O PSD, Vilmar Rocha e o Fortalecimento da Direita em Goiás.

 



Vilmar Rocha deixou a presidência do PSD em Goiás. Os jornais goianos dão a notícia como se fosse uma coisa boa para goiás, para o Brasil, para a democracia e o estado democrático de direito. Não é. Vilmar Rocha é uma daqueles liberais que realmente conhece o pensamento liberal capitalista em suas origens. Professor Universitário durante anos, com cinco mandatos de deputado federal, dois de deputado estadual, e secretário da casa Civil no último governo de Marconi Perillo, Vilmar carrega a marca do político que sabe ouvir todas as classes da sociedade. Ou pior, como dizia Lacam, deixa a presidência do PSD para o seu lugar ser ocupado por Vanderlam Cardoso.

Vanderlam Cardoso foi prefeito da cidade de senador Canedo,e passou pela presidência e por vários partidos, inclusive do partido de esquerda PSB, até que num vazio político produzido pelo fim da era perillo e o efeito manada do bolsonarismo foi eleito Senador da república pelo PP. O que é preciso pensar é como Vanderlam foi ocupando os vazios da política goiana até o momento. Na quadra atual, preside o PSD e sua mulher ocupa a vice-presidência do PL, partido de Bolsonaro e em Goiás, tem Victor Hugo e Gustavo Gayer como principais lideranças. Ainda tem o detalhe de que a Isaura Cardoso, mulher de Vanderlam Cardoso é suplente do Senador mais bolsonarista de Goiás,, Wilder Morais.


Para entender a derrota de Vilmar Rocha é preciso refletir mais os processos históricos. Quem acompanha a história da política de Goiás dos últimos anos, deve se lembrar que embora Caiado tenha feito parte da base de Marconi, na época, Vilmar e Caiado eram do mesmo partido. Tempos depois Vilmar “saiu” do então PFL e ajudou a criar o PSD, afastando-se de Caiado. Tempos depois, Caiado lança Demóstenes Torres, projetado na política como Secretário de Segurança pública de Marconi, a governador em oposição a Marconi. Caiado, então, se afasta ainda mais da base de Marconi enquanto Vilmar Rocha se torna Secretário da Casa Civil e coluna de defesa das políticas progressistas do Governo Marconi. Toda a política de combate ao racismo, violência contra as mulheres, fortalecimento da UEG, educação pública, passava obrigatoriamente pela mesa de Vilmar Rocha onde encontrava apoio e força.


A derrota de Vilmar Rocha não é portanto, apenas uma vitória de Vanderlam a ocupar vazios da política goiana, é também, uma vitória da articulação de direita profundamente ligada a Ronaldo Caiado. Uma direita truculenta e que não ouve as minorias. Caiado agora tem em sua base mais um partido que jamais questionará as fragilidades da UEG, os problemas da Educação, o aumento dos crimes de racismo, a violência contra mulheres, tantos outros males que o liberal Vilmar Rocha é capaz de combater. O PSD se tornará um partido como os demais da base de Caiado. Estes pequenos movimentos são poucos entendidos pelas forças progressistas de Goiás que não compreende a necessidade de se fazer alianças amplas cujo fundamento devem ser as causas e bandeiras e não apenas os interesses imediatos e pragmáticos.


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