Piso Salarial e Plano de Carreira - O perigo da ilusão eleitoral.
Com
o aumento de 33% dado por portaria do Presidente da República tem vigorado uma
confusão entre os educadores e o
discurso eleitoreiro de que isso beneficiaria mais de um milhão de professores no
Brasil, criou uma falsas esperança de que todos os professores do Brasil teriam
um aumento de 33% no salário. A questão é que o presidente não explicou que
existe uma diferença básica entre plano de Carreira e Piso Salarial.
Piso
salarial, por definição é o menor valor que deve ser pago a uma categoria de
trabalhadores ( seria interessante o MP fiscalizar se as escolas privadas pagam
o piso aos seus professores, mas isso é assunto para outro texto). Já plano de
Carreira pode ser definido como uma política de valorização e de resgate da
dignidade do professor, que tem como premissa a
realização de concurso público e um conjuntos de possibilidade que o
professor pode alcançar durante os anos de atuação profissional, com direitos
como quinquênios, licenças prêmios, etc.
O
gesto eleitoreiro do presidente foi o de ignorar que existe uma imensa
quantidade de professores no Brasil, cujo plano de carreira coloca o salário
deles acima do piso atual, mesmo com os 33% de aumento. Na verdade, o aumento em si beneficiaria
imediatamente os professores contratados temporariamente ou em contrato
precários, de no máximo dois anos, os quais não tem direitos a quinquênios, e
em alguns estados e prefeituras, não tem direito nem mesmo a férias. Tenho
notícias de alguns munícipios que demite os professores em dezembro para
recontratar em fevereiro.
Embora
o aumento do piso é importante, a solução real para os educadores é o
incremento dos planos de carreira. Somente um plano de carreira bem organizado
e bem administrado pode conceder a dignidade que um professor merece. E claro,
em nenhum plano de carreira nenhum professor pode ganhar menos que o piso nacional. Portanto, os prefeitos que não tem dado
aumento dos 33%,, mas tem investido nos planos de carreiras dos professores,
e estão dispostos a realizar concursos
públicos para preencher vagas estão muito mais preocupados com os servidores da
educação do que uma medida de aumento extemporâneo. Os educadores devem lutar por
concurso público, valorização, e ter o piso apenas como referência para que
ninguém possa ganhar menos que o piso. E ainda pensar que a valorização do
educador deve ir além da remuneração mensal, ,incluindo segurança, efetividade,
e direitos de a uma vida digna.
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