Moro, Dalagnol e a corrupção do Judiciário Brasileiro.

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Desde o ano de 2015 que afirmo ser o fim último de Sérgio Moro será padecer em alguma cadeia. E sempre digo isso por que sendo de uma casta de corruptos se propôs a combater a corrupção. Um exemplo claro da repetição dos inventores da guilhotina que depois foram todos guilhotinados. Moro e Deltan representam as evidências mais óbvias da corrupção do judiciário brasileiro na atualidade, não que não existam outros juízes e desembargadores corruptos, mas eles permitiram aos leigos ou fora do sistema, entrever como se dá o modus operandi da corrupção dentro do sistema judiciário. Na entrevista a Roda Viva Deltan apresentou mais evidências de como o sistema é corrupto e é possível corromper o sistema quase em uma profunda confissão de seus próprios crimes.

Repetindo o que já havia dito no pronunciamento no dia que fora cassado, como em um discurso orquestrado, ensaiado e repetido para que pareça verídico, repetiu que sua cassação é um arranjo de interesses escusos dos magistrados que querem agradar o governo de olho nas indicações para os tribunais superiores em especial, para o STF. Ele tem experiência para afirmar isso. Afinal, ele o moro orquestraram um tal combate pueril a corrupção com a intenção de se destacar no judiciário. Caso tivesse tido mais paciência e não tivesse ousado agredir o olhar do leigo mostrando tanta imparcialidade, talvez o Moro e até ele mesmo teriam conseguido o intento perseguido e se tornarem ícones da moralidade no judiciário. Entretanto, tiveram pressa, combinaram sentenças, chantagearam defensores, enfim, quebrara as regras do devido processo legal, numa clara corrupção do que deve ser os trâmites técnicos da justiça. Como diz o ditado popular – o apressado come cru. E assim, eles começaram a comer cru o fruto da pressa em demostrar ser aquilo que nunca foram.

A confissão de Deltan sobre seus aspectos sombrios são mais profundos não quando ele acusa os demais juízes, agora de corruptos como antes acusavam os políticos, e sim, quando como político se propõe a defender as pautas políticas que se tornaram suas bandeiras. O ilustre jurista que se aventurou na política mistura a religião e estado, cita a bíblia e perguntado sobre questões sociais reafirma a superioridade do homem sobre a mulher, agora se julgando um teólogo com capacidade de interpretar o livro sagrado dos cristãos, entretanto, demonstra em suas falas um total desconhecimento das profundas discussões teológicas sobre a questão, seja no mundo protestante, com destaque para Martinho Luthero, seja no mundo cristão com destaque para a Patrística ou a Escolástica. Na mente dele a leitura é literal, simplista e dogmática.

Quando questionado sobre a forma como se correligionário da direita Jair Messias Bolsonaro conduziu a gestão da pandemia apresenta seu horror e desprezo pela vida, de um lado se negando a responder a questão de forma peremptória, como se como procurador estivesse tido alheiro aos mais de meio milhão de mortos; e, de outro, mostrando que para ele mais importa a luta pelo poder, e principalmente derrotar Lula e o PT, do que preservar vidas humanas. Quando questionado sobre as joias, um assunto que é público e todos tem conhecimento dos detalhes, respondeu que não e procurador do caso, como se não entendesse que agora sua obrigação não é mais com a técnica jurídica e sim com a política.

Pior ainda é o discurso sobre democracia. Ignorando todas as tentativas de golpe perpetradas por Bolsonaoro, tnta convencer o público que Lula e não bolsonaro é a verdadeira ameaça a democracia. É como se ele imaginasse um mágico da hipnose que ao falar as coisas mais absurdas é capaz de catapultar as mentes de todos a acreditar em suas palavras como se fossem dogmas ditos por um ser divino. A entrevista de Deltan demonstra de forma inequívoca ao menos duas coisas: a primeira é que de fato existe corrupção no judiciário brasileiro, pois um ex membro do sistema afirma baseado em sua experiência como o sistema funciona; e a outra questão demonstrada é que seja lá quais foram os motivos que fizeram o TSE cassar o mandato dele, prestou um grande serviço ao país. E considerando o que foi escrito no voto do Ministro, a cassação foi demasiado justa e demonstra como o próprio Deltan usou o modus operandi do qual agora acusa o judiciário.


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