As joias de Bolsonaro, o Caixa dois, Sérgio Moro e a corrupção no Brasil.

 

As joias de Bolsonaro, o Caixa dois, Sérgio Moro e a corrupção no Brasil.

Particularmente não gosto de discutir corrupção. Somos um país de corruptos e, embora eu nunca tenha pago propina ou tirado vantagem da ocupação de cargos e funções públicas não vejo razão para discutir corrupção, mas desde que percebi corrupção no Judiciário e fui vítima dela, penso que precisamos entender, ao menos entender as razões por que tanta gente se corrompe no Brasil. No informe anual do Transparência Internacional, o Brasil fica com uma nota de 38, ou seja, pode ser considerado um extremamente corrupto. Só perde para países onde a guerra de guerrilha está instalada, ou seja, quase próximo a um estado de barbárie. Agora, já são três, os lotes de “presentes” ( presentes no meio dos que se corrompem, é propina, segundo entrevista de Sérgio Cabral, ex governador do Rio e condenado e preso por corrupção), que Bolsonaro deveria ter deixado no acervo da presidência e não deixou. Apesar disso, o Senador Ciro Nogueira disse que Bolsonaro não tem cara de ladrão.

Para além do racismo óbvio na fala do senador, precisamos falar de como esta lógica do presente, o caixa dois, se instalou na política brasileira. Estudos realizados nas escolas militares, toma como pressuposto de que a corrupção é algo que está enraizado na história do Brasil, e está relacionado com a forma como a nação foi constituída, e para combater, fala em investir na educação de valores morais, embora ignore que um dos maiores fatores que aduz a corrupção é a pobreza material e política. Sérgio Cabral, ex governador do Rio, em entrevista ao portal UOL, falou algumas frases emblemáticas sobre a questão mas que não teve repercussão. Segundo ele, o caixa dois se naturalizou no Brasil, e os valores das propinas estão nas estratosfera. Nesta semana, nos jornais, um advogado é colocado no programa de proteção as testemunhas por que denunciou tentativa de extorsão por um juiz, o hoje, senador Sérgio Moro. O que tem de verdade nisso tudo? Difícil de saber, mas não é difícil acreditar que a propina, o caixa dois, e a manipulação do poder judiciário se tornou uma realidade com a qual muita gente tenha que lidar.

Segundo pesquisa da Revista Super Interessante, perdemos anualmente, mais de 12 bilhões de dólares com corrupção, e ao listar os maiores escândalos de corrupção, ( acredite, a Lava jato não está entre os dez maiores) nos mostra que a corrupção está entranhada em todos os setores da vida brasileira. Legislativo, Executivo, Judiciário. Também se espalha por estados e municípios, e quanto maio o estado e os municípios, maiores são os escândalos. Por todas estas razões, o combate a corrupção deve ser tornar uma preocupação dos democratas que não querem ver o país retroceder e suas conquistas civilizatórias. Entretanto, não existe e não existirá combate a corrupção de verdade, se não houver uma proposta de governo, a longo prazo, que combata as desigualdades sociais.

Sérgio Moro, Bolsonaro, e tantos outros, crescem sobre dois aspectos; a ) a ignorância da política enquanto processo de avanço civilizatório, b) as profundas desigualdades sociais. Contra tais líderes, o caminho de uma vitória definitiva é o investimento em educação e desenvolvimento de uma consciência humana nos indivíduos.

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