O STF, a Oposição, Temer, Cunha e a Quinta Coluna


Nelson Soares dos Santos[1]
Quando vi o STF, ( Supremo Tribunal Federal) suspender o processo de impeachment de Dilma hoje, veio a mente a expressão Quinta Coluna. É claro que diante da confusão que se transformou a Câmara no dia de hoje, enquanto se votava a escolhas dos nomes que vai compor a Comissão Especial não havia mais opções ao STF que não fosse de intervir. Com a sessão sendo transmitida ao vivo parecia mais um bordel ou cabaré do quem uma reunião de homens que representava uma nação.
Foi ai que veio a mente algumas perguntas, como: a quem interessa bagunçar de tal forma o processo? Afinal de que lado está o Temer? De que lado está o Cunha? Afinal, o PSDB quer derrubar a Dilma? O que se sabe é que uma guerra está acontecendo, mas ninguém consegue definir quem são os elementos que compõe os lados em disputa.  Vejamos então com o auxílio da Enciclopédia livre da Internet o que significa uma quinta coluna.
“Quinta-coluna
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Quinta-coluna é uma expressão usada para se referir a grupos clandestinos que atuam, dentro de um país ou região prestes a entrar em guerra (ou já em guerra) com outro, ajudando o inimigo, espionando e fazendo propaganda subversiva, ou, no caso de uma guerra civil, atuando em prol da facção rival. Por extensão, o termo é usado para designar todo aquele que atua dentro de um grupo, praticando ação subversiva ou traiçoeira, em favor de um grupo rival.
O quinta-colunismo não se dá no plano puramente militar mas também por meio da sabotagem ou da difusão de boatos, "atacando de dentro" ou procurando desmobilizar uma eventual reação à agressão externa.
Origem da expressão
A expressão nasceu durante a guerra civil espanhola (1936-1939) para designar a comunidade de madrilenhos simpatizantes do general Francisco Franco.
Segundo alguns, o criador da expressão teria sido o general Queipo de Llano, quando, em 1936, Franco, líder do golpe fascista contra a república, preparava-se para marchar sobre Madri com quatro colunas (um tipo de formação militar). Na ocasião, Queipo de Llano lhe teria dito: "A quinta-coluna está esperando para saudar-nos dentro da cidade," referindo-se às facções que, embora formalmente vinculadas ao campo legalista, preparavam-se para a agir em favor do Alzamiento Nacional, na capital. [1]
Já de acordo com Antenor Nascentes[2] e outros,[3] o criador da expressão teria sido o general Emilio Mola, quando este avançava em direção a Madri com quatro colunasexpedicionárias (uma que avançava desde Toledo, outra que vinha pela estrada de Extremadura, outra pela Carretera de la Sierra, em Granada, e outra que vinha de Sigüenza, em Castilla-La Mancha). Ao ser entrevistado por jornalistas, Mola teria declarado que esperava vencer porque, além daquelas quatro colunas, contava com uma quinta - os partidários de Franco infiltrados na comunidade madrilenha.
Outros, como o jornalista Mikhail Koltsov, do Pravda, enviado pessoal de Stalin à Espanha, afirmam que foi o general José Enrique Varela quem cunhou a expressão” ( Grifos meus)
Ao analisar a política atual as primeiras perguntas a serem feitas são: Quem é governo? Quem é oposição? Quem é de esquerda? Quem é de direita?  E então você percebe que está tudo bagunçado. Dentro do Governo tem partidos de esquerda e de direita e na oposição tem partidos de esquerda e de direita. Logo o que se está em jogo quando digladia oposição x Governo não são questões ideológicas. As questões ideológicas deram lugar a uma luta intestina pelo poder sem nenhum projeto de nação.
Então a guerra é entre os partidos que não ganharam a eleição e os partidos e líderes que ganharam a eleição ( diga-se de passagem com mentiras e de forma fraudulenta, e sabemos que tanto Dilma quanto Aécio mentira paro o povo durante o processo eleitoral). Ai fica uma questão curiosa: Mas o Temer, o Cunha e o Renan não ganharam a eleição? Então por que estão querendo derrubar o Governo com o qual ganharam? É ai que entra a questão do poder judiciário. A operação Lava Jato, desdobramento do Mensalão, e outros ão começou a atingir a todos e dividir os corruptos. Não é a toa que Cunha se sente tão seguro e alardeia que tem centenas de deputados nas mãos. O processo de corrupção chegou a um nível tão alto que até nomes de juízes da Suprema Corte foram citados como instrumento do esquema.
No meio disso tudo é possível pensar que os dois lados realmente em guerra estão silenciosos manejando os bonecos. Na verdade o que pode estar em jogo é a relação frágil existente entre o Estado, o Mercado e a Sociedade civil. Não por acaso muitos grandes e principalmente os governadores dos maiores estados estão em silêncio. Se a guerra produz dois lados que não se percebe a primeira vista é que pergunto: o que de fato está acontecendo? Não seria o Temer, ou Cunha apenas uma quinta coluna em uma guerra que sequer percebemos quem são os verdadeiros lados em disputa? A oposição, se é que existe alguns que querem o bem da nação e o fim dessa lama que se instalou, esqueceram de perguntar. Ou talvez, seja mesmo parte da Oposição, talvez o PSDB, a quinta coluna. Resta saber a serviço de quem eles trabalham ou a quem representam. Temo que no final não haja ninguém que represente o povo e a democracia.




[1] Nelson Soares dos Santos é Professor Universitário e Membro da Direção Nacional do PPS.

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