A CPI do MST, Caiado, O Meio Ambiente, Marina e os Limites de Lula: A luta contra a pobreza e a fome.

 



Ninguém compreenderá o real, de verdade, se não for capaz de olhar para o quadro todo. E nesse caso, a primeira coisa a se fazer é entender qual é o quadro todo no qual um problema se insere. Nos filmes de ação americanos uma coisa sempre me chamou a atenção, é que sempre fica no ar que o problema nunca foi de fato resolvido. Peguemos o filme, e ou série, “O Atirador”. No filme, o protagonista é vítima de uma armação e resolve matar a todos os envolvidos que armou a situação. Primeiro, ele descobre que a situação atual teve início em outra ação do passado, no qual quando ele pensou que todos tinham sido mortos por ele, alguns escaparam. E no final do filme, passa uma mensagem subliminar por uma fala no meio do filme, de que o senador e os demais que ele mata não são de fatos os responsáveis, mas um conglomerado de pessoas que só pensam e dinheiro e poder.



No caso do personagem do filme fica a ideia de que por trás dos esquemas de drogas, lavagem de dinheiros, esquemas escusos de expansão econômica no exterior, há uma engrenagem envolvendo políticos, banqueiros, elementos das forças de segurança e outros mais. Quando se olha a situação política do Brasil, e quem busca entender o que se passa, deveria ter em mente a situação do filme. Aqui temos banqueiros insaciáveis, empresários do agronegócio sem uma noção clara de ecologia ou conservação do meio ambiente, políticos corruptos e sem ética, juízes corruptos e corruptores, e uma grande parte das forças de segurança que flertaram publicamente com o que tem de pior da política brasileira.

Nos últimos dias assistimos diversas cenas que mostram a complexidade da política brasileira. Caiado foi a CPI do MST e afirmou em alto e bom som que Goiás não tem crime, que o MST até acoita tráfico de drogas em seu meio; enquanto isso, Lira impunha derrotas nas votações aos projetos do Governo Lula no Congresso, esvaziando o ministério do Meio Ambiente e dos povos indígenas. Do outro lado, a Polícia Federal gravava os assessores do Lira recebendo dinheiro vivo de kit de robóticas superfaturados comprados com dinheiro do orçamento secreto pelo qual Lira briga para manter dia sim, dia não. Enquanto isso, os políticos empresários tipo Romeu Zema de Minas Gerais, tenta emplacar uma ideia de não ideológicos enquanto suplanta os direitos dos trabalhadores entre outras questões de horror. Olhando de perto parece paranóia que todas estas coisas estão interligadas e que são estas coisas que parecem desconexas que movem outras peças no tabuleiro, do tipo, a derrota do Vilmar Rocha dando lugar na presidência do PSD para um senador de direita e que apoiou Bolsonaro incondicionalmente.


A linha que conecta tudo isso e parece invisível é a linha que separa aqueles que luta por dignidade para todos, conservação do meio ambiente, democracia, e sobretudo luta contra a extrema pobreza e a fome. É claro que no meio de tudo isso, e são os mais perigosos, tem os malandros da política. São aqueles que não tendo ideias, não tendo origem de classe optam por ganhar dinheiro de forma fácil por meio da corrupção. Eles estão em todos os lugares, em todos os partidos, em todas as religiões. São malandros, espertos, e sempre tem uma resposta e uma solução para tudo, e quase sempre são foras da lei. São corruptos e corruptores por natureza. E não temos como falar nos limites de Lula sem falarmos destes malandros, que caminham livremente no meio de todo mundo ousando apresentar suas habilidades de mentir e enganar a todos. É preciso compreender que certos indivíduos de direita, como Caiado, é e sempre será um adversário da dignidade humana. Como Governador de Goiás não diminuiu os crimes de racismo, não diminui a violência contra a mulher. Tais políticos só pensam na propriedade. A vida tem pouco valor diante da propriedade e do capital.

É preciso separar com clareza aqueles com quem se pode conversar. Existem os que não valem a pena conversar por que não compreenderão o signficado da preservação do meio ambiente, da ecologia, da defesa da dignidade de vida para todos, como combate ao trabalho escravo, proteção as minorias, etc. E existe os malandros. Com estes é preciso ter um cuidado dobrado, pois prende-se um nasce dez. Combater a corrupção no Brasil precisa ser um trabalho de longo prazo com investimento pesado em educação, na humanização dos presídios, em investimentos na geração de emprego e renda, sobretudo nas regiões de periferia. Diante disso tudo, precisamos entender os limites de Lula. Lula foi eleito para manter a democracia e combater a pobreza e a fome, entretanto, precisa também lidar com um congresso formado em sua maioria por fascistas, membros da direita, e claro, alguns malandros.

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