Viver o agora, olhar o futuro com esperança. Deixar ir com generosidade aqueles que não querem nos amar.

 

Viver o agora, viver o presente, e olhar o futuro com esperança.


Precisamos nos perguntar por que tem aumentado tanto os crimes cuja origem está nos relacionamentos íntimos, domésticos e familiares. E precisamos olhar para fora e para dentro para encontrar as respostas. Para fora, precisamos compreender como a revolução nos meios de comunicação provocada pela internet e pelas redes sociais nos deixaram ansiosos quanto ao futuro e apressados por viver intimidade com desconhecidos; e para dentro, precisamos nos perguntar o quanto esta mesma revolução nos afastou de nós mesmos.

Quando falamos da necessidade de conhecer melhor os outros, poucos param para pensar. As redes sociais criam uma falsa intimidade. A maioria de nós, depois de poucas palavras, estamos contando nossas vidas para estranhos, passando nossos contatos pessoais, nossa localização, tornando-nos frágeis diante de possibilidades infinitas de quem possa ser o outro do outro lado da linha. Nós, sequer o vemos, as vezes. Pode ser um homem passando por uma mulher, ou uma mulher passando por um homem. Pode ser um mau caráter posando de bom caráter. Muitas vezes, nunca sabemos, pois a conversa que começa intensa, acaba na maioria das vezes, também rápida e impessoal.



Há no entanto, aqueles que persistem, seja por um real interesse de não estar mais sozinho, seja pelo sonho de ter uma companhia, ou, por pura maldade para tirar proveito das fraquezas daquele que na relação pode oferecer alguma coisa e está aberto a compartilhar a vida. Este, mostra-se de verdade, enquanto o mau intencionado esconde suas intenções. O tempo, que torna tudo real, faz com que as verdadeiras faces apareçam e então começam as pequenas violências do dia a dia. Tudo terminaria se aquele lado sonhador, percebesse que não se pode ficar com alguém cuja real intenção não seja ficar ao nosso lado. Livrar-se da obsessão, ter a coragem de voltar a ser sozinho ou a estar sozinho pode ser uma forte arma para nunca se chegar a tragédias.

É neste ponto, que está a questão de como não permitir que as redes sociais, o cotidiano não nos impeça de olhar para dentro de nós. O Autoconhecimento pode ser a chave para uma vida muito mais plena, e ter a coragem de olhar para o presente, o aqui e agora, e sobretudo assumir as responsabilidades pelas escolhas feitas ontem, quando escolhemos nos dedicar a estar, compartilhar com alguém que sabíamos ser um risco de abandono. Aceitar a verdade da liberdade e deixar ir. Deixar ir com generosidade aqueles que não podem, não querem ou não conseguem nos amar. Este é o exercício fundamental de nossos dias.

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