Covid-19 - Quem se preocupará com as comunidades Kalungas?


Covid -19 : O drama que pode vir a viver as comunidades quilombolas e Isoladas.

O nordeste goiano é a região mais pobre de Goiás. Contém vinte munícipios: Campos Belos, Divinópolis de Goiás, Alto Paraíso de Goiás, Alvorada do Norte, Simolândia, Buritinópolis, Cavalcante, Colinas do Sul, Damianópolis, Flores de Goiás, Guarani de Goiás, Iaciara, Mambaí, Nova Roma, Monte Alegre de Goiás, São Domingos, São João d’a Aliança, Sítio da Badia, Vila Boa, Teresina de Goiás e Posse. Para se ter uma ideia, dados de 2014 ( mudou pouco a situação), a região possuía seis dos dez municípios mais pobre do estado, e não possuía um só munícipio entre os 50 mais ricos.

Nesta região, também há um grande número de comunidades isoladas, sejam comunidades ribeirinhas, ou quilombolas conhecida como Kalungas. Os Kalungas, embora seja objeto de estudo de diversas Universidades, não tem recebido uma atenção correta dos governos que contribua de fato para a diminuição da pobreza na região. Nenhum dos 20 munícipios do Nordeste Goiano, possui hospitais públicos equipados com UTI, e muitos munícipios não possui nenhum respirador e poucas ambulâncias.

O Perigo se torna maior quando vemos notícias de que Turistas que se deslocam de Brasília estão circulando livremente pela chapada dos Veadeiros. E o grande problema é que os Munícipios do Nordeste Goiano, incluindo Alto Paraíso, cidade mais conhecida como referencia da Chapada dos Veadeiros não possui estrutura de fiscalização capaz de realizar um trabalho eficaz. A situação é ainda mais complicada em munícipios como Cavalcante, Monte Alegre, e Teresina. Estes munícipios são localidades onde estão a maioria das comunidades Quilombolas Kalungas. Não há apenas não há estrutura de segurança  como não há estrutura de serviços de saúde eficientes.

As comunidades Kalungas são isoladas, algumas, há dificuldade para se chegar mesmo com carros potentes. Em caso de disseminação do Covid-19, nestas comunidades, poderemos vir a ter uma tragédia comunitária, uma vez, que mesmos nas cidades do Nordeste Goiano ,não há condições e atendimento, e um paciente com sintomas graves não chegaria ao hospital mais próximo com vida. Mesmo diante deste perigo, as pessoas continuam circulando, o isolamento é baixo, e na cidade polo no campo econômico e comercial, que é Campos Belos de Goiás, o último decreto é flexível demais para os perigos que podem vir a ocorrer. A solução mais proativa seria um trabalho conjunto dos prefeitos dos vintes municípios do Nordeste Goiano, para exigir do Governador do Estado, verbas e condições para manter o isolamento e a fiscalização. Esta seria a única saída possível para evitar um colapso e uma tragédia nesta região.

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