Trigésimo Segundo dia de quarentena – Mandetta Caiu.




Goiânia, 16 de abril de 2020.

Dizia Tancredo Neves que a política é como nuvens nos céus. Se você olha,  está de um jeito, e, olha novamente já está de outro. O fim da novela do poder da Caneta do Bolsonaro acabou. Mandetta foi demitido. O que não acabou foi a crise política na qual ele se meteu. E como em política o imprevisível é quase sempre fácil de explicar, Bolsonaro escolheu para substituir o ministro alguém que ele gostaria de ter nomeado Ministro e não nomeou por que precisava atender os pedidos dos aliados do DEM. Pior é o discurso do novo Ministro repetir os discursos de Mandetra. Fica claro que desde o inicio, Bolsonaro só queria mesmo era encontrar um jeito de colocar seu amigo no Ministério. O que ele não sabia era que confrontar a ciência com seu discursos religioso poderia lhe custar tão caro.

Com a popularidade nas alturas, Mandetta sai de cabeça erguida, e o novo ministro recebe uma batata quente nas mãos. Se o Mandetta ficasse, ainda que morresse muita gente, a população diria que fez o melhor que foi possível, já o novo ministro corre o risco de tudo que fizer, uma parcela da população considerar que e o Mandetta poderia ter feito melhor. Para piorar a situação,  o novo ministro não parece ter apoio político fora do bolsonarismo, e tão pouco habilidades políticas e de oratória como o antecessor. Conta a favor dele, ser considerado um médico respeitado e adepto do respeito a ciência. Entretanto, já houve na história do país ministro da saúde com tais credenciais ser fritado na política de egos de Brasília.

Enquanto isso, o vírus que continua indiferente às brigas políticas do Planalto, fez 188 mortes nas últimas 24 horas, e os casos oficiais já passam de 30 mil. Os Estados Unidos  de Trump, de quem Bolsonaro segue o exemplo, já passam de 30 mil mortos. Há notícias de corpos empilhados em hospitais no amazonas, a situação se agrava para todos os lados. E o novo ministro, em uma sinistra contradição, afirmar estar totalmente alinhado ao planalto e ao mesmo tempo afirma defender o Isolamento social horizontal. O presidente, por sua vez, afirmou que governadores que praticaram excessos serão responsabilizados e pregou a necessidade de defender os empregos e a economia. Na verdade, o barco ainda está a deriva.

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