira lição que devemos tirar de tudo isso, é que é preciso demarcar
uma linha entre a democracia e o autoritarismo. É possível ter divergências,
debates, discordâncias, mas tais debates devem respeitar os limites da
democracia, do respeito às amplas liberdades e o Estado Democrático direito. Em
um vídeo, inflamado, um articulista da Rádio interativa na cidade de Goiânia,
clama para que os defensores da democracia ousem demarcar estes limites de
forma clara, de tal forma que fique clara que intervencionismo, ditadura é algo
inaceitável. Utilizando as palavras de Ulisses Guimaraes ele repete: Precisamos
ter ódio, ódio e nojo a ditadura e aqueles que acham que os problemas se
resolvem a partir de golpes na democracia.
A segunda lição que é preciso aprender é quando a própria gestão do
sistema político. A sociedade está se sentindo perdida, como se tudo estivesse
fora de controle. E nesse caso, um salvador da pátria aparece como uma
possibilidade de ordem. Os partidos políticos, os líderes políticos, sobretudo
os defensores da democracia precisam se unir. Há anos atrás, publiquei neste
blog um artigo com o titulo, “Democratas, Uni-vos”. Passaram-se quatro anos e
mais que nunca aquele artigo está atual. Ou as lideranças políticas repensam as
gestão do sistema, ou a antipolitica destruirá a politica e a democracia.
A terceira lição, é que precisamos adotar novas formas de comunicação com
o povo. Jair Bolsonaro com seus gritos infames nas redes sociais tem conseguido
alcançar o coração do povo. Parece o mesmo artista tresloucado que discursava na
Alemanha , na Itália Fascistas, e em tantos lugares onde a infame restrição a
liberdade se hospedou. Uma nova forma de comunicação precisa ser pensada.
Precisamos alcançar o coração e as mentes daqueles que ousam pensar a vida e o
a sociedade.
A verdadeira resistência precisa ser pensada por ações práticas e
cotidianas. Ações que encontrem ressonância na sociedade, ações que sejam
educativas e ajude a combater a enorme quantidade de formas falsas de ver o
mundo, de analisar o mundo e a realidade vivida. A verdadeira resistência
precisa tomar a forma de ação que tenha o bem comum acima dos interesses
pequenos, pessoais, de grupos, e bairristas. Apenas aprendendo estas e muitas
outras lições podemos resistir e construir uma frente ampla em defesa da
democracia e das amplas liberdades democráticas.
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