A possível saída da presidência do Vilmar Rocha do PSD em Goiás, e a perda notável do campo progressista e democrata. - Sobre a fragilidade dos partidos políticos.

 


Um dos maiores problemas da democracia no Brasil é a fragilidade dos partidos políticos, e, as cúpulas partidárias não representam as bases, e nem sempre tem os melhores dirigentes. Praticamente, todo partido tem um dono. Na esfera nacional não é difícil perceber como dirigentes partidários se eternizam na direção dos partidos, impedindo qualquer crescimento de novas lideranças. Poderia citar uns vinte partidos nesta condição pois difícil é existir um que não se enquadra nesta descrição, mas o exemplo mais complexo é o PTB controlado por Roberto Jefferson, hoje na cadeia, e Valdemar Costa Neto, no caso do PL.

Foto: jornal opção

Estas cúpulas partidárias, em sua maioria, navegam de acordo com os interesses particulares, dos empresários, e poucos muitos poucos pensando no bem coletivo. Não por acaso, os partidos onde esta situação é menor, são nos partidos de esquerda e progressistas e democratas, onde a base tem uma influência maior. Geralmente, o “dono do partido”, é alguém rico, empresário, com muito dinheiro, e que está na política em busca de poder político.

Em Goiás, não é diferente. Por estas terras cada partido tem um dono ou um cúpula que controla o poder e o surgimento de novas lideranças. Basicamente escolhe quem pode crescer e quem não pode crescer. Nos últimos vinte anos, Ronaldo Caiado controla o União Brasil, que foi PFL, depois Democratas, e agora no presente União Brasil. Iris Rezende e Maguito Vilela controlou o poder no PMDB por mais de quarenta anos, e hoje, o MDB é controlado por Daniel Vilela, filho de Maguito e deve lançar candidato Ana Paula, filha de Iris Rezende. E assim, a história se repete em todos os partidos.

Foto - Jornal Opção

No momento atual, vivemos um problema ainda mais grave. É que a extrema direita, a direita e a o neofacismo bolsonarista busca controlar o maior número de partidos para com isso alcançar sucesso nas eleições municipais. Então pior que os partidos serem controlados por cúpulas que se eternizam no poder, é estas mesmas cúpulas estarem aliadas a extrema direita ou a neofacismo bolsonarista. A Luta política na atualidade se dá entre aqueles que defendem a democracia e o estado de direito, e aqueles que não colocam em primeiro plano a luta pela democracia e a defesa do estado de Direito.

O grande problema é que entre uns e outros, marcados pela segunda luta política mais importante da atualidade, que é a luta contra a fome e a pobreza, portanto, contra as extremas desigualdades sociais, temos os políticos das circunstâncias, de ocasião. Simplificando, eles não tem compromissos com ideologias partidárias, apenas com aquilo que servem os interesses deles na ocasião em questão.


Vilmar Rocha e Vanderlam Cardoso – Duas histórias, e contradição.

Neste pano de fundo se dá uma disputa em Goiás. Os jornais emitem sinais de que a sucessão no PSD, que existe uma disputa pelo comando do partido. De um lado Vilmar Rocha, de outro Vanderlam Cardoso. Vilmar Rocha foi Deputado Estadual duas vezes, Deputado Federal por cinco mandatos, ocupou postos de primeira ordem no Governo do Estado. Um democrata assumidamente defensor do pensamento liberal, do estado democrático de direito, e em defesa destas bandeira limitam suas concessões nas negociações políticas do pragmatismo. Você pode ler uma breve biografia de Vilmar Rocha neste Llink.

Vanderlam Cardoso é um empresário na política. Já passou por diversos partidos de diversas matizes ideológicas que vão da extrema direita a esquerda. Já foi do PL, PR, PSB, MDB, e agora PSD. Sempre deixou os partidos por onde passou no exato momento no qual não teve sua vontade suprema satisfeita. No Governo Bolsonaro apoiou o Governo Bolsonaro durante todo o mandato e no segundo Turno. Em Goiás, notícias de jornais dão conta de que que a Codevasf é controlada por ele, onde os dirigentes nomeados são apadrinhados por ele. Pode conferir estas informações aqui.

A grande política diz que se democratas e defensores do Estado democrático de direito precisarem escolher um lado, caso exista a disputa, é preciso fortalecer Vilmar Rocha. Não é difícil fazer esta escolha. O campo progressista e a democracia renderia profunda gratidão. Em goiás, o bolsonarismo está fortalecido. Tem candidatos a prefeito nas principais cidades. A única razão para fortalecer o Vanderlam é se este fato ajudasse a dividir a extrema-direita, o neofascismo e a política de ocasião. Não vejo assim. Com o mandato de Senador e a história política que carrega, em nenhuma hipótese o fortalecimento dele fortalecerá a democracia.



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