Décimo Sétimo dia de quarentena – 1º de Abril.

Goiânia, 01 de abril de 2020.

Dia da mentira, Bolsonaro Day foram hoje, os assuntos mais comentados nas redes sociais. Uma das coisas mais interessantes que há na cultura brasileira é a capacidade que tem de rir dos próprios problemas. Todo brasileiro é um pouco humorista e se pode ver piada de todos os tipos e a todo o tempo envolvendo a situação do Corona Vírus. O pronunciamento do Presidente na noite de ontem, embora mais ponderado, admitindo a seriedade do problema não aplacou a ira dos seus opositores, e mais ainda, parece ter acordado parte da oposição que pouco o tinha criticado nos últimos dias. O presidente deu sua contribuição para tal ao mirar em João Dória e no Governador do Rio como seus inimigos prediletos.

Por um lado, o pronunciamento do  presidente acalmou as bases de Governadores aliados, como Caiado de Goiás, onde parte da base está começando a se dividir para sair em defesa do Presidente. O discurso da despolitização do problema da pandemia na medida em que a pesquisa Data Folha mostra que a Direita está muito mais preocupada com economia do que em salvar vidas, e isto em uma pesquisa feita onde se identifica a matiz política o entrevistado. Como a pandemia não escolhe quem contaminar e matar, as mortes continuam aumentando em todo país, sem trégua, deixando os brasileiros em um estado de medo que se avizinha do pânico. Já dá para observar muitos sendo acometidos ou do medo da morte, ou do medo da fome e da pobreza.

Em todo mundo, no dia de hoje, já são 926.095 pessoas contaminadas. Destas 686.051 ainda são considerados casos ativos. Pouco mais de 146 000 foram casos fatais, ou seja, estamos próximos de 150 mil mortos em todo o planeta pela pandemia. Mesmo assim, os otimistas comemoram que o número de curados é maior que número de mortos. Basicamente era o mesmo argumento dos governantes que defendiam a continuidade da normalidade ( entre eles Bolsonaro e Trump), como meio de preservar a economia e os empregos. No momento, pode se dizer que praticamente todo o planeta compreendeu a seriedade do problema. É verdade que ainda tem o ditador do Turcomenistão, que proíbe os habitantes do país falar a palavra Corona vírus,  usar mascara ou qualquer coisa do tipo. Parece aquela história dos defensores do Pensamento Positivo, onde se diz que se você não pensar e não falar de um problema, ele desaparece.

A morte continua aumentando e batendo recordes diários em países como Espanha e Itália. No Brasil, já são 250 mortos, mas tem mais de 200 outros mortos aguardando o resultado para se saber a causa da morte. Mesmo com as medidas tomadas pelos governadores, não tem suficiente para deter o avanço da pandemia. Talvez agora, com uma maior coordenação do Governo Federal a pandemia possa ser melhor controlada.

Outro problema é o econômico. Pequenos e médios empresários começam a sentir o efeito da parada da produção de do trabalho. A ajuda do Governo para os desempregados, autônomos ainda não foi sancionada pelo presidente; e outros seguimentos começam a reivindicar auxilio semelhantes. O Filho do Presidente Carlos Bolsonaro reclamava nas redes sociais que estamos caminhando para o socialismo, e, alguns liberais começam a entender que  os “mortos não pagam contam e nem trabalham”, e que a situação de anormalidade justifica os gastos a serem feitos pelo estado, mesmo estourando a Lei de responsabilidade fiscal, para socorrer a população. Segundo o Instituto Liberal, tal socorro pode ajudar a evitar a desordem, e assim, garantir a ordem e recuperação da economia pós pandemia.

O aspecto emocional das pessoas também já parece bastante abalado. Muitos não estão se adaptando a realidade de que não podem se reunir nas igrejas. Todos os dias, no setor onde moro, pessoas cantam nas janelas, colocam músicas de louvor gospel em altura suficiente para se escutar na quadra inteira. Tenho medo quando todo mundo resolver ouvir as músicas preferidas com socialização. Imagina, sertanejo, Funk, MPB, Reggae, tudo misturado!!   Uma coisa é certa, a pandemia está ensinando ao mundo lições de solidariedade, a natureza parece se recuperar de tanta poluição, como a notícia de que os Rios na Itália voltam a ter água cristalina, na cidade de Veneza. É como se o planeta finalmente, pudesse respirar.