A corrupção endêmica. Os kit Robótica dos assessores de Lira, Deltan,Moro e a Política da Chantagem.

 


Pensar a política brasileira não é uma coisa simples e fácil. Partindo da tese de que todas as coisas tem uma conexão que liga a uma luta cuja totalidade está a disputa entre a extrema concentração de riquezas e a extrema pobreza de todos os tipos, o que de fato liga Os assessores de Lira, os kit de robótica, Deltan, Moro e as derrotas seguidas do Governo Lula no congresso? É claro que não se pode deixar de lado a reflexão da corrupção como um problema moral, principalmente quando ela está presente nas igrejas, no judiciário, no executivo, legislativo e nas forças de segurança do país, no entanto, é na extrema desigualdade social que podemos encontrar os elementos explicativos de tanto sucesso dos corruptos em obter do povo o apoio necessário para galgar espaços de poder.


Os assessores de Lira não existiriam, tão pouco os kit de robóticas superfaturados, não fossem o monstro chamado orçamento secreto. O orçamento secreto veio pra substituir ou oficializar uma prática existente em Brasília responsável por diversos escândalos em Brasília, desde os anões do orçamento, as ambulâncias, o banestado, o mensalão, o petrolão, os pastores de bolsonaro, e tantos outros. Todos estes escândalos em uma questão em comum – a negociação de emendas em troco de apoio de parlamentares para aprovação por parte dos parlamentares de projetos fundamentais para a vida de todos os brasileiros enviados ao congresso por parte do executivo. E, é neste ponto que mora a contradição. Se os deputados são eleitos para representar o povo e discutir e votar projetos enviados pelo executivo, quando necessários aperfeiçoando eles, por que tem que se negociar e de formas duvidosas para que se consiga a aprovação dos mesmos?

Fica claro que a relação entre executivo e legislativo já é de muito tempo uma relação marcada pela perversão, corrupção e uma profunda covardia com o povo que vê seu voto perder a utilidade quando os parlamentares passam a usar o mandato confiado para defender interesses pessoais e tirar proveito da coisa pública. Ora, dirão, culpa é do povo que não sabe votar. Como, no entanto, o povo pode votar se o sistema em si, privilegia da base ao topo uma hierarquia de interesses? O marco temporal que não é bom para a maioria do povo foi aprovado com facilidade. Existe uma estrutura dentro do estado brasileiro que precisa ser removida e com urgência e que não será feita com facilidade.

A corrupção e este modus operandi se espalhou de tal forma que as notícias de corrupção no judiciário aumentam a cada dia. A lava Jato escancarou como este modelo chegou ao judiciário. Sentenças passaram a serem negociadas a luz do dia. Criou-se uma indústria de sentenças no país. Deltan, Moro e seus comparsas são apenas a ponta do icerbeg. É um modelo de atuação que se espalhou e se tornou natural, uma indústria que cria precatórios, explora os mais indefesos e subtrai o dinheiro público das mais variadas formas. A luta contra a corrupção para ter efeito terá que ser reinventada para enfrentar uma casta de cinco séculos que a domina e recolocar o conceito de estado e de Justiça onde eles deveriam estar.

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