Sobre a Carta de Temer


Nelson Soares dos Santos
Ao ler a carta de Temer a primeira vez fiquei meio em estado de choque. Não entendo por que um vice-presidente escreve uma carta para uma presidente que está a menos de um quarteirão dele. Logo milhares de perguntas me vieram a mente:
1.    Pode um vice-presidente declarar guerra a presidente que foi eleita junto com ele e na mesma chapa compartilhando de todo o projeto para o qual se elegeram?
2.    Se Temer sabia que era um vice decorativo, desde o primeiro mandato, então mentiu para todo o povo Brasileiro durante a campanha. Tem ele condições morais para ser o presidente agora?
3.    Do ponto de vista constitucional ao escrever aquela carta o Temer não acaba confessando alta traição e portanto, demonstrando não estar a altura de seus deveres institucionais de vice-presidente da República?
4.    O que todo mundo esperava de um vice-presidente não seria um mínimo de fidelidade ao presidente que ele ajudou a eleger e garantiu ao povo brasileiro que tinham condições de Governar?
5.    É possível confiar em um homem que escreve uma carta assim?
6.    Se o Temer é aliado do Cunha como acusou Ciro Gomes, e o Temer parece confessar com a tal carta, não estará ele tão envolvido na Lava Jato quanto o Cunha?
7.    Se todo o processo está envolvido em condições de baixa moralidade, vale a pena continuar com tais pessoas?
8.    Por que a oposição briga para se aliar a gente tão baixa e corrupta quanto o Cunha e suas catrevagem? Estaria a oposição com o “rabo preso” com o Cunha também?

Estas são perguntas que precisam ser feitas. Afinal, a crise brasileira é econômica, política e moral. E é a crise moral o fundamento de todas as demais. Se não tivermos coragem de levar a sério a questão não sairemos nunca desse mar de lama.

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