Cuidado com os homens de um livro só!!



Eu deveria ter entre 13 e 14  anos quando ouvi a frase do título pela primeira vez. Era um seguido sincero da religião Adventista do Sétimo Dia. Estava apaixonado por um livro escrito pela principal autora da Igreja cujo título é “Caminho para Cristo”. Um livro que, até hoje, considero um bom livro para quem deseja aprender um pouco dos valores e princípios morais do verdadeiro Cristianismo. Eu já tinha lido  umas cinco vezes, e o pastor que tinha uma biblioteca de mais de mil livros me alertou: leia outros livros. Um livro por melhor que seja é sempre perigoso quando se torna o único livro de travesseiro.
Naquele dia abriu-se para mim uma porta que nunca mais seria fechada. O dogmatismo nunca mais teve lugar em minha mente. Mergulhei no estudo da história e tudo que eu lia tinha curiosidade para ver o contexto. Naquele mesmo ano comecei a ler diversos clássicos como “Adeus as armas”, “ Os Miseráveis”, e autores como Fernando Pessoa, Castro Alves, Machado de Assis, e tantos outros. No campo religiosos mergulhei na leitura das histórias dos valdenses, armênios, e tantos outros povos que foram mutilados e sequer são lembrados pela história e que possui exemplos de heroísmo e grandeza a nos ensinar.
Aos 16 para os 17 anos eu estava lendo o Livro dos Mórmons; em seguida, caiu em minhas mãos o Bagavda Gita, aos 18 anos estava lendo o Triptaka e mergulhando no mundo do budismo. Ao mesmo tempo mergulhava na história do mundo ocidental e me fascinava pelas histórias das dinastias dos Carolingios, do Merovingios, do império Inglês, do Império Mongol, do império Persa. Em todos os estudos eu via sempre uma luz   que indicava o cumprimento milagroso das profecias do Livro de Daniel da Bíblia Sagrada.
Tinha 22 anos quando li pela primeira vez o alcorão, e 26 anos quando obtive os primeiros conhecimentos sobre a Kabala, conhecimento considerado velado até hoje, pelos judeus. Foi então que entrei em contato definitivo com o ocultismo aprendendo coisas nunca imaginado, inclusive sobre os grandes filósofos e tantas obras que nunca foram publicadas e ainda hoje são desconhecidas do grande público.
No campo do conhecimento científico nunca me permiti deixar de ler um autor por dogma. Foi assim que li com afinco as principais obras de Marx, como estudei com o mesmo afinco os economistas liberais. Quando no Mestrado, estudei com afinco os filósofos gregos e ao mesmo tempo mergulhava de corpo e alma na fenomenologia de Sartre e companhia.
É por isso que se eu pudesse dar um conselho aos jovens diria: estude todas as religiões. Não seja jamais um homem de um livro só, uma teoria que tudo explica. Ouça o que tem a dizer os seus adversários, faça análises, pense. Pense mesmo quando tudo parecer óbvio. E quando todos parecerem concordar com alguma coisa, pense mais ainda. A verdade pode sempre estar mais longe do que se imagina.



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