Um Juiz no Banco dos réus


Moro será réu em Breve – As batalhas políticas de um Ex-Juiz



No dia de ontem, Moro ex-juiz que se tornou popular ao comandar a Força Tarefa da Lavajato e se tornar o símbolo moral da luta contra a corrupção no Brasil, passou oito horas fazendo depoimento na sede da Policia Federal em Curitiba. Na mesma cidade, onde ouviu do ex-presidente Lula que ele, ou era um inocente e ingênuo ou era um canalha, Moro agora senta na cadeira ainda como acusador, mas também, já é acusado por Jair Bolsonaro de traidor e até de crimes. Moro não é mais Juiz, não tem mais a proteção e a chancela da toga, e, tornou-se um cidadão comum, agora enfrentará as mesmas batalhas políticas que o ex-presidente Lula enfrentou. Se Moro for mesmo um homem de bem  enfrentará a turba corrupta que assola o país a 500 anos, e como afirmou Lula, os mesmos que batiam palma para ele, tentará transformá-lo em réu.

Quem conhece um pouco do funcionamento da Tecnoburocracia estatal no Brasil, sabe que Moro já perdeu a primeira batalha quando deixou a toga. Optou por fazer parte de um Governo que tinha em seu DNA, raízes da corrupção ainda mais profundas que o PT de Lula. O PT e Lula se aliou a banda mais podre e corrupta do país, já no segundo mandato, e, viveu as turras como este grupo, conhecido como centrão, e que atua de forma fisiológica em um grande número de partidos, estados e munícipios, com famílias que estão no poder já mais de 300 ou 400 anos. Bolsonaro, a quem Moro foi servir, passou a vida toda servindo a este Grupo, e durante todos os seus mandatos na Câmara Federal foi filiado e um dos líderes do Grupo, passando por todos os presidentes da câmara como aliado do fisiologismo e corrupção. Moro perdeu sua primeira batalha ainda como juiz quando, mesmo que em discurso se aliou ao grupo que queria derrubar a Dilma e o PT do poder, e para isso, transgrediu normas e regras do Judiciário, criando mecanismos poucos ortodoxos para justificar a prisão de Lula.

A segunda batalha, Moro perdeu para si mesmo. Se tivesse continuado como juiz, teria ao seu lado uma grande quantidade da população e continuaria sendo o ícone do combate a corrupção ainda que como o desenrolar das investigações percebesse as verdades que Lula tentava esclarecer em seus depoimentos e ele não ouviu. A grande verdade de que a corrupção está no DNA da cultura política brasileira, e com a existência de mais de 30 partidos, o presidente que não negocia não governa, e que não existe como negociar com partidos e grupos como o do qual Bolsonaro fazia e faz parte sem se corromper, pois para este grupo nunca existiu limite ético e moral. Moro já entrou para o governo derrotado. E se for verdade, que Moro possui uma inteligência política acima da média, Moro não é um paladino da justiça, e sim um homem ambicioso que viu na chance de derrotar o PT e prender Lula seu caminho para a Glória.

Moro agora enfrentará outras batalhas, agora, não terá a seu favor os argumentos e técnicas do aparato judiciário. Não terá assessores e conseguiu a proeza de colocar juntos, alas do PT críticos da Lava Jato, Bolsonaro, e todo grupo corrupto que corrompe e rouba o país a mais de 400 anos.  Nos primeiros artigos que escrevi sobre a Lava Jato, eu dizia que a Força Tarefa, incluindo o Juiz, ignorava as estruturas sociais deste país por não terem levado a sério os estudos de Filosofia e Sociologia. Moro agora está sozinho e ignora como funciona as estruturas que enfrenta. Logo, verá velhos aliados trabalharem por sua prisão, e velhos companheiros que se diziam lutar contra a corrupção serem promovidos como prêmio para destruí-lo. Moro será réu em breve, e quiçá não apareça morto em algum acidente banal. 






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