Trigésimo primeiro dia da quarentena. – Mandetta ainda não caiu.




Goiânia, 15 de abril de 2020.

O circo está pegando fogo. Hoje, foram mais de 200 mortes novamente. Já são 1736 mortos, nas contas oficiais. Há estudos que dizem que estes números estão pelo menos sete vezes subnotificados, o que daria mais de 12 mil mortos, e mais de 150 mil infectados espalhados pelo país. Enquanto o circo pega fogo diversos palhaços distraem a multidão. Parece que o filosofo existencialista estava certo. Há palhaços fazendo do momento uma piada engraçada que fazem todos sorrir e não perceber que o fogo já está a lhes queimar a roupa. Nada distrai mais a população que a briga e birra política do presidente. Depois de dez dias de ameaças, de afirmar que tinha o poder da caneta ainda não teve a coragem suficiente de demitir o ministro, que cansado, parece finalmente entregar os pontos.

Numa democracia presidencialista é assim. O presidente eleito nomeia e demite ministros. Então é impossível que um ministro se insubordine ao presidente como Mandetta tentou fazer. Talvez por isso, no futuro tenhamos que pensar em um modelo parlamentarista para o Brasil. Com a câmara e o Senado apoiando Mandetta, ele jamais cairia em um modelo parlamentarista. Quando Mandetta finalmente cair, se cair, fique a lição: é preciso pensar um modelo parlamentarista ou misto para o Brasil. Também o STF – Supremo Tribunal Federal, enviou sinal claro o presidente. Ao reafirmar a autonomia dos munícipios e estados para cuidar da saúde dos cidadãos com medidas próprias, o STF pode estar contribuindo para dar um rumo as questões, e mesmo demitindo Mandetta , o Governo entenda que não se pode brincar com a saúde da população.

Em Goiás, a tristeza fica por conta das medidas que começam a serem tomadas em alguns munícipios, incluindo a capital Goiânia. Quase quatro mil contratos foram dispensados, a maioria do setor educacional. Triste realidade. Em outros estados, estas mesmas medidas estão sendo tomadas. A primeira de que tive notícias foi da cidade de Arraias, no estado do Tocantins. Talvez, alguns governantes não tenham entendido a gravidade da situação da vida em quarentena para aqueles que dependem do salário para viver. Complicado pensar que um governante tão antigo e experiente quanto Iris Rezende tenha tomado tal medida.

Existem, no entanto, também notícias boas. São muitos aqueles que se recuperam da doença após serem infectados.  E o esforço das pesquisas em todo mundo, por cientistas e governos é exemplar. É preciso ter esperança no ser humano, nos seres humanos, e afinal acreditar que podemos superar estes momentos. Outras eras a humanidade enfrentou momentos como estes, e aqueles que buscaram enfrentar com a sabedoria, sobreviveram e nos contaram a história.  Esta é a lição a aprender.

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