Os tipos básicos de Políticos da Atualidade.



Os leitores do Blog perceberam que fiquei um bom tempo sem falar de política. Foi de propósito. Os acontecimentos que bombardeiam nossas mentes todos os dias, vindo de todos os partidos, inclusive do meu, me fez silenciar. O desejo é ficar em silêncio pelo resto da vida; mas pergunto: a vida me perdoará pelo meu silêncio? Posso ficar nesse mundo em silêncio diante de tudo que acontece? Devo ficar em Silêncio? Na verdade, a última pergunta importante: Quero ficar em silêncio? Talvez a resposta até fosse positiva. Sim, talvez eu queira ficar em silêncio. São tantos acontecimentos que fica difícil ficar todos os dias falando a mesma coisa, repetindo, repetindo, repetindo.
Nos últimos meses no campo internacional assistimos as comemorações do 11 de setembro onde foi possível ler de tudo. Fiquei impressionado com as análises vinda de todos os lugares, e pior, se fosse no tempo de Jesus ele diria: vinda dos doutores das leis, fariseus e publicanos. Fica a impressão nítida de que aqueles que escrevem sequer escrevem pensando em realmente entender as questões; até fico pensando se eles realmente pensam o que escrevem, ou escrevem o que pensam. É difícil chegar a alguma conclusão. Algumas questões parecem chover no molhado: a decadência do império americano; a crise na Europa ( segundo alguns já prevista por Daniel bem antes de Jesus nascer); as fragilidades dos países emergentes, e as questões envolvendo a chamada “Guerra de civilizações”.
No campo nacional, assistimos a queda de cinco ministros, todos por corrupção, o teatro de Jaqueline Roriz, os jogos de cena da base aliada que parece mais um teatro do absurdo, e por que não, o exemplo que vem da mídia que  nos faz pensar que ler jornal hoje em dia é zombar da própria inteligência. Todos estes casos a hipocrisia é tão grande que analisá-los chega a ser zombaria de nossa capacidade de ver aquilo que até cego, surdo e morto consegue ver.
Aqui, em terras goianas segue a novela, já sem graça nenhuma, de tentar culpar o governo anterior pela lentidão do novo e já velho governo novo de Marconi Perillo. Aos poucos é apresentada a reforma da educação ( que na verdade parece que veio mais para destruir do que para construir ou consertar as coisas), uma proposta tímida e óbvia de reformulação da UEG, um movimento lento de chamada dos concursados e discurso, muito discurso. Na política, os movimentos de adesão ao poder vindo das mais variadas matizes, e com o único objetivo de tirar proveito do poder. Assim, são mais e mais adesões ao novo PSD, e tantos outros movimentos e estratégias que de tão velhas, ninguém se assusta. Um projeto de desenvolvimento humano para o Estado, isso, não consigo ver. Está tudo tão mais do mesmo que se unisse O PT, PMDB, PSDB, todos, mais todos mesmos não daria para ver diferença nenhuma entre os grandes líderes do nosso estado.
A sociedade permanece calada. Manifestações espontâneas surgem aqui e ali nas redes sociais para logo se desfazer em fumaça. Na verdade parece que a corrupção não é dos políticos, é da própria sociedade. E é nisso em que os políticos se apóiam para continuar fazendo justamente o que fizeram e sabem fazer de melhor. Nesta situação, é quase impossível falar de política, ou mesmo fazer política sem “rezar na cartilha” daqueles que dirigem os partidos, os governos, as prefeituras e todos o tipos de instância de poder na sociedade.  Diante disso , parece existir três tipos dominantes que conseguem encontrar espaços na política atual a saber: a) os puxadores de saco; b) os corruptos; e c) os corruptores.
Talvez seja por isso que muito já se disse que a democracia é a pior forma de governo. Na Grécia antiga e em roma aqueles que predominavam também eram três tipos: a nobreza real; os aristocratas ( que se transformavam em cônsules ou senadores ou tribunos); e os Comandantes dos Exércitos ou generais. Na idade média com o mundo já cristianizado também se tinha três tipos: o cavalheiro ( o guerreiro); o nobre ( dono de terras); e os sacerdotes. No estado atual era pra existir na verdade o capitalista; o trabalhador; e  os governantes do Estado; mas parece muito melhor caracterizado se sintetizado em puxa-sacos; corruptos e corruptores; pois de tal formas se caiu o mundo em decadência moral que por meio dos valores já não dá para diferenciar muito os indivíduos.
O puxa-saco é o pior dos três tipos. Ele além de puxa-saco pode ser corrupto e corruptor, e quase sempre é. Puxar saco, dizem, é uma das profissões mais antigas do mundo, mas parece nunca ter existido tantos como na atualidade. O puxa-saco na política nunca tem idéia própria, sempre repete as idéias do seu líder. É um individuo sem voz e em crescente desequilíbrio emocional e espiritual. Não tem virtudes, não tem vontade, não tem objetivos na vida, pois não vive a própria vida e não conhece a si mesmo. É de ter piedade. O egoísmo, a hipocrisia e a mentira/fofoca são os piores vícios desta turma.
O corrupto, que quase sempre é um puxa saco não tem mesmo princípio nenhum. Engraçado que nos bastidores da política é conhecido como aqueles que é o faz-tudo. Ele é responsável por limpar a sujeira, fazer o trabalho que ninguém quer fazer, dizer aquilo que ninguém quer dizer. Noventa por cento dos corruptos não roubam para si, roubam para outros e quase sempre fica com uma percentagem bem menor. Caso isso não fosse verdade o que explica que aqueles que são pegos, quase sempre são homens de patrimônios modestos em relação aos chamados figurões? Muitos dos corruptos negam a todos os princípios de um ser humano digno apenas para manter o cargo, o status,a profissão, o emprego, a posição social. O filme Tropa de Elite mostra exemplos claros de como ele se constitui, e o quanto um corrupto é um indivíduo perigoso na sociedade.
O corruptor é a grande maioria. Geralmente é o individuo que tem dinheiro (Hoje, não se ganha eleição para cargo nenhum sem muito dinheiro); ou aquele individuo que por suas relações “secretas” na sociedade consegue levantar dinheiro fácil. Corruptor, corruptor e puxa saco estão ligados de forma tão poderosa, muitos mais do que irmãos siameses. O corruptor existe por que existe gente em todos os lugares disposto a vender a dignidade, a honra, a moral por questões tão pequenas e mesquinhas que as vezes é difícil acreditar que alguém em sã consciência poderia se dispor a algo tão cruel. Os poderosos com quem já trabalhei, quase sempre insistem que para você se dar bem tem de “jogar no time deles”. A questão é que a expressão “Jogar no time deles” não tem haver com lealdade, justiça, bondade, respeito a coisa pública, respeito a sociedade; ou coisa parecida; jogar no time significa tão somente fazer tudo que for mandado sem questionar, sem discutir, sem perguntar.
Corruptos, corruptores e puxa –sacos estão cada vez mais desavergonhados. Não temem mais serem pegos. Afinal, tudo está virando piada na imprensa. Desesperados alguns homens de bem se perguntam quando isso vai parar. Não existe resposta a esta pergunta, mas uma coisa é certa: chegará um momento que este modelo de viver e de governar terá um limite, por que não é possível que neste lodo humano alguém possa ser feliz.

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